A Luciane Rodrigues nos enviou mensagem
pelo whatsapp perguntando como o Espiritismo vê os casos de pessoas com duas
personalidades.
Luciane, a Psicologia Clínica tem abordado os
chamados casos de “dupla ou múltipla personalidade” apenas do ponto de vista
materialista, sem qualquer conotação espiritual. São casos em que uma
determinada pessoa, ora se apresenta com um modo próprio de ver o mundo e de
agir, ora com outro completamente diferente, de tal forma que é possível
reconhecer que uma personalidade não é outra, tão distintas elas são e que, às
vezes, podem ser até mais de duas.
Evidentemente, a ciência, pelo enfoque dá e
pelos instrumentos de estudo de que se utiliza, está longe de se aprofundar no conhecimento da
alma humana e, por enquanto, ela trabalha com hipóteses que, às vezes, podem
explicar certos quadros patológicos ou doenças mentais no todo ou em parte. Mas
a Doutrina Espírita tem uma explicação mais ampla. Para o Espiritismo o leque
de explicações, portanto é maior, uma vez que consideramos que não somos apenas
corpo, mas sobretudo espírito, e que há possibilidade de intervenção de
Espíritos desencarnados em nossa mente.
Na verdade, o Espiritismo nunca pode descartar
a possibilidade de distúrbios psíquicos que podem causar um tipo de dissociação
da mente. Isto quer dizer que, na profundidade de nosso ser, há disposições
para assumirmos outras personalidades, como forma de fuga de situações
estressantes, traumas e enfrentamento de problemas. Existem, sim, o que
geralmente se chama “doenças ou transtornos mentais”, objeto do estudo da
Neuropsiquiatria.
Onde, portanto, estariam as bases desse
problema de dupla personalidade? Certamente no passado, desta ou de outras
encarnações, que levam ao indivíduo a buscar apoio inclusive em personalidades
que ele próprio já teve em vidas passadas. Isso pode acontecer quando um
problema é demais para que encontre uma saída e, como não consegue, uma
personalidade emerge de seu inconsciente para dar-lhe apoio ou mesmo para ajudá-lo
a fugir da situação. Ainda aqui teríamos um caso de animismo, ou seja, sem
intervenção de Espíritos desencarnados.
Há, porém, os casos de obsessão espiritual que,
quando atinge um nível muito profundo de comprometimento do encarnado com o
desencarnado, este às vezes pode se manifestar de uma forma ostensiva,
afastando a personalidade do encarnado, seja no sentido de ajuda-lo, seja para
prejudica-lo.
Contudo, não podemos ignorar que, mesmo sendo um caso de obsessão - ou atuação ostensiva de um Espírito – a
mente do encarnado participa com a maior
parte. O Espírito, nas condições em que nos encontramos na Terra, pode
dissimular, fingir, recorrer a fantasias ou disfarçar a própria maneira de ser,
mesmo que o faça inconscientemente, como forma de defesa ou de obtenção de seus
objetivos.
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