Intrigado ante o dado
revelado pelo Espírito Emmanuel (1952) segundo o qual mais de 20
bilhões de Espíritos desencarnados evoluem no Planeta Terra, alguém
indaga como pode ser isso nestes tempos em que a densidade demográfica da nossa
Dimensão aproxima-se dos 8 bilhões. Estariam todos na
periferia da realidade em que vivemos? O acesso a outras informações
auxilia-nos na compreensão dessa duvida. Mergulhando na História omitida pela
escola religiosa dominante do pensamento da Humanidade no lado Ocidental
encontramos que os Celtas - que dominaram o que conhecemos como Europa antes do
surgimento do poderoso Império Romano - considerava existirem 3 Esferas a circundarem a Terra numa realidade invisível aos
olhos comuns de onde as criaturas humanas partem em busca de experiências que
lhes promoverão a evolução, bem como, para onde retornam após a chamada morte.
A ânsia de poder, contudo, escondeu esta e outras informações por 19 séculos.
Uma tentativa de abrir nossas mentes para a realidade foi preservada numa obra
do século XV, publicada em 1472, assinada Dante Aleghieri que em experiências
que muitos classificariam de místicas no livro DIVINA COMÉDIA se serve da ideia dominante do Céu, Inferno, Paraíso
dividindo em 9 níveis cada uma das
que visitou conduzido pelo Espírito Virgílio na busca de uma sua paixão de nome
Beatriz. Os controladores da cultura a consideram apenas uma obra literária,
marco inicial na historia da literatura italiana. No século 20, porém, vários
médiuns e Espíritos ampliaram nossa compreensão. As obras do Espírito André
Luiz através de Chico Xavier é fonte substancial aos que buscarem se
aprofundar. Na primeira delas, NOSSO LAR, encontramos no capítulo 44, e
explicação de Tarcisio ao autor do livro dizendo que “naturalmente, como aconteceu a nós outros, você situou como região de
existência, além da morte do corpo, apenas os Círculos a se iniciarem da
superfície do Globo para cima, esquecido do nível para baixo. A vida, contudo,
palpita na profundeza dos mares e no âmago da Terra. Além disso, há princípios
de gravitação para o Espírito, como se dá com os corpos materiais. A Terra não
é somente o campo que podemos ferir ou menosprezar, a nosso bel-prazer. É
organização viva, possuidora de certas leis que nos escravizarão ou libertarão,
segundo nossas obras. É claro que a alma esmagada de culpas não poderá subir à
tona do lago maravilhoso da vida”. Mais à frente,
acrescenta: - Qual acontece a nós outros, que trazemos em nosso íntimo o superior e
o inferior, também o Planeta traz em si expressões altas e baixas, com que
corrige o culpado e dá passagem ao triunfador para a vida eterna. Você sabe,
como médico humano, que há elementos no cérebro do homem que lhe presidem o
senso diretivo. Hoje, porém, reconhece que esses elementos não são propriamente
físicos e sim espirituais, na essência. Quem estime viver exclusivamente nas
sombras, embotará o sentido Divino da direção. Não será demais, portanto, que
se precipite nas Trevas, porque o Abismo atrai o abismo e cada um de nós
chegará ao local para onde esteja dirigindo os próprios passos. Décadas
depois, Chico Xavier confirma a estrutura acima do, digamos, ‘assoalho’
do Planeta chamado pelos Espíritos desencarnados de Crosta apresentado pela
médium Heigorina Cunha no livro IMAGENS
DO ALÉM (ide). Segundo ela, acima do ponto em que nos encontramos existem
sete Esferas, com as seguintes funções: A
primeira, onde pisamos e respiramos, que nos envolve e convive conosco,
é o Umbral grosso, de muito sofrimento, onde o mal praticamente impera; a segunda abriga as instituições espirituais conhecidas
como Moradias, das quais nos falou André Luiz, que mesmo em sendo ainda Umbral,
a Vida Espiritual já é mais amena, conquanto o sofrimento dos Espíritos que por
ali estagiam; a terceira Esfera, ainda Umbral,
embora em seus limites extremos, é onde está a cidade espiritual conhecida pelo
nome de NOSSO LAR, e é cor de ouro; a quarta Esfera. Estão aí os Espíritos encarregados das
Artes em geral, Cultura e Ciência; a quinta Esfera,
onde estagiam Espíritos que sublimaram os sentimentos; a sexta Esfera onde estão os Espíritos que mantém
contato com a Diretriz do Planeta, que decide os grandes planos da Vida Planetária;
a Esfera externa, aberta para o Infinito, para
os outros mundos e constelações, um verdadeiro Céu por representar libertação
do Espírito no Cosmo Universal. Muito nos falta, ainda, para chegarmos à última Esfera. Teremos que nascer e renascer muitas
vezes, até que cheguemos a entender a beleza suprema da Luz e nos integrarmos
na grande família universal. No mesmo trabalho, Chico dentro daquela sabedoria
que o caracterizava sugere para entendermos a representação gráfica dessa
estrutura: Chico Xavier - Se
cortarmos ao meio uma cebola, teremos essa visão, de uma Esfera dentro da
outra.
Como
estamos passando por uma experiência inusitada – que é a propagação do novo
coronavirus, que já fez milhares de mortes em todo o mundo, fomos buscar em
nossos arquivos uma questão, apresentada anos atrás por uma ouvinte, e que está relacionada diretamente
com o problema atual. Na época, o
comentário da ouvinte foi o seguinte: “Sou espírita, mas confesso que tenho
dificuldade em entender o que a ciência médica representa para o Espírito. Pelo
que entendi do Espiritismo, acho que quando uma pessoa precisa passar por uma
doença, seja ela qual for, porque essa doença está no seu plano de vida, nenhum
recurso da medicina será suficiente para mudar o rumo de sua vida. Se essa
pessoa tiver que morrer dessa doença, e isso está no seu carma, a medicina não
conseguirá a cura. Gostaria de fizessem um comentário sobre este assunto”.
Um dos pilares da Doutrina Espírita é o
princípio filosófico da fé raciocinada e, a partir dessa fé que sempre leva em
conta os argumentos da razão, a doutrina deve marchar lado a lado com a
ciência, donde se pode concluir que realmente nada acontece por acaso. Quando o Espírito reencarna, ele
vem com um objetivo a ser atingido nesta vida, mas nem tudo que vai acontecer
com ele está definitiva ou minuciosamente determinado. Por exemplo, o suicídio.
Se o individuo decidir suicidar-se, com certeza, ele contrariou seu plano de
vida, pois todos nascemos para aprender a amar e evoluir espiritualmente, e um
ato violento como o suicídio contraria a lei do amor - a começar, do amor a si mesmo.
Ora,
nós demos o exemplo do suicídio porque o suicídio é o fato mais chocante na
vida de qualquer pessoa e de qualquer família, pois ele contraria frontalmente
a lei da vida. Mas poderíamos falar também dos pequenos suicídios que cometemos
no dia a dia, quando negligenciamos a saúde, quando nos entregamos aos
excessos, comprometendo nossa segurança e nosso bem estar físico. Desse modo, seguindo esta linha de
raciocínio, não é difícil entender que, quando deixamos de ter o devido cuidado
com a saúde – seja com a nossa saúde,
seja com a saúde dos outros – estamos transgredindo uma lei da natureza, que é
a Lei de Deus. A vida na Terra, por mais curta que seja, deve ser vivida em
toda sua extensão. Segundo o Espiritismo é a grande oportunidade de o Espírito
desenvolver suas potencialidades em busca da perfeição.
Por
outro lado, Deus sempre nos deu condições
para que pudéssemos estender o máximo nossa vida na Terra. É bem verdade
que, num passado muito distante, o ser humano vivia bem menos do que vive hoje,
tinha menos capacidade de compreender suas próprias necessidades e lutava
contra muitas adversidades. Mesmo assim, como ele ainda se encontrava na
infância de seu desenvolvimento intelectual, desde cedo descobriu meios que o
ajudavam a estender sua vida na Terra pelo maior tempo possível. Por exemplo:
os índios – os nossos índios brasileiros – descobriram na natureza os recursos
curativos das plantas, que muito os ajudaram a enfrentar enfermidades ou a
curar ferimentos. A busca pelo remédio está na natureza humana.
Ninguém desconhece que, nas tribos primitivas
– fossem do Brasil ou de qualquer parte do mundo – contavam com os feiticeiros,
pajés ou xamãs - homens dotados de percepções aguçadas e de faculdades
mediúnicas, que descobriam meios para aliviar as dores, combater as doenças,
além de dar mais segurança ao povo. Ora, Deus, na sua infinita sabedoria e
misericórdia, nunca nos deixou desamparados, embora – é claro! - no passado distante, por causa de nosso
atraso intelectual, a vida era mais simples e estávamos muito expostos a mais
agentes nocivos da natureza.
Com o
tempo – principalmente com o advento da Civilização – veio a Medicina. Não com
uma verdade pronta e acabada, definitiva e perfeita, mas como um caminho que,
ao longo dos séculos, o homem teria que percorrer para aperfeiçoá-la, sempre
descobrindo novos recursos terapêuticos, capazes de atenuar o sofrimento humano
no enfrentamento de epidemias e toda sorte de enfermidade. Espíritos de elevado
conhecimento reencarnaram na Terra para a missão de ajudar o homem a viver mais
tempo e alcançar melhor qualidade de vida.
Nunca tivemos uma medicina tão capacitada
como nos dias de hoje e, por certo, daqui a cinquenta, cem, duzentos anos e
mais, a medicina ainda contará com muito mais recursos do que atualmente,
porque, como tudo na vida humana, ela também segue o caminho da evolução. Logo,
a medicina é uma dádiva de Deus que vem através do próprio homem para
servir-lhe como protetora de saúde, como guia de uma vida saudável e responsável.
Porém, isso não quer dizer que a medicina
reúne todos os poderes, até porque a cura depende mais do paciente do que
propriamente do médico. É o paciente que se cura, como dizia Santo Tomás de
Aquino – teólogo católico. “A tua fé te curou” – dizia Jesus, para mostrar que,
na vida, cada um é responsável por si mesmo, tanto para se curar, como se
matar, tanto para se ajudar como para se prejudicar. É que a saúde não se
restringe somente ao corpo, pois o ser humano é um ser integral, corpo e alma.
Desse modo, para todo tratamento médico sempre deve haver um correspondente
tratamento espiritual. A oração é um
poderoso fator de cura. Não era isso que faziam os curandeiros das tribos
antigas?
Porém, num momento como este que estamos
vivendo, a primeira providência para a cura espiritual é a intervenção da Medicina,
que não devemos desprezar, pois desprezar as recomendações da medicina é o
mesmo que subestimar a nossa saúde e nos condenar à enfermidade ou à morte
prematura. Devemos seguir as orientações das autoridades médicas e, ao mesmo
orar, não só por nós, mas muito em favor de todos os professionais da saúde que
se mobilizam no mundo todo com seus esforços para encontrar o melhor caminho
para o nosso bem-estar.
Por outro
lado, todos sabemos do elevado nível de espiritualidade de Chico Xavier, um
homem que, apesar de todos os sofrimentos que passou, concluiu plenamente sua
missão e viveu nada menos que 92 anos. Como ele sempre viveu doente – quando
não era de uma coisa, era de outra – não raro alguém lhe perguntava sobre seu
estado saúde. Perguntavam ao Chico porque ele, que tinha uma missão tão nobre,
de total devotamente ao próximo, não era curado pelos Espíritos. Mas Chico
respondia que ele não gozava de nenhum
privilégio, pois era um ser humano como qualquer outro. E sobre a medicina, a
que recorria constantemente, ele disse:
“Os Espíritos acham que a Medicina é uma
ciência, que nos foi concedida pela Providência Divina, para que os males
orgânicos sejam aliviados e curados. Sabemos que medicina está evoluindo cada
vez mais para medicina psicossomática, compreendendo a importância da mente
sobre a vida orgânica. E os Espíritos amigos admitem que esse progresso da
ciência médica, neste setor, caminha para uma amplitude cada vez maior”.
E
continuou Chico: “Nos casos de problemas infecciosos (como a COVID 19,
acrescentamos) em tempo algum poderíamos dispensar os recursos da medicina
curativa ou preservativa, através da vacinação, com os ensinamentos da higiene,
tão completos quanto seja possível em benefício da humanidade. Os Espíritos nos ensinam a valorizar cada vez
mais a influência da oração em nossos processos de curam, mormente quando
estamos sob impactos emocionais muito fortes, que podem determinar a eclosão de
muita moléstia obscura”.
“Mas, ao
mesmo tempo, os amigos espirituais consideram que, com a permissão da Divina
Providência, a ciência de curar, professadas pelos homens, adquiriu
inimaginável adiantamento com pesquisas de amplo sucesso que nós não podemos desprezar.
Especialmente em cirurgia, o avanço da medicina, nos últimos anos, é
francamente espantoso”.
Desse modo, percebemos o quanto devemos à
medicina e aos cuidados que elas nos proporciona, não só para obter curas, mas
principalmente, nos dias de hoje, como o próprio Chico diz, para evitar
doenças, cabendo cada um de nós o esforço necessário para preservar a sua
saúde, contribuindo assim para a sua saúde em para o bem estar da coletividade.
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