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domingo, 10 de maio de 2020

ESPIRITISMO NA AVALIAÇÃO DE KARDEC; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


No número de abril de 1864, o mesmo em que anunciava o lançamento d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, Allan Kardec incluiu na pauta da REVISTA ESPÍRITA interessante artigo de sua autoria, intitulado Autoridade da Doutrina Espírita, ressaltando as diferenças entre ela e as demais propostas filosófico/religiosas existentes à época. E, os que o leem acabam concluindo: atualíssima.  Dos raciocínios nele desenvolvidos, destacamos 6 para sua avaliação: 1- Se a Doutrina Espírita fosse uma concepção puramente humana, não teria como garantia senão as luzes de quem a tivesse concebida. Ora, ninguém poderia ter a pretensão fundada de possuir, ele só, a verdade absoluta. Se os Espíritos que a revelaram se tivessem manifestado a um homem só, nada garantiria sua origem, pois seria preciso crer, sob palavra, naquele que dissesse ter recebido seu ensino. Admitindo de sua parte uma perfeita sinceridade, ao menos poderia convencer as pessoas de seu ambiente; poderia ter sectários, mas não conseguiria jamais atrair todo mundo. 2- Quis Deus que a nova revelação chegasse aos homens por uma via mais rápida e mais autêntica. Eis porque encarregou os Espíritos de leva-la de um a outro polo, manifestando-se por toda parte, sem dar a ninguém o privilégio exclusivo de ouvir sua palavra. Um homem pode ser enganado, pode mesmo enganar-se; assim não poderia ser quando milhões de homens veem e ouvem a mesma coisa; é uma garantia para cada um e para todos. Aliás, pode fazer-se um homem desaparecer, mas não desaparecem as massas; podem queimar-se livros, mas não os Espíritos. Ora, se se queimassem todos os livros, a fonte da Doutrina não seria emudecida, por isso que não está na Terra: surge por toda parte e cada um pode aproveitá-la. Em falta de homens para espalhá-la, haverá sempre Espíritos que atingem todo o mundo e ninguém pode atingi-los. 3- Na realidade, são os próprios Espíritos que fazem a propaganda, auxiliados por inumeráveis médiuns que suscitam por todos os lados. Se tivessem um intérprete único, por mais favorecido que fosse, o Espiritismo seria apenas conhecido; esse mesmo interprete, fosse de que classe fosse, teria sido objeto de prevenções por parte de muita gente; nem todas as Nações o teriam aceitado, ao passo que os Espíritos se comunicam por toda parte, a todos os povos, a todas as seitas e partidos, sendo aceitos por todos. O ESPIRITISMO NÃO TEM NACIONALIDADE; está por fora de todos os cultos particulares; não é imposto por nenhuma classe da sociedade, pois cada um pode receber instruções de parentes e amigos de além-túmulo. Era preciso que assim fosse, para que pudesse chamar todos os homens à fraternidade. Se se não tivesse colocado em terreno neutro, teria mantido dissenções, em vez de apaziguá-las. 4- Essa universalidade do ensino dos Espíritos constitui a força do Espiritismo. Aí, também, está a causa de sua propagação tão rápida. Ao passo que a voz de um só homem, mesmo com o auxílio da imprensa, teria levado séculos antes de chegar a todos os ouvidos, eis que milhares de vozes se fazem ouvir simultaneamente em todos os pontos da Terra, para proclamar os mesmos princípios, e os transmitir aos mais ignorantes, como aos mais sábios, a fim de que ninguém fique deserdado. É uma vantagem de que não gozou nenhuma das doutrinas até hoje aparecidas. Se, pois, o Espiritismo é uma verdade, nem teme a má vontade dos homens, nem as revoluções morais, nem os desmoronamentos físicos do Globo, porque nenhuma dessas coisas pode atingir os Espíritos. 5- Sabe-se que os Espíritos por força da diferença existente em suas capacidades, estão longe de estar individualmente na posse de toda Verdade; que nem a todos é dado penetrar certos mistérios; que seu saber é proporcional à sua depuração; que os Espíritos vulgares não sabem mais que os homens e até menos que certos homens; que entre eles, como entre estes, há presunçosos e pseudo-sábios, que creem saber o que não sabem, sistemáticos que tomam suas ideias como verdades; enfim, que os Espíritos de ordem mais elevada, os que estão completamente desmaterializados, são os únicos despojados das ideias e preconceitos terrenos. Mas, sabe-se também, que os Espíritos enganadores não têm escrúpulos em esconder-se sob nomes de empréstimo, para fazerem aceitas suas utopias. Disso resulta que, para tudo quanto esteja fora do ensino exclusivamente moral, as revelações que cada um pode obter tem um caráter individual sem autenticidade; que devem ser consideradas como opinião pessoal de tal ou qual Espírito, e que seria imprudente aceita-las e promulga-las levianamente como Verdades absolutas. 6- O primeiro controle é, sem sombra de dúvida, o da razão, à qual é preciso submeter, sem exceção, tudo quanto vem dos Espíritos.




Esta questão, de que vamos tratar agora, nos foi trazida  por uma jovem, que veio ao centro espírita, e disse o seguinte: na religião, em que fui educada, aprendi que é o demônio que nos leva ao mal. Por isso, precisamos acreditar em Deus para evitar o mal. Os espíritas dizem que são os espíritos maus que nos induzem ao mal. Então, eu pergunto: tem muita gente no mundo que não conhece Deus, não acredita nos Espíritos e nem sabe que existe o demônio. Como fica a situação dessas pessoas?

 Não é bem assim que o Espiritismo concebe. Para a Doutrina Espírita Deus é a expressão suprema do bem e, portanto, tudo quanto criou é bom. E tudo quanto criou é tudo que existe, inclusive nós, que por ele fomos criados, e que ainda praticamos o mal. O mal moral, ou seja, a prática de atos de maldade, é criação humana e não de Deus, pois o mal deve ser visto como manifestação de ignorância, de fraqueza e de imperfeição. Não foi Jesus quem disse nos seus últimos momentos, referindo-se aos seus algozes: “Pai, perdoai-lhe porque não sabem o fazem”?
 Jesus não disse que seus carrascos, aqueles soldados que o martirizaram até os últimos momentos, estavam tomados pelo demônio e nem pelos Espíritos maus. Ele simplesmente disse que eles agiam daquela forma tão violenta e desrespeitosa, porque ignoravam a lei de Deus e até achavam que estavam fazendo um bem. Portanto, o mal, cara ouvinte, é produto da nossa imperfeição moral e da nossa ignorância.
Cada um de nós deve se lembrar de algum mal que fez na vida e depois se arrependeu. Isso é muito comum. Quando mais jovens, somos mais ignorantes das leis da vida, agimos muitas vezes por impulso, ansiosos para acertar, mas, algumas vezes, erramos. Depois de certo tempo – mais experientes, mais amadurecidos – olhamos para traz e constatamos nosso erro, e aí nos arrependemos. Veja, portanto, que todos erramos por ignorância, por limitação de compreensão e, certamente, porque ainda somos muito egoístas, muito orgulhosos.
  Para nós, fazer o bem ( ou seja, seguir os passos de Jesus) é fazer aos outros aquilo que queremos que os outros nos façam e não fazer a eles o que não queremos que nos façam. Esta é definição de bem que Jesus nos deixou, já que o bem, por melhor que façamos é sempre relativo, de acordo com o nosso grau de entendimento ou de evolução espiritual. No entanto, devido às nossas limitações, ainda conseguimos ser bons, quando nos esforçamos em fazer o bem que está ao nosso alcance.
 O demônio ou deus do mal foi uma figura criada para explicar ou justificar o mal no mundo. Essa concepção já existia bem antes de Jesus, entre os persas, que tiveram uma grande influência no pensamento religioso do povo hebreu. Mas, na verdade, não precisamos ir a tanto – imaginar um ser totalmente mau, eternamente destinado a fazer maldades. Esse ser não caberia no mundo, pois Deus, sendo bom e perfeito, não criaria nada que pudesse pôr em risco a grandeza de sua criação.
 Quem pratica o mal são os seres imperfeitos, ou seja, somos nós, Espíritos encarnados ou desencarnados. Quando encarnados, como seres humanos que ainda não superamos a fase da fascinação pelo ego, ainda permanecemos iludidos com as coisas imediatas da vida e queremos crer que é a posse delas que nos dá felicidade. Eis o grande engano que faz com que cada um pense apenas no seu próprio bem e não hesite em travar uma luta feroz com os outros pela posse e pelo poder.
  Todavia, precisamos entender que ainda não somos seres completos, perfeitos; estamos a caminho disso, mas ainda não somos. Por isso, ainda não conseguimos nos libertar do egoísmo e do orgulho, o que nos torna momentaneamente perigosos para nós mesmos. Jesus, porém, sabendo de nossa limitação, acreditou na humanidade e resolveu investir no seu aperfeiçoamento, vindo à Terra e deixando para nós uma grande lição de amor
 Os princípios morais, ensinados por Jesus, são universais. Isso quer dizer que eles não valem apenas para uma determinada religião ou para um determinado povo. Vale para toda a humanidade, razão por que esses princípios foram espalhados por todo o mundo e, aos poucos, vão se transformando em aspirações de todo ser humano. Com isso compartilhamos com o ideal de Jesus, acreditando na regeneração da Humanidade.
















Uma 



Uma 
 Uma senhor

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