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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

CONTAMINAÇÃO FLUIDICA; CORPO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 
Esta questão, que vamos comentar agora, veio da Aline, que frequenta a nossa casa espírita e que apresentou o seguinte problema.  Preste bem atenção. “Tenho dúvida sobre a lei de causa e efeito. Por exemplo:  se alguém me ofende, é porque já ofendi alguém. Então, essa pessoa, que me ofendeu agora, ela está apenas cumprindo a lei de causa e efeito.  Mas, ela também não está fazendo um mal e por isso vai ter que responder pelo que fez? Na outra vida, quando ela for ofendida por outro, não vai acontecer a mesma coisa com esse outro que a ofender? Eu pergunto: quando vai terminar isso? Nunca?”

 Inteligente e direta sua pergunta, Aline. Acontece que, dentro das leis naturais, as coisas não caminham de maneira tão simples assim. Se os fatos da vida se dessem em sequência linear – seguindo uma única linha de acontecimentos -  teríamos um moto perpétuo e os problemas jamais seriam resolvidos. Precisamos ver a evolução sob uma abordagem mais ampla e mais rica.

  Vamos tentar um exemplo, que fica mais fácil entender. Primeiro: o fato de você ser ofendida por alguém não quer dizer, necessariamente, que você ofendeu esta ou aquela pessoa em outra oportunidade.  Isso pode acontecer, mas não é regra geral. Você pode estar sendo simplesmente testada, para aprender a vivenciar uma situação de ofensa, sem sofrer muito e para aprender a perdoar e desenvolver seu autodomínio.

 Você já ouviu falar em “prova”. Prova é isso. Você mesma pede um problema para aprender a resolvê-lo. Muitas situações desagradáveis, que enfrentamos na vida, são provas – principalmente se já atingimos um certo nível de compreensão. Quando o Espírito se encontra nesse nível, ele mesmo pede situações que o ajudem a vencer seus próprios limites ou a dominar seus impulsos.  Emmanuel chegou a afirmar que se nunca formos ofendidos, nunca aprenderemos a perdoar, razão pela qual sofrer é uma condição para o nosso crescimento.

 Estamos dando um exemplo apenas. Mas a situação pode ser outra.  Você foi ofendida porque não soube como comportar-se. Faltou conhecimento, faltou habilidade para lidar com os outros e, por isso, você precisa aprender. Como é que aprendemos a conviver?  Com certeza, convivendo. A grande parte das pequenas contrariedades, que sofremos no dia a dia, decorre de nossa ignorância ou falta de habilidade para viver. É o que André Luiz chama de dor-evolução. Você sabia disso?

 Logo, Aline, não podemos concluir que todo sofrimento decorre apenas e tão somente de erros de dívidas morais. Nem sempre. No entanto, a pessoa, que acaba de ofendê-la, criou no seu caminho uma situação que, necessariamente, vai trazer para ela algum desconforto futuro. Esse futuro pode ser agora ou pode ser depois. Ou seja, de algum modo, ela vai responder por isso. Mas ela não precisará pagar, necessariamente, com a mesma moeda. A Lei de Deus nos abre um leque de oportunidade para saldar as próprias dívidas morais.

 O ofensor poderá responder de variadas formas, até mesmo através da dor do arrependimento e do remorso, sem contar que o descontrole emocional – que o levou à agressão – terá um peso negativo em sua saúde e, mais cedo ou mais tarde, ela terá consciência disso. Desse modo, Aline, o caminho da evolução não é uma reta, onde as coisas vão sucedendo automaticamente umas após às outras. Esse caminho tem muitas variantes, que vão acontecendo ao mesmo tempo, concorrendo para que o Espírito sempre tenha novas oportunidades.

Não sabemos se a resposta a convenceu, Aline. Mas se continuar tendo dúvidas a respeito, volte a nos consultar. E obrigado pela sua participação.






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