Quando uma pessoa
procura uma igreja e, diante de todos, dá testemunho de sua vida errada,
dizendo que se arrependeu e quer se regenerar, como é que Espíritos tratam
esses casos? Faço esta pergunta porque acho que essa pessoa, pela vida que
levou, está acompanhada de maus Espíritos? Então, o que acontece? Os maus são
expulsos e os bons passam a tomar conta dela? Como funciona? E se essa pessoa
estiver apenas fingindo? (Anônimo)
Só podemos dizer, caro ouvinte, o que pode acontecer
num centro espírita, embora acreditemos que, em qualquer igreja, as
providências da Espiritualidade sejam mais ou menos a mesmas. No centro ninguém
precisa declarar em público seus erros. Ao contrário, lá existe o atendimento
fraterno em que a pessoa relata seu problema em particular e, quando for caso, até pode
contar o que acha que fez de errado e como está arrependida.
As
pessoas, que procuram o centro pela primeira vez, geralmente são encaminhadas
por outras que já conhecem ou frequentam centros espíritas. Então, quando elas
ali comparecem, já tem alguma ideia de que a casa espírita está ali para ajudar
e que o Espiritismo não exige conversão de ninguém. Logo, elas são livres para
contar ou não contar seus problemas. Independente de contar ou não, elas não
assumem nenhum compromisso com o centro, mas vão sair dali conscientes de que
só podem assumir compromisso com suas consciências.
Evidentemente, todo centro tem uma assistência
espiritual. Assim, quando alguém procura seus serviços, já deve contar com a ajuda
de Espíritos amigos da casa e, inclusive, de seus próprios protetores.
Espíritos mal intencionados, percebendo a situação, geralmente se esquivam,
porque não lhes interessa entrar ali e ouvir o que não querem ouvir, razão pela
qual, ao adentrar o centro, a pessoa já se encontra sob uma certa proteção e
assistência.
É a
oportunidade que temos de conversar com essa pessoa sobre seus problemas. Se o
problema é de consciência – como o de ter tido uma vida mais ou menos
desregrada – vamos convidá-la a refletir. Não impomos, não ameaçamos, não
constrangemos e não usamos de nenhuma estratégia oculta para fazer alguém aceitar
o Espiritismo. Apenas convidamos essa pessoa a pesar na balança de sua
consciência o que deve ou o que não deve fazer, se quiser encontrar a paz e a
harmonia dentro de si mesma. Vez ou outra, quando percebemos que a pessoa
encontra-se engajada na sua religião, é para lá encaminhamos, estimulando-a a
buscar socorro na casa em que sente melhor.
Não
esperamos milagre de regeneração. Quando a pessoa quer frequentar o centro, ela
sai dali com uma orientação, para participar de reuniões de passe, para ouvir
explanações sobre os ensinamentos de Jesus, para ler algum material informativo
sobre o Espiritismo e até para fazer o evangelho em casa. Ela sai dali sabendo
que a jornada não será fácil e que mais importante que o arrependimento é o
esforço para mudar de vida, começando pela coisas mais fáceis.
Evidentemente, a pessoa que levou uma vida
muito comprometida, vai ser orientada para mudar seu estilo de vida, suas
companhias, os lugares que frequenta, a ler, aprender Espiritismo e procurar, e
se esforçar para mudar o rumo de sua existência. Espíritos mal intencionados e
até amigos de experiências comprometedoras, diante de uma nova postura da
pessoa, só encontram duas alternativas: ou continuar com ela e procurar seguir
o novo caminho ou tentar fazê-la desistir da regeneração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário