– Pergunta de Tatiane Duarte Vieira: qual a melhor forma de educar nossos filhos?
Não é uma pergunta fácil
de responder, Tatiane; até porque, como você mesma sabe, não existe
uma fórmula pronta, acabada e definitiva para isso. Ou seja, não existe uma
receita para educar, pois a educação ou a formação de bons hábitos em nossos
filhos é mais uma questão de arte do que de técnica. Ela tem muito de pessoal
que cada um pode dar a seu modo, com os seus sentimentos e suas ideias, mas
educar requer dos pais, primeiramente, adequar seu comportamento às
necessidades de cada criança. Quem tem mais de um filho
sabe que eles não são iguais.
Trabalhar com coisas ou
com objetos é relativamente fácil, porque você pode fazer da coisa ou objeto
o que você quiser porque são passivos, mas você não vai
conseguir fazer o mesmo com a criança, que é um ser ativo, um Espírito
em transformação. O primeiro requisito da educação é a finalidade para a qual
você quer formar o filho ou a filha, e isso depende de sua filosofia de vida, de sua
concepção (como mãe, como pai) de que é a vida, o que
estamos fazendo neste mundo e para onde vamos depois desta existência. Para a
Doutrina Espírita, a finalidade da educação, aqui na Terra, é
a formação do homem de bem.
Os pais que aceitam o
Espiritismo, concordando com seus princípios, sabem que, antes de o filho ou
filha ser uma pessoa humana, ele ou ela é um Espírito imortal, que não veio a
este lar por acaso, que vem de experiências passadas trazendo potencialidades e
tendências positivas e negativas, que o novo lar lhe representa uma nova
oportunidade de aprendizado e reajuste para o seu desenvolvimento espiritual,
intelectual e sobretudo moral. Os pais sabem, portanto, que têm um sério
compromisso no encaminhamento desse Espírito e que isso é uma missão das mais
importantes na Terra.
Mas os pais devem saber,
sobretudo, que eles próprios, que já são pessoas adultas, têm suas próprias limitações
e seus próprios defeitos, que precisam estar preparados para não transmitir
influências negativas aos filhos; e que, portanto, precisam estar sempre
reavaliando a própria conduta, uma vez que serão suas atitudes e comportamento (muito
mais do que suas palavras, suas ordens ou seu consentimento) que terão maior
peso na educação.
É por isso que a educação é
difícil, Tatiane – e você, como mãe, sabe muito bem disso. Educar filhos não é apenas e tão somente atuar
diretamente sobre eles por meio da palavra ou de condutas repressivas ou
permissivas. Para os pais a arte de educar é também a de se mudarem a si mesmos
naquilo que precisa ser mudado, para que sua maneira de agir como pais, no dia
a dia das relações familiares, seja veículo de influências benéficas, tanto
para impressionar o espírito dos filhos, como para preservar o ambiente
espiritual da casa, atraindo boas influências e proteção.
Em suma, podemos dizer que
educar não é apenas dizer o que é certo e o que é errado, não é apenas estimular
a criança a fazer ou não fazer tal coisa, não é apenas criticar ou elogiar; mas
é, sobretudo, procurar criar um ambiente de respeito e afeto dentro do lar, entre os pais e os demais membros da família quando
houver, de modo que todos se sintam acolhidos e amados e ali reinem o máximo de
harmonia possível. Entre os espíritas,
para ajudar na harmonização do ambiente familiar, costumamos recomendar a
prática da prece e do Evangelho no Lar.
A prece deve ser algo
natural e espontâneo de que os pais se valem nalguns poucos momentos
consagrados, e o Evangelho no Lar é a reunião da família em torno das lições de
Jesus, para comentá-las, admirá-las na sua beleza e procurar aplicá-las na vida
cotidiana. Desse modo, o Evangelho no Lar tem tripla finalidade: serve de
avaliação semanal das relações entre os membros da família, também de reflexão
sobre o sentido da vida e de proteção espiritual para todos.
Não há, portanto, uma
fórmula mágica, Tatiane, para dizer como educar os filhos, mas apenas alguns
lembretes e sugestões que podem ser
utilizados por qualquer pai ou mãe de bom senso, espírita ou não. O que mais
favorece a educação da criança, sem dúvida, é o clima espiritual da casa, e o
clima espiritual da casa depende quase que exclusivamente da qualidade das
relações entre as pessoas que nela convivem. Quanto mais respeito, quanto mais
solidariedade, quanto mais amor, mais facilmente chegamos a bons resultados.
Chico Xavier costumava
dizer que os pais não podem deixar de ensinar Deus aos seus filhos. A
ideia de um Ser de um Supremo Amor e de Suprema Justiça nos aponta o rumo que
precisamos dar à vida e, ao mesmo tempo, nos assegura de que nunca estamos
sozinhos. Por outro lado, os centros
espíritas oferecem aulas semanais de evangelização para crianças e
adolescentes, além da biblioteca infantil, que existe inclusive no Caminho de
Damasco para empréstimo gratuito de livros. Diversos livros sobre educação da
criança existem na vasta literatura espírita, abordando esta questão dos mais
variados ângulos.
Lendo livros como esses, os
pais neles encontram interessantes e oportunas abordagens que os ajudarão
muito, tanto na arte de educar os filhos como na difícil arte de se educarem a
si mesmos. Podemos citar algumas dessas obras, como NOSSOS FILHOS SÃO ESPIRITOS
de Hermínio Miranda, EDUCAR OS FILHOS – COMPROMISSO INADIÁVEL de Lúcia Moraes.
EDUCAÇÃO ESPÍRITA DE NOSSOS FILHOS de Geziel de Andrade.
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