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segunda-feira, 24 de agosto de 2020

ALLAN KARDEC E O PENSAMENTO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




  Por que dizem que Allan Kardec foi o codificador do Espiritismo? Não seria mais certo dizer que ele foi o criador do Espiritismo? (Abegar de Oliveira – Marília)
   Se você abordar a Doutrina Espírita sob uma visão materialista – ou seja, não reconhecendo a existência do espírito e a imortalidade – poderá, sim, dizer que Allan Kardec  foi criador do Espiritismo, pois o Espiritismo, em última instância, saiu de suas mãos. Foi ele quem anunciou e assumiu inteiramente a doutrina, quem publicou os seus primeiros livros (que inclusive levam o seu nome) e quem iniciou no mundo o movimento espírita propriamente dito.
 Mas, se você ver a Doutrina Espírita do ponto de vista mais amplo, que é o ponto de vista espiritual – quer dizer, da maneira como a doutrina realmente deve ser vista, abordando a existência do Espírito  -  então não poderá atribuir a Allan Kardec a criação dessa doutrina. Criador é quem cria e não foi propriamente da cabeça de Kardec que a doutrina surgiu, mas da revelação de milhares de Espíritos que, com ele, lançaram as bases do Espiritismo, porque ele efetivamente trabalhou para isso.
  Se você já leu, pelo menos O LIVRO DOS ESPÍRITOS, pôde perceber dois pontos importantes. O primeiro é que as 1018 perguntas foram atribuídas a Kardec e as respostas aos Espíritos. E a segunda é que Kardec, sempre muito crítico  naquilo que queria saber, colaborou com os Espíritos nas respostas. Não foi apenas um perguntador, colocando-se ao lado dos Espíritos para esclarecer muitos pontos, que julgou que ainda não tinham sido suficientemente esclarecidos. 
   Ele poderia ter publicado o primeiro livro espírita com outro título, mas preferiu chama-lo de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, pois queria deixar muito claro que as bases da nova doutrina vieram da revelação dos Espíritos, postura que  ele deixa muito clara em suas obras.  Kardec fundou as bases da doutrina com fundamento no estudo dos fenômenos e nas informações que recebeu da espiritualidade. Logo, ele não trabalhou sozinho; pelo contrário, foram os Espíritos que motivaram e  impulsionaram seu trabalho.
 Neste particular, deixou bem claro em suas obras que não foi ele não quem criou o Espiritismo, embora, pela sua formação pedagógica e pelos conhecimentos filosóficos e científicos que então  dominava,  tenha sido colaborador efetivo dos Espíritos para sistematizar a doutrina a partir das revelações que recebeu. Acreditamos, de nossa parte, que ele fora preparado para essa difícil e espinhosa missão antes de reencarnar e poderíamos afirmar mesmo que ele fazia parte dessa falange de Espíritos que viria trazer o Espiritismo à humanidade.
 A espiritualidade superior precisava de alguém encarnado que reunisse condições de elaborar para o mundo uma nova  doutrina e ele se deu bem nessa missão, sem nenhuma pretensão de chamar para si os méritos de ser único. Para os que não levam em conta a realidade do espírito Kardec foi um criador, mas para quem enxerga o mais além, sabe que ele nunca esteve sozinho nessa missão, pois foi um parceiro dos Espíritos, com um papel fundamental na comunicação da nova  revelação.
  O fato de ser chamado codificador, com certeza, vem em decorrência dessa diferenciação que ele próprio insistiu muito em fazer, afirmando que a revelação espírita não está apoiada num só homem, como a de Moisés, Jesus, Buda ou Maomé. Talvez codificador ainda não seja o termo mais adequado para o papel que desempenhou, pois ele foi bem mais do que um mero coletor das informações prestadas pelos Espíritos. Ele participou delas e ajudou a edificar a doutrina.
















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