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quinta-feira, 23 de julho de 2020

TERRA; NIVEL ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




  O jovem Adhemar Marcondes Filho, se diz chocado com a pobreza e o sofrimento de certas famílias, incluindo crianças, adultos e idosos. Então pergunta: “As pessoas precisam, de fato, passar fome, viver em lugares desconfortáveis, sempre dependendo de alguém, limitadas psicologicamente? E as crianças que passam necessidade, as adolescentes que são lançadas no mundo da prostituição? Que responsabilidade tem os governantes que deixam essa crueldade acontecer?”
  Infelizmente, Adhemar, tais situações de miséria material e moral – que sempre existiram no mundo civilizado – continuam existindo em nosso planeta. Poderíamos até entender que as discriminações, os preconceitos e o abandono existiram no passado, quando o homem ainda era pouco inteligente para ter um bom senso de justiça. Mas, hoje não. E, por incrível que pareça, há quem tire proveito dessa situação para obter vantagens, satisfazendo seu egoísmo, sua vaidade e seu orgulho.
 O sofrimento de crianças, adolescentes, adultos e idosos não ocorre apenas perto de nós, mas em todo o planeta, nas situações mais absurdas. No entanto, a nossa responsabilidade para com o próximo deve começar com o próximo mais próximo, com aqueles cujos infortúnios desfilam à nossa frente. Todos nós, que já podemos entender um pouco da vida, que já alcançamos um certo nível de compreensão do que é justiça, temos um compromisso com essa parcela abandonada da sociedade.
 É evidente que os homens que nos governam deveriam estar muito mais atentos a essa lastimável desigualdade, por que foram eleitos justamente para garantir a justiça e o bem-estar social.   Sobre o papel dos políticos e administradores, Kardec afirma, n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que “a posição elevada no mundo e autoridade sobre o semelhante são provas tão grandes e arriscadas quanto a miséria; quanto mais o homem for rico e poderoso, mais obrigações têm a cumprir”
 Se por um lado cabe as nós cobrar providências das autoridades, por outro, não podemos nos omitir diante do que está ao nosso alcance fazer.  Se queremos formar cidadãos e políticos responsáveis, precisamos fazer com que a sociedade se torne responsável e fraterna, criando um ambiente propício para a estimular ações solidárias. Como queremos fazer de nossas crianças bons cidadãos ou bons políticos, se não lhes damos exemplo para que cresçam conscientes do que é uma sociedade cristã?
 É claro que, diante da Lei de Deus, nada acontece por acaso, Adhemar. Os que sofrem hoje têm dívidas do passado e os que se omitem hoje terão de arcar com as consequências no futuro. Não é por acaso que você se sente numa condição privilegiada, enquanto essas pessoas sofrem os efeitos da ignorância e da miséria. No entanto, quem tem que consertar essa situação somos nós. Se esses Espíritos ainda estão passando por tais problemas, cabe à sociedade prover suas necessidades, dando-lhes educação e trabalho, para que possam se recuperar. Os Espíritos, que reencarnam em ambiente miserável, não podem ser abandonados. O papel da sociedade, seja através de seus governantes e da própria população, é ajudá-los a se libertar dessa dependência.
 Observando essa situação, Allan Kardec, na questão 812 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, formulou a seguinte questão:  “Existem pessoas que caem nas privações e na miséria por sua própria culpa. A sociedade pode ser responsabilizada por isso?  E os Espíritos responderam: “Sim, já o dissemos, ela é sempre a causa primeira dessas faltas, pois não lhe cabe velar pela educação moral de seus membros?”
 O problema, portanto, não é apenas a miséria em si, mas as causas que a determinam. Essas causas, quase sempre, estão na falta de uma ação social efetiva, no sentido de garantir uma educação condizente à formação do bom cidadão, ao descaso com que a pobreza é vista e tratada pela sociedade em geral e, especificamente, pelos seus dirigentes. Os projetos, criados nesse sentido, acabam morrendo por falta de recursos suficientes e do engajamento da própria sociedade nesse processo.
 Pois, além da ação governamental, que é um dever de justiça, os cidadãos devem fazer algo por sua comunidade e podem fazê-lo juntamente com os órgãos públicos. . Aí estão as entidades assistenciais, quase frente fruto do esforço e até do sacrifício de cidadãos abnegados, buscando minorar o sofrimento das vítimas da pobreza, da miséria e da ignorância. Mas elas sempre lutam com muita dificuldade e, frequentemente, se veem impedidas de realizar uma ação mais efetiva em favor daqueles a quem atende, face à carência de recursos, a falta de uma maior participação dos cidadãos e às próprias limitações de nossas leis.
















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