faça sua pesquisa

quinta-feira, 5 de março de 2020

O PODER DO PENSAMENTO SOBRE O CORPO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


 Quem assistiu ao filme CONAN, O BARBARO deve se lembrar que a narrativa passa-se num tempo primitivo e em determinado momento um líder enfrentado pelo personagem principal, desce de seu trono e se metamorfoseia numa imensa cobra tipo Sucuri para lutar contra seu inimigo.  Apesar de ser parte da trama vista como fantasiosa o fato é que um fenômeno de efeitos físicos explicado pelo Espiritismo. O médium Chico Xavier no início dos anos 50 viajando por alguns dias por região litorânea do Rio de Janeiro, por exemplo, foi o centro de fenômenos testemunhados pelos dois amigos que o acompanhavam na pequena excursão para refazimento de suas extenuantes atividades profissionais e mediúnicas. Um deles, Arnaldo Rocha, lembra que hospedados num modesto Hotel da cidade em que se encontravam, foram convidados pelo Benfeitor Emmanuel a desenvolver ali mesmo no quarto que os abrigava atividades de enfermagem espiritual ou desobsessão e, ante sua estranheza manifestada mentalmente se o local não era inadequado, ouviu do Instrutor que ‘aqui e em todos os lugares. Sejam quais forem, são lugares que o Senhor nos oferece para servi-lo’. Recordava-se Arnaldo, entre outros impressionantes registros, que ‘houve o desfile de uma horda de criaturas satânicas, sórdidas e cruéis. Seres em forma de répteis - fenômenos de Zooantropia. Homens e mulheres que, por vício degenerativo de suas mentes, achavam-se travestidos, exibindo grandes órgãos sexuais masculinos ou femininos’. Quem ler os livros INSTRUÇÕES PSICOFÔNICAS e VOZES DO GRANDE ALÉM verificará que ao final dos dois é apresentada uma estatística dos resultados alcançados. Nos variados atendimentos efetuados nos anos compreendidos pelas reuniões relatadas nas obras, verificaram-se manifestações de 47 entidades presas aos quadros da Licantropia, transtorno psiquiátrico em que o indivíduo é convencido – ou se convence - a transformar-se em algum animal. Embora a Ciência de nossa Dimensão diga ser esta metamorfose irreal, o paciente acredita firmemente nisso. Na realidade do Plano Espiritual, contudo, esse fenômeno se revela possível seja pela indução hipnótica de Espíritos perversos como pelos desequilíbrios da Entidade emocional e mentalmente doente. No livro LIBERTAÇÃO, um exemplo da primeira situação é descrita por André Luiz reportando um julgamento realizado nas regiões inferiores de entidade feminina rogando fosse liberta da culpa que carregava após ter confessado haver matado ‘quatro filhinhos inocentes e tenros... e combinado o assassínio de seu intolerável esposo’ e  vê seu julgador fixar sobre ela as irradiações que lhe emanavam do temível olhar, e asseverar, peremptório ‘a  sentença foi lavrada por si mesma! Não passa de uma loba, de uma loba... Perplexo, André Luiz relata: - À medida que repetia a afirmação, qual se procurasse persuadi-la a sentir-se na condição do irracional mencionado, notei que a mulher, profundamente influenciável, modificava a expressão fisionômica. Entortou-se-lhe a boca, a cerviz curvou-se, espontânea, para frente, os olhos alteraram-se, dentro das órbitas. Simiesca expressão revestiu-lhe o rosto. Via-se, patente, naquela exibição de poder, o efeito do hipnotismo sobre o corpo perispirítico. Noutra obra, ESCADA DE JACÓ do Espírito Inácio Ferreira pelo médium Carlos Baccelli, um personagem chamado Flavio, interno do Hospital dirigido pelo famoso médico sofrendo alucinações por ter na recente existência sido qualificado como serial-killer, em determinado momento, acometido pelas agitações de seu estado passa a repetir essas vozes e visões é que me atormentam..., não suporto mais; tirem-me daqui!... Eu preciso de sangue para viver, entenderam? Um vampiro – eis o que, de fato, sou! O sangue de vocês não me serve; eu preciso beber sangue de verdade... Soltem-me! Não adianta me prenderem... Deixem-me ir para a Terra! Eu sou um vampiro, um vampiro!’. Acrescenta o autor: - E assim dizendo, a se debater o serial-killer foi tomando a aparência de um grande morcego: as faces se lhe transformaram por completo, as orelhas afilaram-se e cresceram, os braços cederam lugar a duas robustas asas e os pés se converteram em estranhas garras... Nem nos filmes de ficção eu jamais presenciara algo parecido!’. André Luiz repassando a explicação de um Benfeitor escreveu: - O perispírito, para a mente, é uma cápsula mais delicada, mais suscetível de refletir-lhe a glória ou a viciação, em virtude dos tecidos rarefeitos de que se constitui’.  Podemos estar nos perguntando: Essas transmutações alterando a estética do corpo espiritual ocorrem somente no Plano Invisível? André Luiz demonstra que não, reportando fato por ele testemunhado: - A pequena família se reuniu, ao redor da mesa posta, e a segunda esposa do médico me impressionou pelo apuro da apresentação. A pintura do rosto, sem dúvida, era admirável. O traje elegante e sóbrio, as joias discretas e o penteado harmonioso realçavam-lhe a profundeza do olhar, mas rodeava-se ela de substância fluídica deprimente. Halo plúmbeo denunciava-lhe a posição de inferioridade. Socialmente, aquela dama devia ser das de mais fino trato; contudo, terminado o repasto, deixou positivamente evidenciada sua deplorável condição psíquica. Depois de uma discussão menos feliz com o marido, a jovem mulher buscou o sono da sesta, num divã largo e macio. Intencionalmente, Maurício convidou-me a espreitar-lhe o repouso e, com enorme surpresa, aturdido mesmo, não lhe vi os mesmos traços fisionômicos na organização perispiritual que abandonava a estrutura carnal, entregue ao descanso. Alguma semelhança era de notar-se, mas, afinal de contas, a senhora tornara-se irreconhecível. Estampava no semblante os sinais das bruxas dos velhos contos infantis. A boca, os olhos, o nariz e os ouvidos revelavam algo de monstruoso. A própria esposa desencarnada, ali presente em clamorosa revolta, não se animou a enfrentá-la. Recuou semi-espavorida, tentando ocultar-se junto do filho. Lembrei-me, então, do livro em que Oscar Wilde nos conta a história do retrato de Dorian Gray, que adquiria horrenda expressão à medida que o dono se alterava, intimamente, na prática do mal e, endereçando a Maurício olhar indagador, dele recebi sensata elucidação: – Sim, meu amigo – disse, tolerante – a imaginação de Wilde não fantasiou. O homem e a mulher, com os seus pensamentos, atitudes, palavras e atos criam, no íntimo, a verdadeira forma espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada queda, deixam aleijões e sulcos horrendos no campo da alma, tanto quanto cada ação generosa e cada pensamento superior acrescentam beleza e perfeição à forma perispiritica, dentro da qual a individualidade real se manifesta, mormente depois da morte do corpo denso. Há criaturas belas e admiráveis na carne e que, no fundo, são verdadeiros monstros mentais, do mesmo modo que há corpos torturados e detestados, no mundo, escondendo Espíritos angélicos, de celestial formosura. E designando a infeliz que se ausentava de casa, semi-liberta do veículo material, acentuou: – Esta irmã desventurada permanece sob o império de Espíritos gozadores e animalizados que, por muito tempo, a reterão em lastimáveis desequilíbrios. Acreditamos que ela, sem fé renovadora, sem ideais santificantes e sem conduta digna, não se precatará tão cedo dos perigos que corre e somente se lembrará de chorar, aprender e transformar-se para o Bem, quando se afastar, em definitivo, do vaso de carne, na condição de autêntica bruxa.


A ouvinte Angelina Benatti pergunta se o que sofremos neste mundo é o escolhemos antes de reencarnar. Angelina, aprendemos no Espiritismo que o que passamos nesta vida resulta de várias causas ao mesmo tempo, e uma dessas causas certamente decorre do caminho que escolhemos. Primeiramente, devemos considerar que existem causas atuais e causas anteriores de nossas aflições, conforme O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Causas atuais são as causas desta mesma vida em que estamos vivendo agora; elas surgiram, portanto, de erros que cometemos durante esta encarnação. E podem ser até o mesmo o resultado de um ato que acabamos de praticar neste momento.
 Por outro lado, devemos considerar como causas anteriores aquelas que não estão nesta vida, que vieram de encarnações anteriores e das quais, portanto, não lembramos. Quando, examinando a nossa trajetória na atual existência, não temos como explicar um problema que está acontecendo conosco, é porque suas causas estão em vidas passadas. Queremos crer, como os Espíritos disseram a Kardec, que a maior parte dos problemas que estamos enfrentamos hoje, principalmente dos contratempos que nos acontecem no dia a dia,  provem desta vida mesma. Muitas vezes erramos por imaturidade, por falta de habilidade ou ignorância.
 Nas suas obras Allan Kardec classificou o sofrimento humano, o que ele chama de aflições,  em dois grupos, expiações e provas. O que são expiações? As expiações decorrem de erros que cometemos; é a resposta da natureza aos nossos equívocos, por ação ou por omissão. As provas, por outro lado, seriam os sofrimentos que dependem apenas de nossas escolhas. Mas, no geral,  não é tão simples distinguir uma coisa de outra em nosso dia a dia, já que cada um de nós passa por provas e expiações durante a mesma encarnação.
 Contudo, podemos considerar, a grosso modo, que nós próprios fazemos o nosso caminho e, portanto, todo sofrimento decorre do caminho que escolhemos, da maneira como vimos conduzindo a nossa vida, das opções que fazemos, das metas que desejamos alcançar. Assim, não é difícil prever qual será a trajetória de um homem de bem, honesto e trabalhador, como é perfeitamente previsível, em termos gerais, qual será o futuro de um jovem que, desde cedo, se entrega ao mundo da violência e do crime. Não é preciso ser adivinho para prever o futuro de muita gente, pois o caminho já leva a um determinado destino.
 Neste sentido, Angelina, podemos dizer que escolhemos nossa vida, porque a vida é como um caminho que vamos abrindo no dia a dia em busca de nossas metas. Há pessoas que, desde muito jovem, já estabelecem seus objetivos e tocam a vida em frente; há outras que passam toda a vida, desperdiçando oportunidades, sem saberem para onde vão. Tais condições dependem da maturidade do Espírito, do seu nível de consciência moral.  Alguns se acomodam e usam seu tempo para nada; outros sabem utilizar seus talentos para alcançar uma condição espiritual cada vez melhor.
  Porém, um fato inesperado pode ser decisivo na vida da pessoa: uma enfermidade crônica, um acidente ou mesmo a própria morte. Nestes casos, ainda é preciso saber se o que aconteceu estava realmente previsto, como provações que ela própria escolheu, ou se foi consequência dos erros e equívocos que veio cometendo ao longo da presente encarnação. Logo, Angelina, o importante é que estejamos atentos ao nosso desenvolvimento moral e vivermos tão bem quanto possível com a própria consciência.





Nenhum comentário:

Postar um comentário