Vanderley nos mandou a seguinte pergunta: “Diante dos fatos que estão acontecendo, o Espiritismo que tanto fala em liberdade, ficaria do lado da democracia?”
A
democracia. Vanderley, é uma forma ideal
de governo em que o povo mais teria uma grande participação. Thomas Jefferson,
que governou os Estados Unidos logo no início do século XIX, definiu a democracia como “governo do povo,
para o povo e pelo povo”. Em tese, seria o governo em que os interesses e a voz
do povo estariam mais presentes. Dos regimes políticos conhecidos parecer ser o
que mais destaque dá à liberdade individual, o que mais reconheceria os
direitos fundamentais do homem e do cidadão.
O
Espiritismo não é uma proposta de governo nos termos restritos da política
humana. Sua filosofia vai muito além disso, pois trata o homem não apenas como
cidadão, mas principalmente como Espírito imortal de passagem pela sociedade e
em processo de evolução por meios de suas experiências neste planeta. Eis porque o governo de uma nação dependerá
da evolução moral de seu povo. Quanto mais evoluído o povo, mais a sociedade
estará concorrendo para que os direitos sejam respeitados.
Podemos dizer que a democracia é, entre as formas de governo até então
praticadas no mundo, a que mais se aproxima do ideal espírita, por causa da
preocupação com os direitos fundamentais do homem, principalmente a importância
que dá à convivência dos desiguais, onde cada um é respeitado na sua própria
maneira de pensar. Isso faz parte dos direitos naturais do homem, conforme
lemos nas Leis Morais, terceira parte d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS.
Na
teoria o regime democrático seria o ideal, mas na prática ainda não reunimos
condições espirituais para praticá-lo na sua integridade. Os interesses de
grupo, o ódio político, o personalismo de certos líderes e a forte tendência
para a corrupção, decorrentes do egoísmo e do orgulho ainda muito comum entre
nós, contaminam a vida social. Por isso as democracias ainda estão lutando para
se adequarem ao ideal que elas proclamam, pois, sendo os homens portadores de
graves defeitos morais, eles têm imensa dificuldade de atingir as verdadeiras
metas democráticas, idealizadas por grandes pensadores.
Na
verdade, se enquanto seres humanos, não aprimorarmos o íntimo, buscando
inspiração nos ensinamentos dos grandes mestres da humanidade, dos quais se destacou Jesus, para sabermos
praticar uma convivência fraterna e respeitosa entre todos, não conseguiremos
impor ao nosso meio a verdadeira justiça social que deveria caracterizar a verdadeira
democracia. Por outro lado, o sonho da liberdade e, ao mesmo tempo, do respeito
aos direitos fundamentais do homem é o que aproxima o ideal democrático do
ideal espírita.
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