Devemos aceitar nossos problemas e não negá-los – diz a nossa Telinha Nassif. Estamos nesta vida com uma missão. Mesmo assim, tem hora que fracassamos. Como a gente pode enfrentar esses problemas, no dia a dia, para aliviar mais essa dor emocional que sentimos? Pelo que eu vejo, não é fugindo deles...
O seu pensamento nos parece correto, Telinha.
Todos que nos encontramos encarnados na Terra – e não existe exceção – estamos
sujeitos a uma série de problemas, durante a vida, que nos cabe enfrentar,
buscando soluções. Esses problemas fazem
parte de nosso currículo de vida: por isso temos que encará-los, não apenas
como um obstáculo ou um impedimento, mas como um desafio que nos dá nova
oportunidade de crescimento pessoal. Ninguém sai de um problema sem ter
aprendido uma lição ou sem ter crescido um pouco. Quando temos consciência
disso, damos um salto significativo em nosso desenvolvimento. Quando não o percebemos,
perdemos uma grande oportunidade de crescer e de nos sentir felizes conosco
mesmo
Contudo, a
grande diferença entre os que só acreditam na vida material e os que tem
convicção na imortalidade é que estes últimos sabem que vale a pena passar por
problemas, pois se a recompensa do sacrifício não vier agora, com certeza
acontecerá depois, mais cedo ou mais tarde. Enquanto isso, quem não acredita em
Deus e nem na imortalidade da alma, sem perspectiva de um futuro depois da
morte, ao se deparar com um problema mais grave, pode desesperar-se por sentir que a sua vida
perdeu totalmente o sentido e que não vale mais a pena viver.
Logo, por pior a nossa condição hoje, diante
de um problema que parece não ter solução, o que vai nos dar ânimo e coragem é
a certeza de que esse caminho nos levará a uma preciosa conquista, se soubermos
valorizar estes momentos. É como a pessoa que se candidata a um cargo muito
cobiçado, que precisa abrir mão de todas as suas comodidades e prazeres
imediatos, para preparar-se devidamente ao cargo durante meses e até anos,
sabendo que seus esforços e sacrifícios serão recompensados mais adiante com
algo que vai melhorar sua qualidade de vida.
A ideia de que a vida continua, por si só,
Telinha, nos dá toda a segurança que precisamos, pois sabemos que nada,
absolutamente nada, acontece por acaso. Todavia – e aqui vem o mais importante
- precisamos vivenciar com mais profundidade essa ideia, pois os maiores
problemas não são os que estão fora de nós ( não é fulano, beltrano ou sicrano,
não é a situação difícil que se nos apresenta), mas o que estão dentro de nós –
a insegurança, o medo, a revolta, a acomodação. Daí a necessidade de nos tocar
mais intimamente pela ideia que cultivamos como verdade, a fim de conseguirmos
mudar nossos sentimentos e expectativas em relação ao problema.
Logo, não há
uma solução mágica para esse estado emocional, Telinha Precisamos de um autotratamento,
que vai exigir um pouco mais do que simplesmente acreditar, um pouco mais do esforço
habitual. Não basta esperar um milagre de Deus ou que uma simples oração
resolva nosso problema, ou que dois ou três passes espirituais sejam
suficientes para nos transformar de uma hora para outra. É preciso mais. O fato
é que precisamos nos integrar num mundo novo, onde a concepção de um Deus bom e
misericordioso e a ideia da sobrevivência da alma penetrem fundo nosso coração,
envolvam-no e nos possuam por inteiro.
Geralmente, no meio espírita, recomendamos à
pessoa frequentar regularmente um centro, participar mais ativamente de uma
alguma atividade que possa tocá-la na intimidade – uma leitura, uma palestra,
um curso, um diálogo, boas ações que ela possa fazer em favor do próximo,
especialmente aquelas que ela nunca fez, mas pensou em fazer. O ideal seria que
ela se integrasse em algum serviço de real significado social. Trata-se, na
verdade, de uma terapia espírita de sensibilização da alma, que tem por
objetivo elevar seu estado íntimo de vibração, a fim de que seja mais
facilmente envolvida pela ação benéfica de seu protetor ou de seus amigos
espirituais que estão dispostos a ajudá-la.
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