Numa reunião do Centro colhemos a seguinte questão, levantada por um dos presentes: “Uma pessoa vai ao centro para afastar um Espírito obsessor que está com ela. Ouço dizer que não devemos afastar o obsessor à força, mas apenas com evangelho, para que ele desista do que está fazendo e aprenda a perdoar, porque caso contrário, mais cedo ou mais tarde, ele voltará com carga redobrada. Então pergunto: e se o obsessor não se convencer do evangelho, essa obsessão nunca vai acabar? “
Chamamos de obsessor, caros
ouvintes, o Espírito que está seguindo uma pessoa com o único objetivo de
prejudicá-la. Quase sempre é um inimigo ou, até mesmo, alguém que está a
serviço de um inimigo. Veja bem: inimigo que pode ser desta ou de encarnação
anterior. Constatada a obsessão ( até
porque nem todos os casos de pessoas perturbadas são casos de ação de Espíritos
desencarnados), há pelo menos três meios de tentar resolver o problema, sob o
ponto de vista espírita.
O primeiro é acolhendo e esclarecendo o obsidiado para que ele
crie resistência ou saiba se livrar da influência perniciosa. O segundo é
esclarecer o Espírito obsessor, através de reuniões mediúnicas, tentando
sensibilizá-lo com os argumentos do evangelho ou da fé racional. E o terceiro caminho
é trabalhar com os dois – tanto com o obsessor como com o obsidiado – para que
ambos percebam o caminho da libertação e ajudem-se mutuamente a se livrarem
dessa perturbadora e desastrosa ligação.
A questão, no entanto, precisa ser entendida,
tanto do ponto de vista do obsidiado quanto do obsessor, simplesmente porque
existe uma ligação – geralmente de ódio – entre eles, que veio do passado –
como já dissemos: desta ou de outra
encarnação. Neste particular é mais fácil convencer o obsidiado do que o
obsessor, até porque o obsidiado é uma pessoa humana, ali presente, que estamos
vendo, que pode ser conhecida e, portanto, encontra-se mais acessível ao
esclarecimento e à orientação.
Muitas vezes, o simples
convencimento do obsidiado – de que ele não é apenas uma vítima inocente, mas
também responsável pelo que está acontecendo – acaba por despertar-lhe o
interesse em melhorar seu pensamento, suas atividades e sua conduta diária, o
que às vezes basta para que o obsessor vá aos poucos perdendo seu domínio sobre
ele e se afaste. Para qualquer um de nós não existe uma proteção maior contra
investidas negativas do plano espiritual do que um bom comportamento. Nossa
vida moral é o maior antídoto contra a obsessão.
No entanto – preste atenção
nisso - o simples convencimento do
obsessor – quando o obsidiado não se
esforça o suficiente para mudar suas atitudes e comportamento – não
resolve o problema, porque a ligação mental entre ele e o obsessor continua
aberta e o obsidiado, ainda que inconscientemente, continuará atraindo o
obsessor com o seu ódio. Por isso é que, num grupo espírita esclarecido,
fala-se que é mais urgente e necessário trabalhar o obsidiado do que o
obsessor.
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