O Espiritismo confirma o que já era conhecido por Culturas ancestrais: somos a continuidade de outras realidades imperceptíveis aos nossos
sentidos físicos. No século
20, através da contribuição de inúmeros médiuns a realidade se alargou mais
ainda, especialmente através de Chico Xavier. Na segunda obra do Espírito André
Luiz, OS
MENSAGEIROS (feb, 1944) comentário do Instrutor Aniceto dá uma ideia
disso: - Há, porém, André, outros Mundos Sutis, dentro dos mundos grosseiros,
maravilhosas Esferas que se interpenetram. Outra
Entidade informa que ‘cada
uma dessas divisões compreende outras, conforme asseguram os Espíritos,
distinguindo-se por vibrações distintas que se apuram à medida que se afastam
do núcleo. No
capítulo 1 do livro LIBERTAÇÃO (feb, 1), André Luiz nos repassa a
informação que ‘não
temos Círculos Infernais, de acordo com os
figurinos da antiga teologia, onde se mostram indefinidamente gênios satânicos
de todas as épocas e, sim, Esferas obscuras em
que se agregam consciências embotadas na ignorância, cristalizadas no ócio
reprovável ou confundidas no eclipse temporário da razão. Desesperadas e
insubmissas criam zonas de tormentos reparadores.
Semelhantes criaturas, no entanto, não se regeneram à força de palavras.
Necessitam de amparo eficiente que lhes modifique o tom vibratório,
elevando-lhes o modo de sentir e pensar. Para melhor entendimento,
destacamos algumas imagens oferecidas por Espíritos em suas obras: 1- OS MENSAGEIROS,(feb,
1944, 34) - Entre dezoito e dezenove horas,
atingimos uma casa singela de bairro modesto.
No longo percurso, através de ruas movimentadas, surpreendia-me,
sobremaneira, por se me depararem quadros totalmente novos. Identificava, agora, a presença de muitos desencarnados de
ordem inferior, seguindo os passos de transeuntes vários, ou colados a eles, em
abraço singular. Muitos dependuravam-se a veículos, contemplavam-nos
outros, das sacadas distantes. Alguns, em grupos, vagavam pelas ruas, formando
verdadeiras nuvens escuras que houvessem baixado repentinamente ao solo. Não
dissimulava, entretanto, minha surpresa. As sombras sucediam-se umas às outras
e posso assegurar que o número de entidades inferiores,
invisíveis ao homem comum, não era menor, nas ruas, ao de pessoas encarnadas,
em contínuo vaivém. 2 - NAS FRONTEIRAS DA LOUCURA, (10) - Um cooperador veio informar o Mentor sobre dolorosa
ocorrência, que exigia a sua presença, generosa e sábia. Depois de registar o
local do acontecimento, esse convidou-nos e partimos. A regular
distância do local para onde nos dirigíamos, vimos a agitação do aglomerado espiritual de características inferiores. A
psicosfera densa tresandava, com odores carregados e desagradáveis. A turbamulta discutia, acaloradamente, e alguns
truculentos marginais desencarnados se disputavam direitos sobre as pessoas que
tombaram no lutuoso acontecimento. A menos de cem metros fomos recebidos pelo
irmão Agenor, encarregado do atendimento naquela área com um grupo de
servidores, que de pronto sintetizou a tragédia. Eram cinco jovens que pareciam
embriagados e trafegavam com velocidade, quando outro veículo fez uma
ultrapassagem rápida. O mesmo não concluíra o lance, quando freou violentamente
em razão de um obstáculo à frente. Como também desenvolvesse alta velocidade e
colhido pelo imprevisto, o jovem que vinha atrás tentou desviar-se, subindo ao
passeio e chocando-se contra a balaustrada. O golpe muito forte rompeu a proteção, indo o carro cair nas águas lodosas do
mangue, perecendo os seus ocupantes. ... Quando fomos vistos pelos Espíritos estúrdios, doestos e imprecações
absurdas choveram sobre nós. Éramos quatro servidores em nome do Bem, enquanto os agressores formavam uma horda expressiva, ruidosa e
agressiva. 3- CONSCIÊNCIA, (1) Uma
luz negra dava ao ambiente um certo ar de mistério. As fisionomias das pessoas
que ali se encontravam denotavam cansaço, peles amareladas e sem viço, olhares
parados, lábios secos, cabelos úmidos de suor, bocas semi-abertas, mãos
trêmulas. Os rapazes já deitados estavam sem suas camisas; as jovens, muitas
delas bem crianças ainda, em peças sumárias. Luzes coloridas piscavam,
aumentando o embalo da festa. Os desencarnados,
dementados, aspiravam as emanações daqueles corpos doentes e
intoxicados. 0 álcool misturado à droga tornava-os trapos humanos. No Plano
Espiritual iniciamos o nosso auxílio. Espíritos desvairados disputavam, aos
tapas, o contato com os dependentes. Em cada um
deles podíamos ver grudados cerca de seis Espíritos desencarnados;
muitos receberam os primeiros socorros, mesmo relutando, sendo isolados por uma
proteção vibratória e, por mercê do Pai, foram adormecidos. Se a luz no Plano
Físico era negra, no Espiritual mesclava-se de vermelho. Estupefato, pareceu-me
ver apenas formas ovoides retorcendo-se e, principalmente, procurando colar-se
ao cérebro e ao baço dos dependentes. (16) - Retornamos ao ambiente. Um jovem
de dezesseis anos havia trazido cogumelo. Esse fungo, seco, não só foi
misturado ao cigarro da maconha, como dele foi feito chá. Aí, sim, as
alucinações foram terríveis. Isaac apressou-se a socorrer um garoto que se
debatia; ele fazia a viagem, ignoravam o fato de que seu
cérebro estava recebendo uma voltagem além da sua capacidade.
Cercamo-lo, enquanto os médicos trabalhavam, mas os encarnados, felizes com a
nova experiência, nem percebiam o seu desespero. Ali, aquele apartamento — que
bem pode ser o apartamento ao seu lado — meia dúzia de jovens dilaceravam o seu
corpo físico, violentando-o com doses letais. Quando dali saímos, perguntei a
Enoque por que alguns deles jogavam fora a ponta que sobrava do baseado,
dizendo: fica pro santo. Enoque riu, dizendo: — E você viu
como os viciados desencarnados saboreavam as mutucas? Caso os viciados
tivessem vidência ativa, veriam os tristes fatos que os rodeiam. Se no
apartamento a turma era pequena, na parte espiritual
eram disputados a tapa os corpos dos encarnados. Para os jovens,
gostaríamos de escrever mais abertamente e talvez no futuro possamos fazê-lo.
Contemplei condoído a cena: todos caídos, uns ressonando, outros apenas em
viagem; as menininhas eram como sacos inúteis amontoados no chão. Alice
falou-me: — Foi muito difícil viver ao lado dos suicidas, mas eles eram gente.
Estes meninos estão tomando forma de animal e já não possuem raciocínio. Até
onde irão? — Ao remorso — disse Karina.
CORONAVÍRUS EM 6 ANGULOS DIFERENTES
2- Comentário de Ademar Junior. “Vi um vídeo de um
famoso pastor que afirmava que o coronavirus é uma artimanha de satanás para
espalhar o medo, deixando as pessoas frágeis e apavoradas. Depois parece que
ele andou apagando esse vídeo.”
Caro Ademar, acabamos de falar desse assunto.
Não é assim que o Espiritismo vê. Problemas e dificuldades o ser humano sempre
teve em todas as épocas, e continuará tendo, pois a vida será sempre um convite
ao trabalho e ao progresso. Se tudo estivesse pronto e resolvido ao adentrarmos
este mundo, perguntamos: o que estaríamos fazendo aqui?
Na verdade, como ainda somos Espíritos pouco
esclarecidos a respeito das leis da vida, ( estamos nos referindo , aqui, aos
seres humanos em geral), buscamos facilidades e nos aborrecemos com os
problemas. Tanto os problemas pessoais ( de cada um de nós), como problemas que
afligem a família, a coletividade, o pais e a humanidade toda. Essa tendência
ainda é muito comum. No entanto, sabemos – e a própria História da Humanidade
nos dá conta disso – que o ser humano só chegou à condição em que se encontra
hoje, porque, ao longo dos séculos e milênios, desde os tempos do homem da
caverna, ele enfrentou problemas e
procurou os meios de resolvê-los.
Temos imensa dificuldade de lidar com
situações que atingem nossos interesses. Basta que alguém discorde de nós para
que fiquemos aborrecidos, zangados -às vezes, inconformados e revoltados. Veja,
por aí, como ainda somos crianças espirituais: não queremos ser contrariados.
Falta em cada um de nós a virtude da humildade, ponto de partida de tudo quanto
Jesus ensinou há dois mil anos. A humildade ( o contrário do orgulho) é o
caminho para a verdade e, de posse da verdade, podemos compreender a extensão
do amor, que é o contrário do egoísmo.
Aliás, Jesus se utilizou de uma comparação
muito apropriada quando falou das duas portas: a porta larga ( das facilidades
e das comodidades ) e a porta estreita ( a porta do trabalho e dos desafios).
Isso vale tanto para o indivíduo quanto para a coletividade. A humanidade, como
um todo, tem os seus problemas, que nada mais são do que o reflexo da condição
moral dos indivíduos que habitam este planeta. Ao longo de sua história, ela já
conheceu inúmeros desastres, inúmeras calamidades, mas nem por isso
desapareceu. Pelo contrário, o homem foi aprendendo a lidar com as
dificuldades, a vencer obstáculos de toda ordem, alcançando um nível
considerável de progresso.
Para o Espiritismo só Deus existe, e Deus é o
Bem Supremo. Dele vieram todas as coisas: é a causa e o fim de tudo. Por isso,
é supremo; por isso é perfeito. Isso
quer dizer que não existe nenhuma outra força que possa se lhe opor. De modo
que as calamidades, que acontecem no mundo, ou provêm do processo evolutivo da
natureza que está em constante mudança ou decorre da ação do próprio homem.
Contudo, mesmo assim, porque Deus é o Bem Supremo e não erra, até aquilo que
julgamos um mal, na verdade, sempre concorre para o nosso bem.
Se existem demônios, como muita gente ainda
acredita, esses demônios somos nós mesmos, quando agimos com egoísmo e com
espírito dominador. O próprio apóstolo Pedro, em determinado momento, foi
chamado de satanás por Jesus, porque naquele momento ele agia mal. Sendo assim,
Ademar, segundo a orientação espírita, não devemos ver neste episódio do
coronavirus mais do que outro desafio que a humanidade precisa aprender a
enfrentar. Não para se perder, mas para crescer, como veio crescendo através
dos séculos, depois de ter vencido muitos obstáculos perigosos.
Nós é que precisamos tirar uma lição de tudo
disso. Já temos a dengue, o zika, a chicungunha, a febre amarela, o sarampo –
outras tantas epidemias nos rondando. Será que temos aprendido a nos defender?
Será que temos mudado nossos hábitos para ter uma vida mais saudável e mais
segura? O que temos feito em nosso favor? O que temos feito pelo bem maior, que
é a coletividade? Agora, Ademar, é o COVID-19. Será que saberemos atender os
que as autoridades de saúde está recomendando?
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