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terça-feira, 9 de junho de 2020

FLUIDOS; MORTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




  Uma leitora nos passou o seguinte recado. “Quando eu me queixava de uma separação de muitos anos, que até hoje não me conformei, uma pessoa me disse que tenho dois grandes defeitos: um é ser franca demais e outro é que me elogio muito. Ela disse que isso pode ter agravado as relações em casa. Depois que comecei a ler livros espíritas passei a perceber que ela pode ter razão, mas assim mesmo não sei como ser diferente”.
Todos estamos a caminho da perfeição, mas como já pôde observar pela Doutrina Espírita, esse caminhar através das reencarnações é longo e sofrido. Assim, cada vez que reencarnamos vimos com uma programação para melhorar. É como um profissional que passa a frequentar um curso para se aperfeiçoar e melhorar seu desempenho. Só que, para o Espírito, cada curso é uma vida. Sendo assim, o Espiritismo nos convida a fazer um autoexame, a descobrir em nós mesmos o que precisamos mudar de mais urgente neste momento, até porque é impossível mudar tudo de uma vez e se tornar perfeito numa só encarnação.
 Lembre-se desta frase de Jesus: “Sede perfeitos como vosso Pai Celestial é perfeito”. No seu caso específico, se realmente você tem esses dois hábitos, o da franqueza rude e o do autoelogio, é preciso atentar para esse lado e verificar como começar. Na verdade, quando a pessoa se preocupa muito com a própria imagem quando fica ansiosa para contar suas façanhas, suas vantagens e realizações para mostrar que é melhor que os outros, é porque ela se sente pequena diante de si mesma, ou seja, quando ela quer ser o que não é e, por isso, precisa mobilizar seu orgulho para se tornar centro de atenção. 
 Logo, o autoelogio, além de ser uma atitude deselegante diante dos outros, pode ser uma questão de ansiedade e insegurança, alimentada pelo orgulho e pela vaidade, e, ao mesmo tempo, a necessidade de buscar aprovação ou admiração das pessoas que a cercam, para se fazer respeitada e admirada. No fundo, é orgulho, sim, disfarçado em franqueza ou mania de só querer dizer a verdade, embora seja a sua verdade.
 A franqueza pode advir do mesmo problema, porque há pessoas que não sabem controlar seus impulsos e logo põem pra fora o que trazem dentro de si, esquecendo que pode estar agredindo ou machucando os outros. É também insegurança e falta de maturidade. Ser educado e gentil, quando por trás queremos ajudar ou poupar as pessoas de nossa inquietações, pode ser uma forma de caridade. Afinal, há várias maneiras de dizer a mesma coisa, com a possibilidade de colher um resultado melhor e sem precisar ficar com sentimento de culpa.
  Todavia, cara ouvinte, todos precisamos melhorar, e melhorar muito as nossas atitudes e o nosso comportamento, uns diante dos outros. O primeiro passo é ouvir quem nos critica; por incrível que pareça, nossos melhores críticos não são os nossos amigos, pois eles sempre querem nos poupar de decepções e acabam contribuindo para que criemos uma imagem falsa de nós mesmos. Nossos melhores críticos são os que se antipatizam conosco, porque eles não têm receio de dizer o que pensam e tampouco de nos machucar. E muito do que eles dizem pode ser verdade.
 Um segundo passo para mudar é fazer um autoexame. Precisamos ser mais críticos e sinceros conosco, sem correr o risco de estarmos nos enganando. Examinar-nos regularmente, para verificar onde acertamos e onde erramos. Procurarmos não repetir erros, mas se repetirmos não desanimar, não desistir, porque melhorar é difícil, exige determinação, coragem e persistência, mas é onde está o nosso maior mérito.
O terceiro passo é praticar boas ações, por pequeninas que sejam, mas praticá-las sempre que estiverem ao nosso alcance, sem ficar adiando. Mas não praticá-las de qualquer jeito, e sim se esforçar para pôr amor naquilo que faz. Uma pequenina ação praticada com amor vale mais do que dez outras feitas de má vontade e por simples obrigação. Agir por obrigação é uma coisa, agir por amor é outra.
 Um quarto passo para nos melhorar é a oração. Precisamos de Deus sempre, não para pedir coisas (como comumente as pessoas fazem),mas para pedir ajuda a fim de encontrarmos paz dentro de nós, equilíbrio em nossas decisões, harmonia em nossas palavras, bondade em nossos atos. A prece renova nosso campo interior de força, higieniza nossa mente e abre caminhos para que nossos protetores espirituais encontrem condições de nos ajudar. Contudo, a prece sincera se concretiza sempre através da ação.















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