Laura
Beatriz Bancchieri quer saber que o Espiritismo acha dos que pretendem colocar
nas pessoas um “chip” para que elas sejam identificadas, substituindo assim seus documentos. Ela diz que a maioria das
religião é contra e se baseia no relato bíblico da besta do Apocalipse.
Laura, a princípio, o Espiritismo nada tem a
se opor contra o uso da tecnologia que vem auxiliar o ser humano. Entende que
esforço do homem para buscar uma melhor qualidade de vida veio sendo empreendido pelas inteligências brilhantes e
criativas, desde a invenção da roda na
idade primitiva da humanidade até o
computador mais recentemente, e que essa
caminhada foi muito significativa para o nosso progresso.
Todas
as invenções, de um modo geral, sempre sofreram dura oposição daqueles que não
compreendiam a lei da evolução e, até hoje, nós temos certa dificuldade de
assimilar coisas novas. Se o homem primitivo – lá da idade da
pedra, milhões de anos atrás – tivesse se conformado com a vida que levava naquele
tempo e não buscasse meios de inventar e aperfeiçoar instrumentos para viver
melhor, com certeza, ainda hoje, nós estaríamos
vivendo nas cavernas ou nas selvas, disputando com os animais
alimento e abrigo – se é que tivéssemos sobrevivido naquelas condições durante
milhares de séculos.
O Ser
humano, pela Inteligência notável que Deus lhe deu, é um agente de
transformação e, como afirma André Luiz no livro EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS, é um
cocriador. Ele participa da criação como um agente de Deus. Considere, pois,
todos os instrumentos de que dispomos hoje e que foram inventados pelo homem
para facilitar nossa vida, e veja como, de uma maneira geral, a nossa vida
atualmente é mil vezes superior à dos nossos ancestrais humanos.
E se,
de repente, todo esse arsenal de recursos mecânicos, elétricos, eletrônicos –
que hoje faz parte de nosso dia a dia – nos fosse tirado ( pense bem) o que restaria para nós? Com que condições poderíamos continuar
vivendo? Logo, a ciência e a tecnologia são os dois grandes braços do
progresso, que em muito contribuem para melhorar nossas condições de vida e
obter uma vida cada vez mais longa na Terra.
Todavia, Laura, é claro
que temos de tomar cuidado para não deixar que a máquina se torne mais
importante que o homem e que possamos viver apenas em função delas. Todos sabem
que a dinamite foi inventada por Alfredo Nobel para explorar minérios e abrir estradas e, no entanto, acabou
servindo também
para destruir e matar. Com
certeza, o avião foi inventado para servir de transporte e não para
bombardear cidades e destruir prédios e populações. A invenção existe para servir a humanidade, mas de uma
maneira equilibrada e harmônica com nossas reais necessidades. A introdução da
máquina em nossa vida não deveria prejudicar, mas ajudar. E é aí que ela se
esbarra nos aspectos moral e espiritual, que são os mais importantes.
Já
estamos preocupados com os recursos avançados de que dispomos. Estamos percebendo
que a televisão, o computador, a internet, o celular e os diversos recursos
eletrônicos, quando não utilizados de forma adequada, tem
prejudicado muita gente. Logo,
precisamos tomar cuidado e avançar com critério, nunca esquecendo da regra
áurea que é o amor e desse terreno delicado e ao mesmo tempo divino que
trazemos dentro de nós, que são os nossos sentimentos.
Ainda
não sabemos nada sobre esse “chip” de que você fala, a não ser de algumas notas
da imprensa. Mas podemos prever que, como qualquer instrumento de vida, ele
pode tanto ajudar quanto prejudicar. Somos nós que devemos por limite ao uso
inadequado ou ao mal uso, procurando nos esclarecer para saber colocar cada
coisa no seu lugar, sem valorizar mais as coisas materiais que as espirituais.
Tudo, que está a serviço do materialismo, prejudica o ser humano.
Aliás, estamos passando por uma fase muito
promissora de um lado e muito perigosa do outro. Embora ainda não tenhamos o
discernimento necessário para saber com precisão até que ponto esses
dispositivos eletrônicos serão benéficos ou não. Logo, já é tempo de a
população discutir e aprender mais sobre questões como esta, se quiser evitar
futuros problemas
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