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quarta-feira, 20 de maio de 2020

DUVIDA COMUM; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Porque o Espiritismo, apesar de ter nascido na França, após a morte de Allan Kardec perdeu paulatinamente a força inicial até seu quase desaparecimento ganhando intensidade apenas no Brasil? A dúvida que é de muitos encontrou resposta entre os meses de junho e agosto de 1965, quando os médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira, atendendo convite de amigos radicados nos Estados Unidos da América do Norte e alguns países europeus, cumpriram roteiro de visitas por várias cidades dos dois continentes, visando não apenas conhecer o movimento espiritualista lá existente, mas, também apresentar alguns dos seus trabalhos traduzidos para o idioma inglês. O mais interessante é que um grupo dos Espíritos desencarnados que desenvolviam trabalhos junto a eles os acompanhou, a fim de estreitar relações com líderes espirituais lá atuantes no amplo movimento espiritualista que, nos bastidores da evolução trabalham direta e indiretamente pelo despertar dos que lá vivem. Os Benfeitores Espirituais Emmanuel, André Luiz, Hilário Silva, Kelvin Van Dine e Irmão X estavam com a dupla, registrando com conteúdos psicografados sua passagem por localidades como Nova Iorque (NI), Silver Spring (Maryland), Washington (D.C.)  neste lado da Atlântico, e, Londres (Inglaterra) e  Paris (França), material posteriormente reunido no livro – ENTRE IRMÃOS DE OUTRAS TERRAS (feb,1965) -, com que se reverenciou o centenário da primeira entidade espírita do Brasil, o Grupo Familiar do Espiritismo, nascido em 17 de setembro de 1865, em Salvador (BA). Alguns Espíritos ligados ao movimento espiritualista local aproveitaram a presença dos médiuns brasileiros para transmitir interessantes mensagens como Ernest O´Brien e Anderson que as escreveram no idioma inglês inseridas no livro conforme o original, traduzidas para o português pelo erudito Hermínio Correia de Miranda. Outro detalhe curioso é que dos dois textos do prefácio, um é uma prece do Espírito André Luiz antes do embarque. Algumas entrevistas interessantes foram desenvolvidas pelo Irmão X e por André Luiz com personalidades locais. Uma delas já tema de postagem no início deste BLOG com a célebre atriz Marilyn Monroe que abordada pelo Irmão X, forneceu detalhes de sua intrigante desencarnação anos antes. Quando da passagem do grupo por Paris, no dia 20 de agosto de 1965, André Luiz teve a oportunidade de conversar com um dos destacados continuadores de Allan Kardec, o engenheiro e escritor Gabriel Delanne. O autor de A REENCARNAÇÃO, A EVOLUÇÃO ANÍMICA, A ALMA É IMORTAL (feb), filho de médiuns que serviram à Kardec na Sociedade Espírita de Paris, inteligência precoce para sua idade, respondeu a 20 questões formuladas pelo autor da série NOSSO LAR. Informando que, “apesar de residir agora além da Terra, prossegue dentro das possibilidades sua ação espírita de outro tempo”, considera que o “Espiritismo não alcançou o nível ideal”. Em se tratando do berço de Kardec, diz que “não podemos esquecer que a França nos últimos vinte lustros sofreu a carga de três grandes guerras que lhe impuseram sofrimentos e provas terríveis, o que, contudo, não atrasou a marcha do Espiritismo, visto que legiões de companheiros da obra de Allan Kardec reencarnaram, não só na França, mas igualmente em outros países, notadamente no Brasil, para a sustentação do edifício kardequiano”. Não vê como “lenta a expansão dos princípios espíritas no mundo, visto que, as atividades espíritas contam pouco mais de um século e um século é período demasiado curto em assuntos do Espírito”. Sobre se a Europa eventualmente retomará a direção do movimento espírita, avalia que “antes de tudo, devemos considerar que a Europa assemelha-se, atualmente, a vasto campo de guerra ideológica, que está muito longe de terminar”. Sobre se fenômenos de efeitos físicos não deveriam ser mais usados no processo de despertamento dos homens, diz que “essa modalidade serve à convicção, mas, não adianta ao serviço indispensável da renovação espiritual, estando certos os Espíritos Superiores na poda dos surtos e motivações que surgem”. Questionado sobre qual a direção mais indicada para pesquisa científica, respondeu que “devemos estimular os estudos em torno da matéria e da reencarnação, analisar o reino maravilhoso da mente e situar no exercício da mediunidade as obras de fraternidade, orientação, consolo e alívio às múltiplas enfermidades das criaturas terrestres, melhorando a individualidade por dentro”. Solicitado a apontar onde os percalços maiores para a expansão da Doutrina Espírita, afirmou que, em sua opinião, “procedem da atuação daqueles que reencarnam, prometendo servi-la, seja através da mediunidade direta ou indireta, no campo da inspiração e da inteligência, e se transviam nas seduções da esfera física, convertendo-se em médiuns autênticos das regiões inferiores, de vez que não negam as verdades do Espiritismo, mas estão prontos a ridicularizá-las, através de escritos sarcásticos ou da arte histriônica, junto dos quais encontramos as demonstrações improdutivas, as histórias fantásticas, o anedotário deprimente e os filmes de terror, sendo impossível negar que os milhões de Espíritos inferiores que cercam a Humanidade possuem seus médiuns”. “Educação” é o único modo de vencer no labirinto gigantesco em que opera a influência das sombras, “explicando, tanto nos sistemas religiosos do Ocidente quanto do Oriente que a pessoa, em qualquer lugar e tempo somente possui o que ela fez de si própria”.



Questão, proposta pela Leninha, é a seguinte: “Então, podemos concluir que que estamos num mesmo nível evolutivo, em diversos setores de vida na Terra, e por isso vemos pessoas exercendo vários papeis significativos para a Humanidade?”


A expressiva maioria da Humanidade encontra-se, sim, num mesmo nível evolutivo, como os alunos numa universidade frequentam os mais diversos cursos. Todos somos aprendizes na escola da vida. Porém, usando dessa mesma comparação, podemos dizer que também existem professores – ou seja, aqueles que já tendo passado pela escola e se encontrando em patamares mais elevados de experiências e realizações, estão aqui para nos ensinar ou para nos mostrar caminhos. São os Espíritos mais esclarecidos e mais experientes, que vêm ao mundo para dar lições à Humanidade.

Como eles se encontram em condições bem acima da nossa, demonstram mais capacidade de ação, voltam-se a tarefas e missões especiais, pois se trata de missionários das altas esferas espirituais. Isso pode acontecer em qualquer lugar do mundo, em qualquer povo, em qualquer raça e nos mais variados setores da vida humana. Alguns são missionários do amor – como Francisco de Assis, Albert Schweitzer, Gandhi, Chico Xavier, Teresa de Calcutá, que deixaram extensos rastros de luz e que demonstraram um comportamento ímpar diante de todos. Jesus, Buda, Sócrates, ainda numa categoria mais elevada, cujos ensinamentos deixaram profundas raízes nas mais diversas culturas e religiões.

Geralmente se trata de Espíritos que vêm para o sacrifício, mas que não hesitam em se submeter ao julgamento dos homens ainda ignorantes, pois conhecem as nossas limitações e sabem o quanto ainda precisamos de sua presença para nos ajudar a despertar a consciência para valores mais elevados. Muitos desses Espíritos, como afirma Kardec – que foi outro grande missionário – não têm mais necessidade de reencarnar na Terra. No entanto, eles aqui comparecem, não como alunos, mas como mestres – e deixam as lições mais belas e mais sublimes de vida.

Allan Kardec, no primeiro capítulo de sua última obra – A GÊNESE – refere-se aos Espíritos reveladores, cuja missão tem natureza divina, quer dizer: estão acima do comum da humanidade. Para a Doutrina Espírita, o ponto alto de toda revelação está em Jesus, pois a maior necessidade humana é a reforma moral, e Jesus de Nazaré foi o exemplo vivo de vida moral na Terra, vivendo e morrendo por esse ideal. Jesus seria para nós, portanto, o Espírito que preside todas as iniciativas e todos os movimentos que visa ao estabelecimento do Reino de Deus na Terra, visando à vitória da paz, do bem e da justiça em nosso planeta.

 

Sobre esta questão, levantada pela Leninha, vamos citar um trecho de Allan Kardec quando, no primeiro capítulo do livro A GÊNESE, ele se refere aos que ele chama de homens de gênio, os grandes missionários que impulsionam a humanidade. Assim diz Kardec

“... Notemos que a maior parte desses homens denota, ao nascer, faculdades transcendentes e conhecimentos inatos que apenas um pouco de trabalho é suficiente para desenvolver. Eles pertencem realmente à humanidade, visto que nascem, vivem e morrem como nós. Onde, porém, adquiriram esses conhecimentos que não puderam aprender nesta vida?

“O homem de gênio é um Espírito que viveu por mais tempo e, portanto, têm mais aquisições e mais progresso que aqueles que se acham menos adiantados. Encarnando-se, ele traz o que sabe e, como sabe mais do que os outros, sem ter de aprender, é o que se chama um homem de gênio. Mas o que ele sabe não é senão o fruto de um trabalho anterior, não é o resultado de um privilégio. Antes de renascer, portanto, era um Espírito adiantado. Ele reencarna, seja para que os outros se aproveitem do que já sabe, seja para adquirir progresso. “

“Os homens progridem incontestavelmente por si mesmos e pelos esforços de sua inteligência. Mas, entregues às suas próprias forças, esse progresso seria muito lento, se não fossem ajudados pelos homens mais adiantados, como o escolar o é pelos seus professores. ( No mais) todos os povos têm tido seus homens de gênio, que surgem em épocas diversas, para impulsioná-los e tirá-los da inércia”.

No final desse texto, Allan Kardec conclui: “Se Deus suscita reveladores para as verdades científicas, Ele pode, com mais forte razão, suscitá-los para as verdades morais, que são um dos elementos essenciais do progresso. Tais são os filósofos cujas ide       ias atravessam séculos.”

 


















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