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domingo, 17 de maio de 2020

DETERMINISMO; RELATIVIDADE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


 Um leitor se comunicou conosco para fazer a seguinte colocação: “Vi um vídeo que diz que, de 100 em 100 anos, Deus manda uma epidemia para despertar o homem para o caminho do bem. É uma maneira de conter a maldade humana e fazer crescer a solidariedade entre as pessoas e as nações. Seria verdade? É isso que o Espiritismo ensina?”
 No final do século XVIII, em plena revolução industrial, um economista inglês, chamado Thomas Robert Malthus, despertou a atenção dos governantes para uma questão intrigante:  a ameaça que representava o aumento acelerado da população em comparação com o reduzido aumento da produção de alimentos.
 Malthus previa que, em pouco tempo, a produção de alimentos seria insuficiente para atender às necessidades de toda a população. Todavia, ele também acreditava que tanto as epidemias ( doenças infecciosas que se propagam rapidamente por várias regiões), quanto as guerras, ajudavam a  controlar o aumento da população por fazerem muitas mortes ao mesmo tempo.
 Citamos Thomas Malthus, porque até ele, que era um sacerdote anglicano, percebeu existirem na natureza alguns mecanismos reguladores da vida sobre a Terra e, certamente, as pandemias, provocando milhares de mortes em pouco tempo, seria um deles. No Espiritismo aprendemos que nada acontece por acaso, que todos os fenômenos que acontecem no mundo concorrem para a realização dos desígnios divinos, uma vez que Deus é perfeito e deve ter dado um sentido elevado à sua criação.
 Não sabemos dizer se realmente ocorrem pandemias de século em século, mas sabemos que, no decorrer dos séculos, muitas delas aconteceram e ceifaram milhões de vidas em cada um desses tristes episódios, de modo que a situação que estamos vivenciando hoje com o coronavirus não é novidade na história do mundo.  Há cerca de 100 anos atrás tivemos a pandemia da gripe espanhola, que foi uma das mais arrasadoras da História.
Se você consultar o Google, por exemplo, vai encontrar referências à peste negra do século XIV, ao cólera do século XIX, à tuberculose dos meados do século XIV aos meados do século XX, à varíola, ao tifo, à febre amarela, ao sarampo, à malária e muitas outras que vieram acontecendo desde a antiguidade. Mais recentemente tivemos a AIDS, a partir da década de 1980, que causou uma grande agitação no mundo.
A grande diferença entre as pandemias anteriores e a que está acontecendo com a COVID-19  está no fato de que, hoje, a humanidade está muito mais adiantada em termos de conhecimentos científicos e de tecnologia, e isso nos coloca às mãos muitos instrumentos que podem ser usados para prevenir o espalhamento muito rápido da doença.
No passado, como não tínhamos redes hospitalares, nem médicos e enfermeiros suficientes, como não dispúnhamos desses instrumentos tão necessários e preciosos para nos socorrer numa situação de emergência, inclusive uma rede de comunicação tão rápida e eficiente, enquanto a doença não fizesse milhões de vítimas, as coletividades não adquiriam a necessária imunidade para deter sua marcha.
No mais, consideramos a vida como uma escola; uma escola que ensina a viver, tanto os indivíduos como as coletividades e as nações. Não é possível que, passando por tantas dificuldades, a nos exigir o sacrifício de muitos dos nossos anseios, não venhamos a despertar a consciência para novos valores de vida,  substituindo velhos hábitos que nos levem a viver com mais respeito e dignidade, entendimento e compaixão uns diante dos outros.
Infelizmente, nós temos muita dificuldade em aprender quando tudo parece estar bem em nossa vida. Precisamos passar por dificuldades, sofrer perdas, padecer frustrações, conhecer situações de perigo e, sobretudo, precisar uns dos outros, para compreender que devemos retomar os ensinamentos dos grandes mestres da humanidade, sobretudo Jesus, a fim de aplicarmos na vida os princípios de amor fraterno que eles ensinaram.



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