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terça-feira, 19 de maio de 2020

TORPOR; ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




 – Pergunta de Tatiane Duarte Vieira: qual a melhor forma de educar nossos filhos?
  Não é uma pergunta fácil de responder, Tatiane; até porque, como você mesma sabe, não existe uma fórmula pronta, acabada e definitiva para isso. Ou seja, não existe uma receita para educar, pois a educação ou a formação de bons hábitos em nossos filhos é mais uma questão de arte do que de técnica. Ela tem muito de pessoal que cada um pode dar a seu modo, com os seus sentimentos e suas ideias, mas educar requer dos pais, primeiramente, adequar seu comportamento às necessidades de cada criança. Quem tem  mais de um filho sabe que eles não são iguais.
 Trabalhar com coisas ou com objetos é relativamente fácil, porque você pode fazer da coisa ou objeto o que você quiser porque são passivos, mas você não vai conseguir fazer o mesmo com a criança, que é um ser ativo, um Espírito em transformação. O primeiro requisito da educação é a finalidade para a qual você quer formar o filho ou a filha, e isso depende de sua filosofia de vida, de sua concepção (como mãe, como pai) de que é a vida, o que estamos fazendo neste mundo e para onde vamos depois desta existência. Para a Doutrina Espírita, a finalidade da educação, aqui na Terra, é a formação do homem de bem.
 Os pais que aceitam o Espiritismo, concordando com seus princípios, sabem que, antes de o filho ou filha ser uma pessoa humana, ele ou ela é um Espírito imortal, que não veio a este lar por acaso, que vem de experiências passadas trazendo potencialidades e tendências positivas e negativas, que o novo lar lhe representa uma nova oportunidade de aprendizado e reajuste para o seu desenvolvimento espiritual, intelectual e sobretudo moral. Os pais sabem, portanto, que têm um sério compromisso no encaminhamento desse Espírito e que isso é uma missão das mais importantes na Terra.
 Mas os pais devem saber, sobretudo, que eles próprios, que já são pessoas adultas, têm suas próprias limitações e seus próprios defeitos, que precisam estar preparados para não transmitir influências negativas aos filhos; e que, portanto, precisam estar sempre reavaliando a própria conduta, uma vez que serão suas atitudes e comportamento (muito mais do que suas palavras, suas ordens ou seu consentimento) que terão maior peso na educação.
 É por isso que a educação é difícil, Tatiane – e você, como mãe, sabe muito bem disso. Educar filhos não é apenas e tão somente atuar diretamente sobre eles por meio da palavra ou de condutas repressivas ou permissivas. Para os pais a arte de educar é também a de se mudarem a si mesmos naquilo que precisa ser mudado, para que sua maneira de agir como pais, no dia a dia das relações familiares, seja veículo de influências benéficas, tanto para impressionar o espírito dos filhos, como para preservar o ambiente espiritual da casa, atraindo boas influências e proteção.
 Em suma, podemos dizer que educar não é apenas dizer o que é certo e o que é errado, não é apenas estimular a criança a fazer ou não fazer tal coisa, não é apenas criticar ou elogiar; mas é, sobretudo, procurar criar um ambiente de respeito e afeto dentro do lar, entre os pais e os demais membros da família quando houver, de modo que todos se sintam acolhidos e amados e ali reinem o máximo de harmonia possível.  Entre os espíritas, para ajudar na harmonização do ambiente familiar, costumamos recomendar a prática da prece e do Evangelho no Lar.
 A prece deve ser algo natural e espontâneo de que os pais se valem nalguns poucos momentos consagrados, e o Evangelho no Lar é a reunião da família em torno das lições de Jesus, para comentá-las, admirá-las na sua beleza e procurar aplicá-las na vida cotidiana. Desse modo, o Evangelho no Lar tem tripla finalidade: serve de avaliação semanal das relações entre os membros da família, também de reflexão sobre o sentido da vida e de proteção espiritual para todos.
 Não há, portanto, uma fórmula mágica, Tatiane, para dizer como educar os filhos, mas apenas alguns lembretes e  sugestões que podem ser utilizados por qualquer pai ou mãe de bom senso, espírita ou não. O que mais favorece a educação da criança, sem dúvida, é o clima espiritual da casa, e o clima espiritual da casa depende quase que exclusivamente da qualidade das relações entre as pessoas que nela convivem. Quanto mais respeito, quanto mais solidariedade, quanto mais amor, mais facilmente chegamos a bons resultados.
  Chico Xavier  costumava  dizer que os pais não podem deixar de ensinar Deus aos seus filhos. A ideia de um Ser de um Supremo Amor e de Suprema Justiça nos aponta o rumo que precisamos dar à vida e, ao mesmo tempo, nos assegura de que nunca estamos sozinhos.  Por outro lado, os centros espíritas oferecem aulas semanais de evangelização para crianças e adolescentes, além da biblioteca infantil, que existe inclusive no Caminho de Damasco para empréstimo gratuito de livros. Diversos livros sobre educação da criança existem na vasta literatura espírita, abordando esta questão dos mais variados ângulos.
 Lendo livros como esses, os pais neles encontram interessantes e oportunas abordagens que os ajudarão muito, tanto na arte de educar os filhos como na difícil arte de se educarem a si mesmos. Podemos citar algumas dessas obras, como NOSSOS FILHOS SÃO ESPIRITOS de Hermínio Miranda, EDUCAR OS FILHOS – COMPROMISSO INADIÁVEL de Lúcia Moraes. EDUCAÇÃO ESPÍRITA DE NOSSOS FILHOS de Geziel de Andrade.















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