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quinta-feira, 30 de abril de 2020

VETO DO DESTINO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Aproximava-se do final o ano de 1982. A maratona dos candidatos às eleições legislativas e para governança estadual do Brasil era intensa, pois, as campanhas entravam na reta final. Depois de uma sexta-feira marcada por vários encontros políticos pelo interior do Paraná, o jovem parlamentar Heitor de Alencar Furtado, juntamente com um assessor que o acompanhava, após abastecerem o veículo em que viajavam num posto na cidade de Mandaguari, atendeu à sugestão do acompanhante, para que ali mesmo, estacionassem, procurando descansar, dormindo um pouco. A madrugada do dia 22 de outubro avançava e, a certa altura, uma viatura policial abordou-os, e Heitor, despertando, talvez, num movimento brusco, levou um dos soldados da patrulha a disparar um tiro que o atingiu fatalmente. A notícia teve ampla repercussão, provocando comoção em todo País, colocando em evidência e discussão, o despreparo policial. O inesperado da perda, a violência, a perplexidade e a dor, levaram, quarenta dias depois, a mãe, Miriam, advogada e professora, e o pai, José Alencar Furtado, deputado federal cassado, quando líder da oposição na Câmara, a se juntarem ao grande número de pessoas presentes numa das reuniões do Grupo Espírita da Prece, em Uberaba, Minas Gerais, muitos ansiosos e esperançosos por notícias de entes queridos dos quais se separaram pelo inesperado fenômeno da morte. Seus esforços foram compensados ao ouvir, entre outras psicografadas por Chico Xavier, naquela noite/madrugada, a emocionada e reveladora carta de Heitor. Hábil com as palavras, o político desencarnado aos 30 anos, diz no início de seu texto: “- Estamos na situação que, em verdade, não prevíamos. No plano físico a inteligência não se entrega a qualquer cuidado diante das ideias da morte. E é uma pena que não se tenha por aí alguma ponta de esclarecimento sobre o assunto tão grave, quão inevitável. As religiões  nos deixaram quase sozinhos. Não fomos nós que as largamos desprevenidos e é muito difícil para o homem integrado nos seus próprios ideais refletir sobre os problemas da morte. Não posso queixar-me quando a complicação é de tantos”. O comentário/desabafo reveste-se de profundas verdades. As religiões, de maneira geral, demasiadamente preocupadas com as questões temporais, distanciaram-se das espirituais. No tocante à morte e seus desdobramentos, por sinal, não tem nada a dizer a não ser palavras vazias e evasivas, presas a dogmas e fantasias milenares. Heitor, prossegue: “- Deixemos as divagações e vamos ao que nos interessa objetivamente. A sexta-feira fora de muita atividade e a estafa provisória nos apanhou em caminho. Tão fatigado me via, que nosso Fábio me aconselhou o repouso rápido. Não resisti ao apelo. Desligamos o motor e, com naturalidade como se estivéssemos em nossa própria casa, curtimos a pausa, que nos apareceu necessária e oportuna. Acredito que o amigo velava, enquanto o sono me anestesiava a mente e os nervos cansados. Sinceramente, não conseguiria imaginar que alguém nos tomasse por malfeitores potenciais. Entretanto, de lado, conterrâneos ou amigos nossos espreitavam o carro parado com dois homens que não conhecíamos de imediato. O que se seguiu sabem todos. Os homens armados chegaram com vozes altas. Acordei surpreendido e notei, mais com a intuição do que com a lógica, que os recém-chegados eram pessoas inofensivas, tão inofensivas que um deles tocou a arma sem saber manejá-la. O projétil me alcançou sem meio termo e, embora o tumulto que se estabeleceu, guardei a convicção de que o tiro não fora intencional. O olhar ansioso daquele companheiro a desejar socorrer-me, sem qualquer possibilidade para isso, não me enganava”. Esse trecho da carta influenciou a decisão final do julgamento havido em 26 de setembro de 1984, no Fórum de Mandaguari, onde tramitou o processo contra o soldado responsável pelo tiro, já que a mensagem foi incluída como prova documental pela defesa. Detalhando suas percepções do dramático momento, Heitor escreveu: “- Refletimos, pais dedicados e amigos, em nossa querida Evelyn, mas isso foi por um instante rápido. A cabeça pendeu sem força para equilibrar-se nos ombros e os raciocínios se misturaram numa estranha gama de sofrimento e esperança, até que o sono me envolveu de todo. Pai, é preciso muita força, para que a gente se veja assim sem ideias para o controle próprio. Escutava os gritos e as reclamações em derredor, mas tudo se distanciou de mim e fiquei só  com a minha sonolência a me mergulhar na inconsciência total. Sonhei que me carregavam para sítio diferente da paisagem de Paranavaí, no entanto estava inabilitado a formular perguntas. “-Seria aquilo a morte?” indagava a mim mesmo. Entretanto, o tempo não me proporcionou qualquer ensejo a novas perquirições e dormi profundamente até que despertei sob as atenções de um amigo que me seguia os movimentos. Depois do assombro natural, vim a saber que estava diante do vovô Heitor, nada mais que isso(..). Recebera o veto do destino”.

   Roberto diz que está preocupado com a propagação da COVID 19 e com tudo que vem acontecendo ao redor do mundo. Ele cita, ao mesmo tempo, as curas feitas por Jesus, conforme narram os evangelhos e pergunta por que os Bons Espíritos, que se preocupam tanto com a humanidade neste momento de aflição, não revelam de uma vez o remédio para a cura dessa doença. Ele diz que, se isso acontecesse, ficava definitivamente comprovada a existência dos Espíritos e da vida espiritual...
Interessante sua observação. Mas não é dessa maneira tão simples que a humanidade evolui. Hoje, com as pesquisas científicas, está mais do que comprovado que a principal alavanca do progresso da humanidade é a necessidade, é a dor e, muitas vezes, a aflição. Todos fomos criados simples e ignorantes, mas com capacidade para desenvolver elevados dotes de sentimento e de inteligência. Se Deus nos tivesse feito perfeitos, qual seria nosso mérito em amar? Se todas as respostas estivessem em nossas mãos, o que nos restaria fazer nesta vida?
 Veja. Parece contraditório, mas o lírio branco e perfumado nasce do charco imundo e lodacento. O Espiritismo nos ensina que estamos neste mundo para aprender e progredir, e não há aprendizado e nem progresso sem experiências. Depois de rastejar pelo chão, a criança consegue se levantar e, em seguida, dar os primeiros passos e caminhar; mas tudo isso com muito esforço e sacrifício, vencendo a barreira do medo e aprendendo a cair e se levantar, aprendendo enfim a confiar em si mesma – e isso tudo com a ajuda dos adultos pois, sem eles, ela sequer sobreviveria. Esse é o caminho da evolução.
 As curas, que Jesus promoveu, também não fugiram às leis da natureza. Elas encantaram multidões e até hoje deixam muitos boquiabertos, mas Jesus estava utilizando de um recurso de que a expressiva maioria das pessoas não dispõe, pois o processo curativo, na ordem espiritual das coisas, não vem de fora, mas de dentro de cada um. “O reino de Deus está dentro de vós”,  “A tua fé te curou”- ele dizia, mas até hoje temos imensa dificuldade de construir esse reino interior e de cultivar essa fé, confundindo-a com meros poderes mágicos.
  Desde a codificação da Doutrina Espírita, há mais de 160 anos, sabemos que a Espiritualidade Superior tem nos estimulado a caminhar para frente, tanto em nosso progresso material, quanto em nosso progresso moral. Intelectualmente temos andado mais depressa, mas o abismo entre o moral e o intelectual ainda nos impede de vencer importantes etapas. O que os Espíritos podem fazer é o que sempre fizeram: inspiraram os homens a encontrar o melhor caminho. É o que, certamente, estão tentando fazer.
 Não podem fazer mais que isso, porque quem precisa evoluir somos nós. Quem precisa desenvolver a arte de curar somos nós: por isso temos a medicina. Imagine se o professor, na ânsia de querer que seus alunos sejam todos aprovados, forneçam a eles o resultado das questões antes da prova: é o professor quem ensina, mas para aprender os alunos devem caminhar com seus próprios pés. No primeiro capítulo de A GÊNESE, Allan Kardec afirma em alto e bom som:  “Os Espíritos não fazem pelo homem aquilo que o homem pode fazer por si mesmo”.
 Do contrário, não precisaríamos de estudo, de escola ou de ciência: tudo cairia em nossas mãos, e não haveria por que evoluir. A necessidade da evolução é uma disposição intima de cada um de nós, de cada povo e de toda humanidade que, aliás, ao longo de sua história, já enfrentou toda espécie de calamidade, sempre as forças da natureza se levantam para colocar à prova a sua capacidade de se superar e evoluir.


















quarta-feira, 29 de abril de 2020

UNIVERSO; LEMBRETES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR






Vi uma notícia dizendo sobre um grupo de pessoas que está sendo preparado para rituais de exorcismos. O padre afirmou que eles estão fazendo o que Jesus fez, porque Jesus expulsou o demônio. Os espíritas não acreditam em demônio, mas também expulsam espíritos maus. Não é a mesma coisa?” – Pergunta da Daniela Suely de Oliveira)
  Há, de fato, nos evangelhos episódios referentes ao afastamento de espíritos maus de que Jesus se ocupou também. Os judeus do primeiro século acreditavam na existência do demônio como uma força especial do mal que se opõe a Deus. Essa crença vinha com o Zoroastrismo, na época em que os hebreus estiveram sob o domínio do império persa.
 Havia, naquele povo e naquela época, dois mil atrás, muitas crenças que, nas mais das vezes, ajudavam a aliviar o sofrimento do povo que, por sua vez, vivia procurando uma solução mágica para seus problemas. As doenças eram um grande problema, pois a medicina era muito precária. Acreditava-se, por exemplo, que as doenças eram causadas pelo demônio e que, expulsando o demônio, o paciente se curava.
 Embora em se tratando de uma visão simplista de vida, como também têm nossos índios, a crença no demônio tinha seus efeitos benéficos, embora não lhes trouxessem soluções definitivas. Jesus, no entanto, profundo conhecedor da psicologia humana, procurou não contrariar de frente essas ideias, talvez porque não visse condições de substituí-las por outra melhor naquele momento, sem abalar a fé do povo.
 Por isso mesmo, orientou seus apóstolos para o ajudarem nesse processo de desobsessão  (afastamento de espíritos inimigos) e, em algumas situações, mostrou que é possível afastar más influências espirituais combinando a fé com o amor. É o que faz hoje o Espiritismo, embora afirmando que demônio seja todo Espírito mal intencionado que se investe contra alguém.
 Todavia, a ideia de um reino do mal não existe no Espiritismo. Aliás pensar num poder do mal, capaz de encarar e enfrentar o poder do bem (que é Deus), é uma contradição lógica, pois, se tudo foi criado por Deus, tudo a Deus pertence e, como Ele é o poder e a bondade suprema, nada e nem ninguém tem o poder de se afastar de seu domínio, mesmo praticando maldades. Se isto acontecesse, Deus não seria todo poderoso, não seria bom e, portanto, não seria deus.
 Logo, para o Espiritismo só existe um poder e, portanto, um comando. O que nós chamamos de mal é apenas uma circunstância incidental, ou seja, decorre dos Espíritos imperfeitos que não atinaram para o caminho de sua própria felicidade. Esses Espíritos – e nós estamos entre eles – ainda não desenvolveram um senso capaz de compreender as Leis de Deus. Por isso,  cometem erros, causam sofrimentos aos outros e a si mesmos, sem, no entanto, perder a condição de filhos de Deus.
 Em última instância podemos dizer que os demônios somos nós, quando odiamos, quando somos indiferentes às necessidades de nossos irmãos, quando causamos prejuízos, quando não atinamos para o verdadeiro significado da vida.  Mas, como Jesus nos recomendou amar os inimigos, os demônios, que são os maiores inimigos, também devem ser amados, pois são nossos irmãos.
 Por outro lado, Daniela, a abordagem que o Espiritismo faz em relação aos Espíritos perturbadores ou perversos é diferente daquela que fazem os exorcistas. Para nós, o Espírito mau tem mais de ignorância do que de maldade. Nós, espíritas, os colocamos na mesma condição dos algozes que sacrificaram Jesus, lembrando que o Mestre não se revoltou contra eles, mas, pelo contrário: em seus últimos momentos, elevando seu pensamento a Deus, rogou por eles, dizendo: “ Pai, perdoa-os, porque eles não sabem  o que fazem”. Do mesmo modo, o que temos no centro espírita não é exorcismo, mas um processo de desobsessão, em que procuramos não apenas afastar o Espírito perturbador, que consideramos espiritualmente doente, mas ajudá-lo a reconhecer seus erros e voltar-se para Deus.

















REFLETIR E VIGIAR, SEM PAIXÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


A grande quantidade de obras mediúnicas atualmente publicadas em nome do Espiritismo, semeando “revelações” de conteúdo duvidoso e discutível, empolga leitores sem conhecimentos mais aprofundados e editores ávidos de investimento com retorno garantido. O surrealismo de algumas obras bem demonstram, o quanto os interesses dos que trabalham contra o progresso espiritual das criaturas se evidencia. Os 50 anos que nos separam da opinião – “os milhões de Espíritos inferiores que cercam a Humanidade possuem seus médiuns, impossível negar isso” -, colhida pelo Espírito André Luiz junto ao também Espírito Gabriel Delanne, no dia 20 de agosto de 1965, em Paris, França, e reproduzida no livro ENTRE IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS, (1965, feb) mostram o acerto do comentário. Na seção Instruções do Espíritos do numero de dezembro de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, encontramos interessante e atualíssima mensagem escrita pelo Espírito Erasto, através do médium Sr. D’Ambel, em fevereiro daquele ano, confirmando isso. Identificando-se como um discípulo de São Paulo, apóstolo, Erasto desempenhou importante papel nos bastidores espirituais da Codificação, tendo 15 de seus trabalhos incluídos por Kardec, em diferentes edições da REVISTA ESPÍRITA, além de opiniões n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS e textos n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Entre as observações contidas na extensa mensagem intitulada Os Conflitos, destacamos: - “Há no momento uma recrudescência de obsessão, resultado da luta que, inevitavelmente, devem sustentar as ideias novas contra seus adversários encarnados e desencarnados. Habilmente explorada pelos inimigos do Espiritismo, a obsessão é uma das provações mais perigosas que ele terá de sofrer, antes de se fixar de maneira estável no espírito das populações; assim, deve ser combatida por todos os meios possíveis e, sobretudo, pela prudência e pela energia de vossos guias, espirituais e terrestres. De todos os lados surgem médiuns com supostas missões, chamados, ao que dizem, a tomar em mãos a bandeira do Espiritismo e plantá-la sobre as ruinas do Velho Mundo (...). Não há individualidade, por medíocre que seja, que não tenha encontrado, como Macbeth, um Espírito para lhe dizer: -“Tu também serás rei”, e que não se julgue designada a um apostolado muito especial. Há poucas reuniões íntimas e, mesmo, grupos familiares, que não tenham contado entre seus médiuns ou seus simples crentes, uma alma bastante enfatuada para se julgar indispensável ao sucesso da grande causa, muito suntuosa para se contentar com o modesto papel de obreiro, trazendo a sua pedra do edifício. Quase todos os médiuns, em seu início, são submetidos a essa perigosa tentação. Alguns resistem; mas muitos sucumbem, ao menos por algum tempo, até que cheques sucessivos venham desiludi-lo (...). E que querem certos Espíritos da erraticidade fomentando, entre as mediocridades da encarnação, essa exaltação do amor próprio e do orgulho, senão entravar o progresso”. Citando aqueles que revelam certos acontecimentos que se vão realizar, fixando épocas, precisando datas; outros, que prometem fortuna fácil, descobertas maravilhosas, a glória, honrarias, enfim, numa palavra, Espíritos perversos, considera que nada mais fazem que explorar todas as ambições e cobiças dos homens. Aponta como principal resultado dessas ações, “as decepções, os dissabores, o ridículo, por vezes a ruína, justa punição do orgulho presunçoso, que se julga chamado a fazer melhor que todo mundo, desdenha os conselhos e desconhece os verdadeiros princípios do Espiritismo”. Destaca que “o número dos médiuns é hoje incalculável e é desagradável ver que as almas se julgam os únicos chamados a distribuir a verdade ao mundo e se extasiam ante banalidades que consideram monumentos (...). Como se a verdade tivesse esperado sua vinda para ser anunciada. Alerta: -“É urgente que vos ponhais em guarda contra todas as publicações de origem suspeita, que parecem, ou vão parecer, contrárias a todas as que não tivessem uma atitude franca e clara, e tende como certo que muitas são elaboradas nos campos inimigos do Mundo visível ou no invisível, visando a lançar entre vós os fachos da discórdia(..) Tende igualmente como certo que todo Espírito que a si mesmo se anuncia com um Ser superior e, sobretudo, como de uma infalibilidade a toda prova, ao contrário, é o oposto do que se anuncia pomposamente”. Finalizando sua comunicação, Erasto, otimista, avalia que “esse conflito, é inevitável, porque o homem é manchado de muito orgulho e egoísmo, para aceitar sem oposição uma verdade nova qualquer; digo mesmo que esse conflito é necessário, porque é o atrito que desfaz as ideias falsas e faz ressaltar a força das que resistem. Em meio a esta avalanche de mediocridades, de impossibilidades e de utopias irrealizáveis, a Verdade, esplendida, espalhar-se-á na sua grandeza, e, na sua majestade”.

  Uma mãe, que por motivos óbvios não quis se identificar, telefonou para colocar o seu drama, dizendo: “Tenho um filho que usa droga. Já fiz de tudo: já briguei muito com ele, levei-o ao médico, fez tratamento, mas começou tudo de novo. Existe algum meio de me ajudar através do Espiritismo?”

 Trata-se de um problema complexo, prezada mãe, que não comporta nenhuma solução mágica ou milagrosa, mas também não pode ser abandonado. Além de todas as providências que a senhora vem tomando quanto o tratamento médico, além das orações por seu filho que devem ser constantes, seria interessante encaminhá-lo para a vivência de algo superior. Algo superior significa buscar uma visão nova da vida e de si mesmo.
 As grandes mudanças de comportamento só ocorrem quando elas acontecem no coração das pessoas. Logo, é uma mudança de dentro para fora e não uma imposição como uma ordem ou uma determinação. Por isso, recomendamos aos pais encaminharem seus filhos para uma formação religiosa, seja de qualquer religião, não se esquecendo, porém, que religião começa em casa.  No Espiritismo, procuramos dar acolhida a esses casos, quando o jovem demonstra interesse e quer se libertar do domínio das drogas.
 Não é uma solução mágica, como lhe dissemos, mas uma tentativa de tocar seu coração, depois de lhe apresentar uma visão mais ampla e profunda da vida. Quase sempre as pessoas, que se deixam dominar pelas drogas, ainda estão muito presas às vantagens imediatas da vida e, quando perdem a perspectiva de uma vida mais fácil e prazerosa, desiludem-se de si mesmas e passam a cultivar as grandes sensações  As drogas provocam um tipo de alienação, de fuga da realidade, com consequências catastróficas.
 Contudo, seus efeitos são fascinantes, porque tiram a pessoa da realidade que ela não quer enfrentar, para jogá-la depois numa realidade ainda mais decepcionante e sofrida, de que inicialmente elas nem suspeitam, pois teimam em acreditar que estão no caminho certo. Não há como removê-la de seu intento, se não convencê-la de que existe algo muito mais fascinante do que apenas esta vida e de que Deus quer a nossa felicidade e não a nossa desgraça.
 Encaminhando à Doutrina Espírita, a senhora está lhe oferecendo um instrumento eficaz para a sua libertação. Mas é preciso envolvê-lo e trazê-lo à realidade, para descobrir-se quem é, o que está fazendo aqui na Terra e para onde vai depois desta vida. Este trabalho é do centro espírita, prezada mãe.  Lá temos um grupo de pessoas que podem atender, conversar e procurar tocar o entendimento e o coração de seu filho e de toda a família. No Caminho de Damasco atendemos todos os dias, a partir das 17 e 30, menos na quinta-feira. Além do mais, temos a Biblioteca Batuíra que conta com livros sobre o assunto.