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quinta-feira, 7 de maio de 2020

SOBREVIVERAM; SUICÍDIO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Esta pergunta foi enviada pelo Roberto Silva: “Já li alguma coisa sobre Jesus, dizendo que o seu corpo não era igual ao nosso corpo. Como ele é um Espírito de luz – alguns dizem que ele é o próprio Deus -  até sua concepção foi diferente da nossa. Por isso ele não sofria como nós, não ficava doente e, quando morreu, ressuscitou. O que vocês dizem sobre isso?”
Esta discussão sobre o corpo de Jesus, Roberto, é muito antiga e surgiu logo depois do episódio chamado ressurreição. Como Jesus apareceu várias vezes e em vários lugares depois da morte e, segundo consta, seu corpo não foi encontrado, a primeira conclusão é que ele tinha ressuscitado com o corpo com que vivera, fora sacrificado e morreu. É claro que os conhecimentos da época não permitiam uma compreensão mais profunda do que havia acontecido. Essa explicação só é dada hoje pelo Espiritismo.
 Surgiram, então, várias interpretações sobre Jesus e uma delas, a dos chamados docetas, dizia que Jesus não tivera um corpo comum, igual aos dos outros homens: seria um corpo especial, talvez um corpo celestial ou coisa parecida. Essas interpretação alimentou a ideia de que ele não fora concebido segundo as leis naturais ( e daí ter nascido de uma virgem) e que, portanto, tivera um corpo especial. Na época de Kardec, mais de 150 anos atrás, houve quem entendesse ser essa a interpretação verdadeira, mas, seguramente, não era a visão de Allan Kardec.
 É na obra A GÊNESE que Kardec toca no assunto, que já tinha sido ventilado na REVISTA ESPÍRITA.  Kardec afirma que, se Jesus tivesse um corpo especial, formado de uma matéria própria – e também conhecido por corpo fluídico -  ele não seria como os outros homens, de modo que a sua vida na Terra seria praticamente uma mera encenação. Ou seja, ele não teria sofrido como sofremos, não sentiria dor e o desconforto físico como nós sentimos, o que comprometeria o valor moral de sua missão.
  Para Kardec Jesus teve um corpo orgânico como o nosso, foi concebido, nasceu e cresceu da mesma forma como qualquer pessoa humana é concebida, nasce e cresce. Seu corpo, tanto quanto o nosso, era vulnerável a lesões, doenças e necessidades fisiológicas em geral. Tanto foi assim que, mesmo nas narrativas dos evangelhos, Jesus é visto participar da vida social de seu povo como qualquer outra pessoa -  alimentando-se, descansando, dormindo, etc.
 O que era diferente em Jesus não era o corpo, diz Kardec, mas sim o Espírito. Sendo um Espírito Puro, ele deve ter tido dificuldade para reencarnar em nosso meio, pois vinha de uma esfera espiritual muito elevada e teria que se adaptar a um mundo primitivo, que era a Terra na época. Logo, o que o diferenciava dos outros homens são as qualidades espirituais que demonstrava, sendo capaz de enfrentar todo problema como serenidade, autoconfiança e fé em Deus, sem se deixar abalar.
 Hoje, com o avanço dos conhecimentos científicos, podemos entender que as disposições íntimas de Jesus – disposições que se achavam no espírito – influíam, é claro, no seu corpo, mas não a ponto de torná-lo completamente invulnerável ou imortal.  Muitas doenças físicas que temos conosco hoje têm origem espiritual, decorrente das emoções perturbadoras que cultivamos – como o medo, a mágoa, o ódio, a revolta, o desespero. É claro que Jesus não tinha essas doenças. Mas, não por causa do corpo e, sim, em razão de sua elevação espiritual e do comando de sua mente saudável.
Ele sabia que muitos males do corpo resultam de sentimentos perturbadores da alma e, por isso mesmo, recomendava o cultivo de bons sentimentos, a partir da prática do bem, da tolerância, da compreensão e do perdão. Mas ele não podia penetrar nesses assuntos com mais profundidade, pois seus ouvintes não entenderiam. Então, resumiu todas as suas recomendações no princípio do amor ao próximo que nada mais é do que a prática do bem, que leva a pessoa a desenvolver elevadas virtudes morais.
 Logo, Roberto, o Espiritismo vê Jesus como um Espírito Puro que reencarnou na Terra e que aqui viveu num corpo humano igual ao nosso, mostrando o quanto de harmonia o homem poderia alcançar consigo mesmo, ainda aqui na Terra, se passar a cultivar o amor em seu coração. A ideia de um corpo diferente do nosso, como muitos querem, tira todo o mérito de seu trabalho, mas a concepção de que Jesus foi um ser humano como nós é que o torna a mais alta expressão do amor que a humanidade já pode conhecer. Por isso, o Espiritismo o tem como nosso modelo e guia.
















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