Ainda sobre o coronavirus, a Ana Luiza Bonfanti, diz que, aos 70 anos de idade, nunca viu o mundo todo passar por uma situação tão complicada por causa de uma doença. Cada vez que vê o noticiário, ela percebe que todos estão com muito medo do coronavirus e que os governos estão apavorados, tomando medidas drásticas que nem eles mesmos sabem se vão vencer essa doença e, se vencerem, como ficará o mundo depois. Ana acha que a humanidade toda está ameaçada e chegando ao apocalipse.
Segundo a visão
espírita, Ana, não há dúvida quanto à gravidade deste momento que, na verdade,
é mais uma dessas experiências que vêm chamar atenção para a necessidade de reformas
(principalmente no campo do comportamento humano) e dar um impulso na marcha
evolutiva da humanidade. Não cremos no fim do mundo, como muita gente apregoa,
quando interpreta ao pé da letra os textos bíblicos, mas cremos na necessidade
dessas grandes comoções para impulsionar as mudanças. Acreditamos, segundo Allan Kardec, no fim de
um mundo antigo para o início de um mundo novo, como veio acontecendo ao longo
da História.
Essas grandes comoções,
que abalam o mundo e causam grandes prejuízos para a humanidade, principalmente
na área econômica, sempre aconteceram, justamente porque a lei do progresso nos
impõe a necessidade de mudança para uma vivência mais cooperativa, mais
fraterna, apesar do egoísmo e do orgulho, muito próprio da nossa condição
moral. No capítulo Lei do Progresso de O
LIVRO DOS ESPÍRITOS, temos uma resposta para esse problema, quando Kardec
afirma que, no caminhar da humanidade através dos séculos, há dois tipos de
progresso.
O primeiro é aquele que se dá no dia a dia da
vida de todos os indivíduos, de todas as coletividades e todos os povos e que
vem ocorrendo à medida que o homem amadurece, encontrando soluções para os
problemas imediatos. E segundo, aquele que vem em decorrência de grandes abalos
naturais ou sociais, de uma grande comoção, inclusive as doenças que se
alastram pelo mundo, e que vêm mostrar que, nós humanos, não temos tanto poder
assim. As leis da natureza funcionam independente de nossos interesses e
conveniências.
Estamos vivendo este segundo tipo de situação,
pois a pandemia do COVID 19 está nos obrigando a tomar outros rumos, a buscar
soluções de que não soubemos utilizar antes, ( principalmente no avanço da
medicina preventiva) , a perceber que
todos dependemos uns dos outros, que não há povo superior ou inferior, e que é
a cooperação entre todos, a necessidade de buscarmos soluções comuns, que nos
levarão a compreender que a salvação do mundo está na vivência cooperação,
segundo os princípios ensinados por Jesus e outros grandes mestres.
Essa movimentação inigualável que estamos
vendo em 2020. em busca de saída para o nosso problema, caracteriza um momento
único na História, Ana, até porque no passado mais distante não só nos faltava uma
visão mais ampla do problema, como os recursos de que hoje podemos dispor –
como, por exemplo, no setor de atendimento à saúde. A ameaça do novo
coronavirus não é tão diferente das várias pandemias que ocorreram no passado.
A diferença, entre a peste negra, o cólera e a gripe espanhola (apenas para
citar algumas) e a COVID 19 diz respeito muito mais ao momento da História do
que à gravidade das doenças.
Pouca gente leva em consideração que, nos
meados do século XIV (por volta de 1350, portanto), uma pandemia devastadora assolou
o mundo, a chamada peste negra. Segundo os registros, ela matou de 75 a 200
milhões de pessoas na Ásia e na Europa, causando sérios problemas sociais e
econômicos. Contudo, naquela época, não tínhamos o conhecimento que temos hoje
e tampouco os governos se sentiam tão responsáveis pela vida de seus cidadãos.
A medicina era incipiente, nada se sabia sobre vírus e bactérias, não havia
cuidados higiênicos, muito menos saneamento básico. A comunicação e o
transporte eram extremamente precários.
Quando uma epidemia surgia, ela já vinha com
tudo, levando milhares de pessoas completamente desavisadas. Nem havia tempo de
se prevenir. A ignorância era maior, a pobreza maior ainda. Desse modo, a
doença se generalizava de tal maneira, causando milhões de vitimas, enquanto a
outra parte criava suas defesas naturais, até que a sociedade adquirisse uma
certa imunidade à doença. Imagine se o coronavirus atacasse o mundo naquela
época, quantos milhões de pessoas não sucumbiriam. Desse modo, o processo de
defesa, por absoluta falta de assistência médico-hospitalar, ocorria
naturalmente.
Hoje, em pleno século XXI, após um longo
período em que a humanidade amadureceu, a ciência e a tecnologia se
desenvolveram, criando melhores de condições de atendimento à população e com o
avanço extraordinário da comunicação que nos põe em contato com todo o mundo,
já temos condições de poupar muitas vidas e não deixar a doença se alastrar descontroladamente.
A medicina preventiva vem ao encontro da população, através da ação dos
governos, para defender a vida e evitar que milhões continuam sendo vítimas de
pandemias.
Por isso, Ana, a necessidade de toda essa
movimentação, esse reboliço todo no mundo, e todas essas providências ( que nunca
aconteceram antes, porque não estávamos preparados para minimizar os efeitos da
pandemia) e que certamente estão causando grande desconforto à população, mas
que acabam sendo necessárias, não só para defender a vida de milhões de pessoas,
mas para que a humanidade (acuada) vá desenvolvendo novos hábitos, novas formas
de conviver, compreender e amadurecer a necessidade da cooperação e da
fraternidade.
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