Já nos anos 80 do século XX, as estatísticas
mostravam um crescimento vertiginoso de mortes de jovens de forma natural ou
acidental, precipitando familiares, sobretudo mães e pais, no abismo da dor e
sofrimento moral nunca imaginado na “zona de conforto” em que viviam.
Uma avaliação da evolução desses índices de lá para cá, revelarão um aumento
exponencial de tais casos. Claro que o exercício do livre arbítrio continua a
produzir vítimas a todo instante neste Planeta, revelado pelo Espiritismo como
situado na faixa das Expiações e Provas, impondo de forma inexorável – embora
gradual – os efeitos daquilo que causamos com nossas ações, motivadas,
invariavelmente, por anseios de projeção ou exploração no meio em que as
criaturas se acham inseridas. Naturalmente associada à evolução das densidades
demográficas observadas nos diferentes continentes, o fato é que o Espiritismo
acrescenta dado sugestivo na análise desses acontecimentos. Uma mensagem
psicografada pelo médium Chico Xavier confirma isso. Na verdade era a segunda
recebida de um jovem – Luiz Roberto Estuqui Jr -,
desencarnado em 4 de janeiro de 1984, num acidente nas imediações de Araraquara
(SP), a caminho de São José do Rio Preto (SP), localidade em que residia. A
primeira carta, psicografada na reunião publica de 24 de fevereiro, apenas 50
dias após sua trágica morte, revela aspectos curiosos, embora óbvios: quem
morre não aceita facilmente o abandono dos projetos perseguidos; o chamado
corpo espiritual ou períspirito é submetido a tratamentos específicos;
familiares desencarnados há mais tempo geralmente assistem o recém-chegado para
numa faixa menor de tempo se readaptar à vida de que se afastou um dia para
reencarnar. No caso de Luiz Roberto, um dos seus
acompanhantes foi um tio – Fausto João Estuqui – vitima de
fatal acidente de avião nas imediações de Votuporanga (SP), oito anos antes.
Foi através dele que o jovem comunicante obteve a resposta procurada por
muitos, notadamente os que são surpreendidos pelas perdas de entes queridos. E
não só esclarece a dúvida acalentada por tantos, como oferece em seguida seu
próprio exemplo para os que querem refletir. Relata Luiz Robert em sua carta
de 15 de setembro de 1984: - “O tio Joaozinho, a quem levo as suas
perquirições para estudo, e por entender melhor a vida, me respondeu que, por
amigos daqui, veio a saber que milhões de pessoas estão passando pela
desencarnação no tempo áureo da existência, porque nos achamos numa fase de
muitas mudanças na Terra. E aqueles Espíritos retardatários em caminho, quando
induzidos a considerar a extensão das próprias dívidas, aceitam a prova da
desencarnação mais cedo do que o tempo razoável para a partida, e são atendidos
com a separação de pais e afetos outros, no período em que mais desejariam
continuar vivendo, em razão do tempo que perderam com frivolidades nas vidas
que usufruíram. São muitos os companheiros que se retiram da Terra,
compulsoriamente, das comodidades humanas em que repousavam, de modo a
rematarem o resgate de certos débitos que os obrigavam a sofrer no âmago da
própria consciência”. Atendo-se ao caso, do próprio informante, Luiz
Roberto escreveu: -“Ele mesmo, o tio Joãozinho, me explicou que
tendo pedido exames para saber o motivo pelo qual perdeu o corpo numa queda de
avião, foi conduzido, por Menores competentes, junto dos quais pôde ver, num
processo de regressão, as causas da desencarnação violenta pelo qual foi
obrigado a alcançar. Disse-me que conseguiu observar cenas tristes de que fora
protagonista, há mais de trezentos anos, nas quais se via na posição de algoz
de vasta comunidade humana, atirando pessoas em poços de tamanho descomunal,
por motivos sem maior importância. Assim, ele precipitou muita gente do alto de
montes ásperos e empedrados, com o objetivo de conquistar destaque nas posições
da finança e do poder. As faltas cometidas permaneceram impunes, por ausência
de autoridades nas localidades de sua atuação, mas, perante a Justiça Divina, os
disparates levados a efeito foram assinalados para resgate em tempo oportuno.
Desse modo, o tio afirmou que tendo arrasado a vida de muita gente, do ápice de
montanhas alcantiladas e espinhosas, conseguiu liberar-se com a angústia por
ele sofrida na queda da máquina que o resguardava. Disse-me que a morte o
liberava de pagamentos quase inexequíveis, já que devia unicamente o remate de débitos contraídos, considerava
o acidente aéreo uma solução benigna para ele que se vê agora, sem a mácula de
culpa alguma”. Evidencia-se desta
forma as sutilezas da Lei de Causa e Efeito, administrando os processos
evolutivos dos habitantes da Terra.
Gostaria de saber o que significam cético, agnóstico e ateu, se são a mesma coisa ou se existe diferença entre eles.
Existe diferença, sim, entre estas três categorias de pensamento.
O mais fácil de entender, certamente, é a definição de ateu. No grego Deus é
designado pela palavra “théos”; o prefixo “a” significa negação. Logo, ateu é a
pessoa que nega Deus, que não acredita na existência de Deus. É uma postura
filosófica, um modo de ver e conceber o mundo. O ateu parte do pressuposto que
Deus não existe, não deve existir. Logo, tudo que existe é apenas matéria e foi
a matéria que deu origem a si mesma.
Já a palavra agnóstico, vem de agnose, do grego,
o que não pode ser conhecido. Logo, agnóstica é a pessoa que pode acreditar
em Deus ou pode não acreditar. Ela parte do pressuposto de que conhecimento
dessa ordem não está à altura do ser humano alcançar. Logo, Deus pode existir
ou não, mas nunca poderemos provar. Entre os agnósticos, há duas classes: os teístas
e os ateístas.
Agnóstico teísta é o que considera que
Deus existe, mas o conhecimento de Deus é inacessível ao homem, pois não é
possível provar que Deus existe. Logo, ele não deve se ocupar disso e se
satisfazer apenas com a crença de que Deus existe. Agnóstico ateísta,
por sua vez, é aquela pessoa que
considera que Deus não existe e que, sendo impossível provar que ele não
existe, o homem também não deve se ocupar desse assunto.
Finalmente, o cético. O cético diferencia de todos os demais, porque
se trata da pessoa que considera que Deus pode existir ou pode não existir, mas
ele só se sentiria satisfeito se conseguisse comprovar a existência ou a
não-existência de Deus. A diferença entre o cético e o diagnóstico é que o
cético acredita que o homem poderá provar que Deus existe ou que não existe,
enquanto o agnóstico acha que isso é impossível, porque além da capacidade humana
de investigação e que, portanto, é inútil se ocupar desse assunto.
Apenas para completar o quadro das diversas posições humanas em
relação à existência de Deus, convém citar ainda os teístas ou crentes. Teístas
ou crentes são os que acreditam em Deus, a grande maioria da população, pois a
existência de Deus é o fundamento de todas as religiões. Entre os crentes ou teístas
há os que não se preocupam em compreender sua crença, apenas acreditam e,
portanto, optam por uma fé cega. Mas existe a outra categoria, formada de
pessoas que veem na existência de Deus uma resposta para a existência do
Universo e para sua própria existência. Estes utilizam uma fé racional.
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