No Evangelho há um sermão em que Jesus fala de sua segunda vinda e do fim do mundo, quando a Lua perderá seu brilho, o Sol escurecerá, as estrelas cairão do céu e as potências do Céu serão abaladas. Muita gente acredita que esta foi uma forma de dizer que, quando estiver próxima a sua volta, muitas calamidades vão acontecer no mundo. A epidemia do coronavirus, que fez o mundo praticamente parar, não seria um sinal?
Para o
Espiritismo, conforme lemos nas obras de Allan Kardec, especialmente na Gênese
(seu último livro), quando Jesus anuncia seu segundo advento, ele não diz que
virá à Terra com um corpo carnal e nem afirma que será ele o Consolador. Ele se apresenta como devendo vir em Espírito
( ou seja, na glória do Pai), quando a verdadeira justiça será estabelecida.
Kardec afirma que esse cenário do chamado fim dos tempos é um quadro alegórico.
As imagens, que Jesus criou com sua fala, serviram para impressionar a mente
humana, ainda pouco desenvolvida, que precisava de imagens fortes para perceber
a importância de sua mensagem.
“Será
o fim do mundo que Jesus anuncia e quando diz ‘ após o evangelho ser pregado
por toda a Terra, então chegará o fim?” – pergunta Kardec, em A GÊNESE, e ele
mesmo responde: “Não é racional supor
que Deus destrua o mundo, exatamente quando este venha a entrar no
caminho do progresso moral pela prática dos ensinamentos do evangelho. Aliás,
nada nas palavras do Cristo indicada uma destruição universal, que não se
justificaria em tais condições”. E Allan
Kardec conclui:
“A
prática do Evangelho, devendo resultar na melhoria do estado geral dos Seres
humanos, trará por si mesmo o reino do bem e resultará na queda do reino do
mal. É, pois, “o fim do mundo velho”, governado pela incredulidade, pela
cupidez e todas as más paixões a que Jesus se refere quando diz: Quando o Evangelho for pregado por toda a
Terra, então o fim chegará”.
Segundo um estudo de pesquisadores
da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o período mais dramático que a
humanidade conheceu foi o século VI, sendo o ano 536, com certeza, o mais
terrível na história. levando populações a acreditar que, finalmente, havia
chegado o tão anunciado fim do mundo. De acordo com Michelle Star, isso
aconteceu durante o 10º ano do reinado do Imperador Bizantino Justiniano, o
Grande. Registros deixados por historiadores da época atestam o Sol perdeu seu
brilho habitual e ficou parecido com a Lua ou como se estivesse em um eterno
eclipse durante o ano todo.
Os
cientistas dizem que, devido a mudanças climáticas, a natureza se mostrou furiosa. As evidências apontaram que ocorreu um grande
acúmulo de cinzas vulcânicas e fragmentos de gelo na atmosfera — indicando a
ocorrência de uma violenta erupção. Quatro anos depois devido à acentuada queda
nas temperaturas globais, caiu sensivelmente a produção de alimentos,
mergulhando o planeta em um período de frio e fome, E no ano seguinte uma
pandemia semelhante à Peste Negra se alastrou pelo mundo, provocando a morte de
milhões de pessoas. Mas, ao contrário do que muitos esperavam, o mundo não se
acabou.
As grandes calamidades naturais – inclusive
as epidemias e as pandemias, como a causada pelo coronavirus – que, na verdade,
sempre existiram - continuam sendo sinais de alerta para que o
ser humano, cada vez mais próximo de sua transformação moral, se sensibilize
quando à necessidade de retomar seu caminho para que uma nova mentalidade se
instale sobre a Terra: a preponderância do bem sobre o mal. O Espiritismo vem
falando, desde a sua constituição, nesta fase mais acelerada de transição, que
começou na metade do século XIX e que se manifesta de forma cada vez mais
ostensiva neste início do século XXI.
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