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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

COMA; SOBREVIVÊNCIA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 




Já tentei entender a Bíblia. E ali fiquei mais com tantas ideias que se chocam, como a da criação do homem. Não vejo que a história dos hebreus seja diferente das mitologias de outros povos   Acho que ela deve ter um significado mais filosófico, mas está longe da realidade. Por exemplo: quando Deus criou Adão, o que será que ele estava pensando? Que Adão seria dócil e obediente, que não erraria nunca? Será que Deus se enganou logo de cara, já foi errando no seu primeiro ato? Ou ele não conseguiu criar um homem perfeito e depois se arrependeu? (Anônimo)

De fato, a narrativa do Gênesis não deve ser interpretada ao pé da letra e, portanto, não deve ser vista como um fato histórico ou real. Desde o mundo mais antigo, o homem procurou explicação para tudo, queria saber como o mundo começou, de onde veio e para onde vai. Daí surgiram os mitos e as lendas de cada povo, que procuravam conformar a história com valores morais e espirituais da época. Isso aconteceu também entre os hebreus, e a história da criação foi elaborada para atender às necessidades daquele momento, em que se acreditava muito e se raciocinava pouco.

 Mas, no fundo, as lendas e os mitos de cada povo são importantes para compreendermos o caminhar da humanidade. Eles trazem um significado moral elevado, pois se baseiam – como dissemos – em valores espirituais. Adão e Eva no paraíso simbolizam o ser humano– mas o homem e a mulher de todos os tempos, que têm tudo para serem bons e não são, que sabem das leis mas não as seguem, que conhecem os próprios limites mas querem ser mais do que realmente são. A queda representa o seu fracasso diante do bem. Quando eles poderiam ter uma vida mais simples e mais próxima da natureza (como o paraíso bíblico), escolhem um caminho tentador e muito complicado.

  No livro “A GÊNESE, OS MILAGRES E AS PREDIÇÕES”, o último de Kardec, editado em 1868, há um estudo muito interessante sobre a criação, mostrando que a narrativa bíblica é uma figura, uma alegoria, e que o Espiritismo abraça as descobertas da ciência, pois acredita na lei da evolução. É claro, mais do que nunca, a ciência vem desvendando novas verdades sobre a trajetória do homem ao longo dos milênios. E o Espiritismo, por sua vez, estabelece uma relação direta entre a evolução da vida na Terra e a evolução do Espírito, ao longo de milhões de anos.

 Se você tiver curiosidade e quiser conhecer mais sobre o assunto, leia este EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS. Autor espiritual: André Luiz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. Essa obra data de 1958 – tem, portanto, 62 anos. Nela você vai encontrar um paralelo entre os dois lados da evolução, mostrando que a criação é eterna, que tudo está em constante transformação (inclusive nós), a caminho da perfeição. Eis porque reencarnamos. Na verdade, viemos do passado e caminhamos em direção ao futuro, buscando novas formas de aperfeiçoamento, pois a obra de Deus é muito mais complexa do que podemos imaginar.

 O importante é que compreendamos que não dá para explicar o universo sem Deus – ou seja, sem uma inteligência perfeita, causadora de tudo, presente em tudo, que regula cada fenômeno, que se manifesta em cada expressão da imensidade do cosmos (seja numa explosão de nebulosa, seja no brilho de um minúsculo grão de areia ao contato com um raio de sol) , mas que está também em cada um de nós, em nosso coração,  como expressão suprema do amor que devemos uns aos outros.


















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