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sexta-feira, 13 de março de 2020

EVOLUÇÃO; DINAMICA DO PROGRESSO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




 Helena Alves, pergunta: por que certas pessoas têm tanta sede de poder?
 Aí está uma importante questão levantada pela Helena. Quando falamos em poder, geralmente estamos nos referindo ao poder político, ao poder econômico, ao poder dos que exploram o povo, dos que buscam a riqueza a qualquer preço e que, aparentemente, são responsáveis por tantas diferenças na sociedade, onde a miséria convive com a opulência, a ignorância com a erudição. Não podemos esquecer, no entanto, que o exercício do poder é problema de todo ser humano.
 No dia a dia de nossa vida, contaminados pelo egoísmo e pelo orgulho doentio, que ainda não conseguimos superar, não percebemos que as nossas atitudes, em muitas ocasiões, vão além dos nossos direitos e acabam invadindo o direito dos outros. Isso acontece principalmente nas relações dentro de casa e no ambiente de trabalho, quando temos a pretensão de estar sempre com a razão, de querer que os outros sempre concordem com a nossa maneira pensar e, sobretudo, de exigir aceitação e obediência, para não dizer submissão.
 Mas, é claro que essas atitudes, algumas vezes de arrogância, não ficam apenas dentro de nosso convívio familiar ou de nossa roda de amigos. Elas se estendem ao nosso ambiente de trabalho e a toda e qualquer relação de convivência no meio social que participamos.  Entretanto, isso não quer dizer que o poder é mau. Não, somos nós que não aprendemos a exercê-lo, pois em qualquer situação da vida sempre há um comando ou alguém que representa o interesse de todos.
 Desse modo, o poder em si é sempre necessário, pois em muitas ocasiões é preciso haver esse comando (como o poder dos pais sobre os filhos, dos chefes sobre os subordinados, dos governantes sobre os governados), mas esse poder não pode se transformar num instrumento de opressão e violência para atender qualquer tipo de interesse, expressando raiva e desrespeito pelos outros.
 Por isso, quando vemos, por parte de chefes e autoridades, a ousadia dos que só querem mandar, dos que exigem plena obediência às suas determinações, dos que só pensam em alcançar suas metas em prejuízo dos outros, dos que usam o poder para humilhar e oprimir, ficamos indignados ou revoltados, mas esquecemos que, em âmbito menor, podemos estar fazendo a mesma coisa em relação àqueles que julgamos inferiores a nós e que fazem parte de nossa vida.
 Na verdade, Helena, todos exercemos algum poder de alguma forma, mas quão poucos de nós sabem usar esse poder com respeito e moderação, com discernimento e coragem. Somos bons quando sabemos obedecer, mas muita gente extrapola suas funções quando assumem um comando. É por isso que existe um pensamento muito conhecido de todos nós, que diz o seguinte: “Se você quer conhecer uma pessoa, dê-lhe poder nas mãos” e, então, saberá quem realmente ela é.
O poder para nós, que ainda somos dominados pelo orgulho e pelo egoísmo, é sempre um grande desafio.  Quantas pessoas se deram bem enquanto exerciam uma função humilde, primando pela sua competência, mas que se perderam totalmente no orgulho e na arrogância quando tiveram a oportunidade de mandar!  Nem todos estamos em condições de exercer uma função de mando e também não é verdade que todo bom subordinado será um bom chefe. Muitas vezes, não.
 Certamente, porque ainda não aprendemos a exercitar a humildade, que começa no reconhecimento e na aceitação de que ninguém é superior a ninguém. Cada um de nós tem suas qualidades e seus defeitos, e todos estamos frequentando a escola da vida para aprender uns dos outros. Essa vontade de querer aprender sempre  – até com aquele que aparentemente não tem nada a oferecer – é que nos dá a condição de humildade.
 A sede do poder nos Espíritos imperfeitos como nós ainda é tão pronunciada, que mesmo quando deixamos esta vida e passamos para o mundo espiritual, onde não podemos dispor de riquezas materiais como as da Terra, queremos ser os mais poderosos, queremos mandar e desmandar, proclamando nossas virtudes e condenando os defeitos dos outros. A obsessão nada mais é do que uma manifestação espiritual de poder.
 O maior mestre da humildade, sem dúvida, foi Jesus. No entanto, ele tinha o maior dos poderes, o poder moral. Mas recusou qualquer outro tipo de poder, porque sabia que o poder moral ( ou seja, o poder de fazer o bem) é o maior de todos os poderes que existem. Tanto assim que ele atribuiu o único verdadeiro poder ao Pai, que é Deus, dando-lhe ao mesmo tempo os qualificativos de bondade e misericórdia.
 Olhou com reserva o poder ilusório do mundo – o poder assentado na força, na manipulação, na riqueza, na cultura da Inteligência – quando afirmou “de que vale ao homem conquistar o mundo e perder a sua alma”. Para Jesus, o maior poder é o amor e por isso Deus é todo o poder. Enquanto dele não nos aproximarmos, fazendo ao próximo o mesmo que queremos para nós, não experimentaremos a alegria de conhecer o nosso potencial divino. 















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