(Laura Beatriz Bancchieri) O oração vale alguma coisa? Ela corta o efeito de alguma causa?
Laura,
a oração vale muito, quando feita com sinceridade. “A fé remove montanhas” é
uma verdade. Não uma verdade mágica, mas uma ação cujos efeitos decorrem das
leis da natureza. É nesse ponto que o Espiritismo insiste para que as pessoas
entendam que, quando oram, não estão acionando nenhuma varinha de condão. N’O
EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO Allan Kardec trata muito bem deste tema. Basta
consultar o capítulo “Pedi e Obtereis”. Vale a pena ler o que Kardec fala sobre
a transmissão de pensamento.
Com o
Espiritismo acaba a visão apenas mística da oração, para que ela passe a ser encarada como um recurso de que podemos utilizar
para melhorar muita coisa em nossa vida, principalmente dentro de nós, em
termos de educação dos sentimentos. Hoje, com o desenvolvimento das idéias
científicas, é possível entender que a força da oração está em nosso
pensamento. Quando pensamos criamos e quando criamos modificamos algo na
natureza, pois não há efeito sem causa.
Encare
o pensamento como uma emissão de ondas magnéticas, capaz de gerar um campo de
energia que, primeiramente, envolve aquele que ora num halo psíquico ou
atmosfera mental, que André Luiz chama de “psicosfera” no livro MECANISMOS DA
MEDIUNIDADE. Se a pessoa estiver orando para si mesma, a emissão de
pensamento permanece alimentando esse campo – no mínimo, contribuindo para que
as criações de seu pensamento diário se tornem mais harmônicas e equilibradas,
produzindo bem estar íntimo. Esta é a chamada “vivencia de Deus”.
Se a
oração se dirigir a outra pessoa, onde essa pessoa estiver, será conduzida pelo
pensamento, levando criações positivas que podem atingir o alvo ( ou seja, a
mente da pessoa para quem se está pedindo), ajudando-a também, muitas vezes em
forma de bem estar, capaz de lhe proporcionar sensações agradáveis e nova
disposição, que venham a facilitar a busca na solução de seus problemas. Até
aqui, falamos apenas do nosso envolvimento na prece e do efeito benéfico que
ela nos pode trazer.
No
entanto, temos de considerar que a prece é uma forma de buscar a presença e a
proteção de Deus. Só de pensar em Deus – no Bem Supremo, no Poder Supremo, no
Amor Supremo - muitas vezes, já sentimos
algo de bom dentro de nós. Se esse pensamento está impregnado de uma entrega
com muita fé, ele abrirá pelo princípio da sintonia mental um campo favorável à
intervenção de bons Espíritos, que vêm em nosso auxilio em nome de Deus,
podendo nos ajudar diretamente ou criando situações que nos possam favorecer.
Contudo, Laura, a prece precisa ser bem
feita. É nisso que reside o segredo da oração. Não é simplesmente pronunciando
orações, muitas vezes decoradas, que vamos perceber algum resultado, até porque
podemos fazer maquinalmente, sem perceber a importância desse momento, mas simplesmente
acreditando no poder mágico de palavras. Contudo, como dissemos, não existe
magia nas palavras, existe energia em nosso pensamento.
E é
nessa entrega total, que seja um, dois, três ou mais minutos – que podemos
perceber algum resultado. Para isso precisamos desenvolver alguma capacidade de
concentração. Quando que há entrega total? Quando confiamos, quando acreditamos,
quando não pomos dúvida naquilo que queremos alcançar, pois sabemos que Deus
está conosco.
Veja a
prece que Jesus ensinou, a sua objetividade, a sua simplicidade. Quando mais
simples, mais natural, mais autêntica, mais poderosa. Se nos voltarmos para
Jesus, quando ele recomendou a prece do Pai Nosso, no capítulo 5 do Evangelho
de Mateus, e seguirmos a orientação que ele deu – sem exigir nada além de nossa
fé e da sinceridade de nosso coração – conseguiremos perceber os benéficos
efeitos da oração.
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