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segunda-feira, 6 de abril de 2020

O PLANO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Intrigado ante o dado revelado pelo Espírito Emmanuel (1952) segundo o qual mais de 20 bilhões de Espíritos desencarnados evoluem no Planeta Terra, alguém indaga como pode ser isso nestes tempos em que a densidade demográfica da nossa Dimensão aproxima-se dos 8 bilhões. Estariam todos na periferia da realidade em que vivemos? O acesso a outras informações auxilia-nos na compreensão dessa duvida. Mergulhando na História omitida pela escola religiosa dominante do pensamento da Humanidade no lado Ocidental encontramos que os Celtas - que dominaram o que conhecemos como Europa antes do surgimento do poderoso Império Romano - considerava existirem 3 Esferas a circundarem a Terra numa realidade invisível aos olhos comuns de onde as criaturas humanas partem em busca de experiências que lhes promoverão a evolução, bem como, para onde retornam após a chamada morte. A ânsia de poder, contudo, escondeu esta e outras informações por 19 séculos. Uma tentativa de abrir nossas mentes para a realidade foi preservada numa obra do século XV, publicada em 1472, assinada Dante Aleghieri que em experiências que muitos classificariam de místicas no livro DIVINA COMÉDIA se serve da ideia dominante do Céu, Inferno, Paraíso dividindo em 9 níveis cada uma das que visitou conduzido pelo Espírito Virgílio na busca de uma sua paixão de nome Beatriz. Os controladores da cultura a consideram apenas uma obra literária, marco inicial na historia da literatura italiana. No século 20, porém, vários médiuns e Espíritos ampliaram nossa compreensão. As obras do Espírito André Luiz através de Chico Xavier é fonte substancial aos que buscarem se aprofundar. Na primeira delas, NOSSO LAR, encontramos no capítulo 44, e explicação de Tarcisio ao autor do livro dizendo que “naturalmente, como aconteceu a nós outros, você situou como região de existência, além da morte do corpo, apenas os Círculos a se iniciarem da superfície do Globo para cima, esquecido do nível para baixo. A vida, contudo, palpita na profundeza dos mares e no âmago da Terra. Além disso, há princípios de gravitação para o Espírito, como se dá com os corpos materiais. A Terra não é somente o campo que podemos ferir ou menosprezar, a nosso bel-prazer. É organização viva, possuidora de certas leis que nos escravizarão ou libertarão, segundo nossas obras. É claro que a alma esmagada de culpas não poderá subir à tona do lago maravilhoso da vida”.  Mais à frente, acrescenta: - Qual acontece a nós outros, que trazemos em nosso íntimo o superior e o inferior, também o Planeta traz em si expressões altas e baixas, com que corrige o culpado e dá passagem ao triunfador para a vida eterna. Você sabe, como médico humano, que há elementos no cérebro do homem que lhe presidem o senso diretivo. Hoje, porém, reconhece que esses elementos não são propriamente físicos e sim espirituais, na essência. Quem estime viver exclusivamente nas sombras, embotará o sentido Divino da direção. Não será demais, portanto, que se precipite nas Trevas, porque o Abismo atrai o abismo e cada um de nós chegará ao local para onde esteja dirigindo os próprios passos. Décadas depois, Chico Xavier confirma a estrutura acima do, digamos, ‘assoalho’ do Planeta chamado pelos Espíritos desencarnados de Crosta apresentado pela médium Heigorina Cunha no livro IMAGENS DO ALÉM (ide). Segundo ela, acima do ponto em que nos encontramos existem sete Esferas, com as seguintes funções: A primeira, onde pisamos e respiramos, que nos envolve e convive conosco, é o Umbral grosso, de muito sofrimento, onde o mal praticamente impera; a segunda abriga as instituições espirituais conhecidas como Moradias, das quais nos falou André Luiz, que mesmo em sendo ainda Umbral, a Vida Espiritual já é mais amena, conquanto o sofrimento dos Espíritos que por ali estagiam; a terceira Esfera, ainda Umbral, embora em seus limites extremos, é onde está a cidade espiritual conhecida pelo nome de NOSSO LAR, e é cor de ouro; a quarta Esfera. Estão aí os Espíritos encarregados das Artes em geral, Cultura e Ciência; a quinta Esfera, onde estagiam Espíritos que sublimaram os sentimentos; a sexta Esfera onde estão os Espíritos que mantém contato com a Diretriz do Planeta, que decide os grandes planos da Vida Planetária; a Esfera externa, aberta para o Infinito, para os outros mundos e constelações, um verdadeiro Céu por representar libertação do Espírito no Cosmo Universal. Muito nos falta, ainda, para chegarmos à última Esfera. Teremos que nascer e renascer muitas vezes, até que cheguemos a entender a beleza suprema da Luz e nos integrarmos na grande família universal. No mesmo trabalho, Chico dentro daquela sabedoria que o caracterizava sugere para entendermos a representação gráfica dessa estrutura: Chico Xavier - Se cortarmos ao meio uma cebola, teremos essa visão, de uma Esfera dentro da outra.


Como estamos passando por uma experiência inusitada – que é a propagação do novo coronavirus, que já fez milhares de mortes em todo o mundo, fomos buscar em nossos arquivos uma questão, apresentada anos atrás por  uma ouvinte, e que está relacionada diretamente com o problema atual.  Na época, o comentário da ouvinte foi o seguinte: “Sou espírita, mas confesso que tenho dificuldade em entender o que a ciência médica representa para o Espírito. Pelo que entendi do Espiritismo, acho que quando uma pessoa precisa passar por uma doença, seja ela qual for, porque essa doença está no seu plano de vida, nenhum recurso da medicina será suficiente para mudar o rumo de sua vida. Se essa pessoa tiver que morrer dessa doença, e isso está no seu carma, a medicina não conseguirá a cura. Gostaria de fizessem um comentário sobre este assunto”.
 Um dos pilares da Doutrina Espírita é o princípio filosófico da fé raciocinada e, a partir dessa fé que sempre leva em conta os argumentos da razão, a doutrina deve marchar lado a lado com a ciência, donde se pode concluir que realmente nada acontece  por acaso. Quando o Espírito reencarna, ele vem com um objetivo a ser atingido nesta vida, mas nem tudo que vai acontecer com ele está definitiva ou minuciosamente determinado. Por exemplo, o suicídio. Se o individuo decidir suicidar-se, com certeza, ele contrariou seu plano de vida, pois todos nascemos para aprender a amar e evoluir espiritualmente, e um ato violento como o suicídio contraria a lei do amor -  a começar, do amor a si mesmo.
 Ora, nós demos o exemplo do suicídio porque o suicídio é o fato mais chocante na vida de qualquer pessoa e de qualquer família, pois ele contraria frontalmente a lei da vida. Mas poderíamos falar também dos pequenos suicídios que cometemos no dia a dia, quando negligenciamos a saúde, quando nos entregamos aos excessos, comprometendo nossa segurança e nosso bem estar físico.  Desse modo, seguindo esta linha de raciocínio, não é difícil entender que, quando deixamos de ter o devido cuidado com a saúde  – seja com a nossa saúde, seja com a saúde dos outros – estamos transgredindo uma lei da natureza, que é a Lei de Deus. A vida na Terra, por mais curta que seja, deve ser vivida em toda sua extensão. Segundo o Espiritismo é a grande oportunidade de o Espírito desenvolver suas potencialidades em busca da perfeição.
 Por outro lado, Deus sempre nos deu condições  para que pudéssemos estender o máximo nossa vida na Terra. É bem verdade que, num passado muito distante, o ser humano vivia bem menos do que vive hoje, tinha menos capacidade de compreender suas próprias necessidades e lutava contra muitas adversidades. Mesmo assim, como ele ainda se encontrava na infância de seu desenvolvimento intelectual, desde cedo descobriu meios que o ajudavam a estender sua vida na Terra pelo maior tempo possível. Por exemplo: os índios – os nossos índios brasileiros – descobriram na natureza os recursos curativos das plantas, que muito os ajudaram a enfrentar enfermidades ou a curar ferimentos. A busca pelo remédio está na natureza humana.
 Ninguém desconhece que, nas tribos primitivas – fossem do Brasil ou de qualquer parte do mundo – contavam com os feiticeiros, pajés ou xamãs - homens dotados de percepções aguçadas e de faculdades mediúnicas, que descobriam meios para aliviar as dores, combater as doenças, além de dar mais segurança ao povo. Ora, Deus, na sua infinita sabedoria e misericórdia, nunca nos deixou desamparados, embora – é claro! -  no passado distante, por causa de nosso atraso intelectual, a vida era mais simples e estávamos muito expostos a mais agentes nocivos da natureza.
 Com o tempo – principalmente com o advento da Civilização – veio a Medicina. Não com uma verdade pronta e acabada, definitiva e perfeita, mas como um caminho que, ao longo dos séculos, o homem teria que percorrer para aperfeiçoá-la, sempre descobrindo novos recursos terapêuticos, capazes de atenuar o sofrimento humano no enfrentamento de epidemias e toda sorte de enfermidade. Espíritos de elevado conhecimento reencarnaram na Terra para a missão de ajudar o homem a viver mais tempo e alcançar melhor qualidade de vida.
  Nunca tivemos uma medicina tão capacitada como nos dias de hoje e, por certo, daqui a cinquenta, cem, duzentos anos e mais, a medicina ainda contará com muito mais recursos do que atualmente, porque, como tudo na vida humana, ela também segue o caminho da evolução. Logo, a medicina é uma dádiva de Deus que vem através do próprio homem para servir-lhe como protetora de saúde, como guia de uma vida saudável e responsável.
 Porém, isso não quer dizer que a medicina reúne todos os poderes, até porque a cura depende mais do paciente do que propriamente do médico. É o paciente que se cura, como dizia Santo Tomás de Aquino – teólogo católico. “A tua fé te curou” – dizia Jesus, para mostrar que, na vida, cada um é responsável por si mesmo, tanto para se curar, como se matar, tanto para se ajudar como para se prejudicar. É que a saúde não se restringe somente ao corpo, pois o ser humano é um ser integral, corpo e alma. Desse modo, para todo tratamento médico sempre deve haver um correspondente tratamento espiritual.  A oração é um poderoso fator de cura. Não era isso que faziam os curandeiros das tribos antigas?
 Porém, num momento como este que estamos vivendo, a primeira providência para a cura espiritual é a intervenção da Medicina, que não devemos desprezar, pois desprezar as recomendações da medicina é o mesmo que subestimar a nossa saúde e nos condenar à enfermidade ou à morte prematura. Devemos seguir as orientações das autoridades médicas e, ao mesmo orar, não só por nós, mas muito em favor de todos os professionais da saúde que se mobilizam no mundo todo com seus esforços para encontrar o melhor caminho para o nosso bem-estar.
Por outro lado, todos sabemos do elevado nível de espiritualidade de Chico Xavier, um homem que, apesar de todos os sofrimentos que passou, concluiu plenamente sua missão e viveu nada menos que 92 anos. Como ele sempre viveu doente – quando não era de uma coisa, era de outra – não raro alguém lhe perguntava sobre seu estado saúde. Perguntavam ao Chico porque ele, que tinha uma missão tão nobre, de total devotamente ao próximo, não era curado pelos Espíritos. Mas Chico respondia que  ele não gozava de nenhum privilégio, pois era um ser humano como qualquer outro. E sobre a medicina, a que recorria constantemente, ele disse:
 “Os Espíritos acham que a Medicina é uma ciência, que nos foi concedida pela Providência Divina, para que os males orgânicos sejam aliviados e curados. Sabemos que medicina está evoluindo cada vez mais para medicina psicossomática, compreendendo a importância da mente sobre a vida orgânica. E os Espíritos amigos admitem que esse progresso da ciência médica, neste setor, caminha para uma amplitude cada vez maior”.
E continuou Chico: “Nos casos de problemas infecciosos (como a COVID 19, acrescentamos) em tempo algum poderíamos dispensar os recursos da medicina curativa ou preservativa, através da vacinação, com os ensinamentos da higiene, tão completos quanto seja possível em benefício da humanidade.  Os Espíritos nos ensinam a valorizar cada vez mais a influência da oração em nossos processos de curam, mormente quando estamos sob impactos emocionais muito fortes, que podem determinar a eclosão de muita moléstia obscura”.
“Mas, ao mesmo tempo, os amigos espirituais consideram que, com a permissão da Divina Providência, a ciência de curar, professadas pelos homens, adquiriu inimaginável adiantamento com pesquisas de amplo sucesso que nós não podemos desprezar. Especialmente em cirurgia, o avanço da medicina, nos últimos anos, é francamente espantoso”.
 Desse modo, percebemos o quanto devemos à medicina e aos cuidados que elas nos proporciona, não só para obter curas, mas principalmente, nos dias de hoje, como o próprio Chico diz, para evitar doenças, cabendo cada um de nós o esforço necessário para preservar a sua saúde, contribuindo assim para a sua saúde em para o bem estar da coletividade.






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