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quarta-feira, 5 de agosto de 2020

A FATALIDADE E OS PRESSENTIMENTOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

No número de março de 1858 da REVISTA ESPÍRITAAllan Kardec inclui interessante matéria elaborada a partir da carta de um correspondente sobrevivente a naufrágio de que foi vitima ao ser surpreendido com mais sete tripulantes por temporal que durante a noite virou o barco em que navegavam causando a morte de quatro deles, enquanto ele e mais três se salvaram mantendo-se sobre a quilha da embarcação até o raiar do dia. O vento empurrou então a embarcação para a costa, possibilitando ganhar a terra a nado. Indaga porque, nesse perigo, igual para todos, apenas quatro sucumbiram, destacando que, no caso dele, era a sexta ou sétima vez que escapava de risco iminente, mais ou menos nas mesmas condiçõesKardec explica ter formulado oito perguntas a São Luiz, o dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Espírita de Paris, esclarecendo em breve nota complementar ater-se apenas à fatalidade dos acontecimentos materiais, visto a fatalidade moral ter sido tratada de maneira completa n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Vamos às perguntas e respectivas respostas: 1- Um perigo iminente que ameaça alguém é dirigido por um Espírito e a não consumação do mesmo dever-se-ia à ação de outroQuando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; escolhendo-a, cria-se uma espécie de destino que não pode evitar, desde que se submeteu. Falo das provas físicas. Conservando seu livre arbítrio sobre o Bem e o mal, o Espírito é sempre livre de suportar ou repelir a prova. Vendo-o fraquejar, um bom Espírito pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de modo a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe e exagerando o perigo físico, pode abalá-lo e apavorá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave2- Na iminência de um acidente, o livre arbítrio parece nada valer para a potencial vítima. Poderia ter sido causado ou evitado por um EspíritoOs bons ou maus Espírito não podem sugerir senão pensamentos bons ou mausconforme sua natureza. O acidente está marcado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é sinal que tu mesmo o desejaste, a fim de te desviares do mal e te tornares melhor. Quando escapas ao perigo, ainda sobre a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos fortemente, conforme a ação, mais ou menos forte, dos bons Espíritos, em te tornares melhor3- A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais da vida, ainda seria, então, um efeito de nosso livre arbítrioTu mesmo escolheste a tua prova; quanto mais rude for e melhor a suportares, tanto mais te elevas. Os que passam a vida na abundância e na felicidade humana são Espíritos fracos, que ficam estacionários. Assim, o número dos infortunados ultrapassa de muito o dos felizes deste mundo, de vez que em geral os Espíritos escolhem a prova que lhes dê mais frutos. Eles veem muito bem a futilidade de grandezas e prazeres. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada, mesmo quando não o seja por meio da dor. 4- Ainda não ficou claro se certos Espíritos tem ação direta sobre a causa material do acidente. Suponhamos que no momento em que um homem passa por uma ponte, esta desmorona. Quem levou o homem a passar por elaQuando um homem passa por uma ponte que deve cair não é um Espírito que o impele, é o instinto de seu destino que o leva para ela5- Quem fez a ponte desmoronar? As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No caso vertente, se o Espírito tiver necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para mover as forças materiais, recorrerá antes à intuição espiritual. (...). O Espírito, digamos, insinuará antes ao homem que passe por esta ponte6- Noutro caso, imaginemos um homem mal intencionado dá-me um tiro, cuja bala passa apenas de raspão. Teria sido desviada por um Espírito bomNão. 7- Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo, como no caso de uma senhora que sai de caso, seguindo por uma avenida, ouvindo uma voz íntima lhe dizendo para voltar para casa e, apesar de vacilar, volta, mas, refazendo-se, crendo ser fruto da imaginação, retorna ao caminho, sendo atingida por uma viga, mal dados alguns passos, o que a deixa desacordada. Não era um pressentimentoEra o instinto, visto que nenhum pressentimento tem essas características, sendo sempre vagos8- Que entendeis por voz do instintoEntendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência.; quando estas tem um caráter saliente, ele conserva uma espécie de impressão em seu íntimo e, tal impressão, despertando ao aproximar-se o instante, torna-se pressentimento.

 


Eu acredito que Jesus falou tudo o que precisamos ouvir, que não é necessário mais nenhuma doutrina nova para dizer mais do que ele disse, que a salvação está em guardar fidelidade às suas palavras, (Anonimo)

 Quando o homem da caverna, centenas de milhares de anos atrás, olhou para o céu e contemplou a lua e as estrelas, ele pensou que os esses corpos celestes são focos de luz que Deus colocou lá em cima para enfeitar suas noites. Quando, no século início da era cristã, Ptolomeu definiu a Terra como centro do Universo, ele pensou ter alcançado toda a verdade sobre o universo. Quando Copérnico, 14 séculos depois, descobriu que é o Sol e não a Terra o centro do Universo, percebendo que Ptolomeu se enganara, ele também se convenceu que – agora sim -  sua verdade era a definitiva.

 Hoje, o que a ciência sabe sobre o universo está muito além do que esses homens de gênio do passado conseguiram detectar. Não só a Terra ou o Sol não são o centro do universo, como se sabe hoje que o universo não tem centro, que na imensidão do cosmos não existe sequer um ponto fixo, pois tudo, absolutamente tudo que compõe as bilhões de galáxias existentes, está em movimento constante rumando para um destino que desconhecemos, tudo dentro de uma gigantesca ordem também inexplicável. Até quando isto será toda a verdade? Não sabemos.

 O ser humano, na sua pequenez, face à infinitude de tudo que o circunda, vivendo no acanhado espaço deste minúsculo planeta, não faz ideia da imensidão do universo, e nem ainda despertou a consciência para o papel que lhe cabe nos planos de Deus. Quando Jesus encarnou na Terra, há dois milênios, ele vinha numa missão muito especial para despertar o homem de seu orgulho e fazê-lo compreender o absurdo de sua tola presunção de achar que tudo sabe e de ter a pretensão de se considerar o dono da verdade .

  Moisés não pode oferecer no seu tempo mais do que seu povo podia compreender e, depois de dar o máximo de si na busca de uma terra prometida, deixou esse legado para seus seguidores e, depois, para muitos profetas que o sucederam ao longo dos séculos. Nesse caminhar, a religião hebraica conheceu diversas fases de evolução através das várias influências sofridas de outros povos, até a chegada de Jesus, que acenou com ideias revolucionárias para a época.

  Mesmo discordando de alguns pontos que os segmentos mais conservadores defendiam, Jesus não combateu Moisés, apenas aperfeiçoou certos conceitos, que não mais atendiam às novas necessidades do povo, como a ideia de Deus-Pai e da imortalidade da alma. No entanto, ele tomou cuidado para não revelar mais do que o povo podia digerir, e é no Evangelho de João, quando promete enviar um outro consolador, “um santo Espírito, que meu pai enviará em meu nome e vos ensinará todas as coisas e vos fará relembrar tudo o que vos tenho dito”.

  Isso significa: Primeiro – que, há 2 mil anos, Jesus só revelou o que seu povo podia entender naquele momento. Segundo – o Consolador, que ele prometeu, revelaria além do que ele ensinou e, mais do que isso, relembraria tudo o que disse. Isso significa que seus ensinos seriam deturpados e o Espírito Consolador voltaria para relembrá-los na sua forma original. Esse Consolador, pelas características que Jesus passou, é a Doutrina Espírita.

  A única verdade, que jamais mudou desde Jesus, são os seus ensinamentos morais baseados no princípio do amor ao próximo. Diante de um povo simples, sem qualquer proeminência intelectual, Jesus se restringiu ao essencial, que é o amor. E deu sustentação à sua doutrina, ensinando que temos um Pai Perfeito e que a alma é imortal. O resto viria com o tempo. Não havia ciência na época, os conceitos de vida que as pessoas tinham ainda eram primários. O maior progresso de conhecimentos da humanidade ocorreria nos séculos seguintes















No número de março de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui interessante matéria elaborada a partir da carta de um correspondente sobrevivente a naufrágio de que foi vitima ao ser surpreendido com mais sete tripulantes por temporal que durante a noite virou o barco em que navegavam causando a morte de quatro deles, enquanto ele e mais três se salvaram mantendo-se sobre a quilha da embarcação até o raiar do dia. O vento empurrou então a embarcação para a costa, possibilitando ganhar a terra a nado. Indaga porque, nesse perigo, igual para todos, apenas quatro sucumbiram, destacando que, no caso dele, era a sexta ou sétima vez que escapava de risco iminente, mais ou menos nas mesmas condições? Kardec explica ter formulado oito perguntas a São Luiz, o dirigente espiritual das reuniões da Sociedade Espírita de Paris, esclarecendo em breve nota complementar ater-se apenas à fatalidade dos acontecimentos materiais, visto a fatalidade moral ter sido tratada de maneira completa n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Vamos às perguntas e respectivas respostas: 1- Um perigo iminente que ameaça alguém é dirigido por um Espírito e a não consumação do mesmo dever-se-ia à ação de outro? Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; escolhendo-a, cria-se uma espécie de destino que não pode evitar, desde que se submeteu. Falo das provas físicas. Conservando seu livre arbítrio sobre o Bem e o mal, o Espírito é sempre livre de suportar ou repelir a prova. Vendo-o fraquejar, um bom Espírito pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de modo a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe e exagerando o perigo físico, pode abalá-lo e apavorá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave. 2- Na iminência de um acidente, o livre arbítrio parece nada valer para a potencial vítima. Poderia ter sido causado ou evitado por um Espírito? Os bons ou maus Espírito não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, conforme sua natureza. O acidente está marcado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é sinal que tu mesmo o desejaste, a fim de te desviares do mal e te tornares melhor. Quando escapas ao perigo, ainda sobre a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos fortemente, conforme a ação, mais ou menos forte, dos bons Espíritos, em te tornares melhor. 3- A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais da vida, ainda seria, então, um efeito de nosso livre arbítrio? Tu mesmo escolheste a tua prova; quanto mais rude for e melhor a suportares, tanto mais te elevas. Os que passam a vida na abundância e na felicidade humana são Espíritos fracos, que ficam estacionários. Assim, o número dos infortunados ultrapassa de muito o dos felizes deste mundo, de vez que em geral os Espíritos escolhem a prova que lhes dê mais frutos. Eles veem muito bem a futilidade de grandezas e prazeres. Aliás, a vida mais feliz é sempre agitada, sempre perturbada, mesmo quando não o seja por meio da dor. 4- Ainda não ficou claro se certos Espíritos tem ação direta sobre a causa material do acidente. Suponhamos que no momento em que um homem passa por uma ponte, esta desmorona. Quem levou o homem a passar por ela? Quando um homem passa por uma ponte que deve cair não é um Espírito que o impele, é o instinto de seu destino que o leva para ela. 5- Quem fez a ponte desmoronar? As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No caso vertente, se o Espírito tiver necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para mover as forças materiais, recorrerá antes à intuição espiritual. (...). O Espírito, digamos, insinuará antes ao homem que passe por esta ponte. 6- Noutro caso, imaginemos um homem mal intencionado dá-me um tiro, cuja bala passa apenas de raspão. Teria sido desviada por um Espírito bom? Não. 7- Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo, como no caso de uma senhora que sai de caso, seguindo por uma avenida, ouvindo uma voz íntima lhe dizendo para voltar para casa e, apesar de vacilar, volta, mas, refazendo-se, crendo ser fruto da imaginação, retorna ao caminho, sendo atingida por uma viga, mal dados alguns passos, o que a deixa desacordada. Não era um pressentimento? Era o instinto, visto que nenhum pressentimento tem essas características, sendo sempre vagos. 8- Que entendeis por voz do instinto? Entendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência.; quando estas tem um caráter saliente, ele conserva uma espécie de impressão em seu íntimo e, tal impressão, despertando ao aproximar-se o instante, torna-se pressentimento.

 


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