Como podemos ajudar alguém que quer se suicidar? – pergunta uma senhora.
Uma pessoa
que chega ao ponto de atentar contra a própria vida, cara ouvinte, ou perdeu o
sentido da sua existência, desacreditando de tudo ou quer se vingar de tudo e
de todos. Ela se afundou num estado profundo de depressão emocional, alimenta
um forte sentimento de revolta e também de culpa por não estar conseguindo seu
objetivo. E essa pessoa não chegou a essa situação por acaso, se não depois de
muito sofrimento. Ajudá-la, portanto, é o nosso dever moral.
Sua
pergunta ficou um tanto no ar, porque não temos as informações suficientes para
analisar o caso com mais objetividade. Então, a resposta que vamos dar é de
caráter geral. Você deveria vir pessoalmente conversar conosco no Centro
Espírita Caminho de Damasco. No entanto,
é bom saber que, quando a pessoa em questão é um familiar, precisamos nos
desvestir imediatamente de todo preconceito, de todo impulso de criticá-la ou condená-la,
e partir imediatamente o socorro.
Casos
assim pedem ajuda imediata. Existem várias tipos de ajuda: de familiares,
amigos, profissionais e da religião. Se o profissional, médico ou psicólogo,
tiver uma visão mais ampla do problema, deverá envolver a família,
principalmente, e os demais recursos que couberem no caso, como a assistência
espiritual. A espiritualidade de uma pessoa é a sustentação de sua vida. Não
existe apenas um único caminho de solução, mas uma conjugação de esforços das
pessoas envolvidas.
Posturas
mais recentes no campo da Medicina, por exemplo, afirmam que onde existir um
doente (e, no caso, o impulso ao suicídio revela enfermidade), a família também
está doente e todos precisam ser tratados. Cuidar de alguém não é apenas
dar-lhe alimento ou remédio; é sobretudo cobrir suas necessidades afetivas. Não
podemos esquecer que todos precisamos de atenção, consideração, respeito e
amor. Se esse ingrediente espiritual faltar em nossa vida, podemos perder a
razão de viver.
Não
foi por outra razão que Jesus se preocupou tanto com o amor ao próximo. Não
existe próximo mais próximo que os membros de uma mesma família ou os moradores
de uma mesma casa. Se levássemos em conta o que Jesus ensinou, com certeza,
todos seríamos mais felizes e muitos dos problemas, que enfrentamos hoje, não
existiriam, pois a fonte de todo conflito – quer na família, quer na sociedade
– está no íntimo de cada um.
Sendo assim,
diante de uma pessoa com propensão para o suicídio, devemos buscar ajuda
profissional, religiosa, afetiva. No Espiritismo, entendemos que o envolvimento
emocional é de suma importância, porque a emoção decorre de um estado de alma.
Várias pessoas, que chegam depressivas ao centro, encontrando apoio e atenção, acabam
descobrindo o caminho da cura dentro de si mesmas, interessando-se em conhecer
o lado espiritual da vida.
O
passe, a água fluídica, a mensagem do evangelho, a lição instrutiva, o contato
com os companheiros, tudo isso aliado aos cuidados médicos, na maioria das
vezes, acabam por lhes propiciar o apoio moral e espiritual de que necessitavam
para se harmonizarem consigo mesmos, confiar em Deus e encontrar motivos para
viver melhor. No entanto, a participação da família é sempre importante, quando
não indispensável.
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