(Laura Beatriz Bancchieri) Por que nas igrejas
evangélicas acontecem com frequência os milagres de cura e no Espiritismo não?
Primeiro, Laura, porque o Centro Espírita,
quando assentado sobre as obras de Allan Kardec, não procura fazer adeptos mediante a
propaganda de curas espirituais. Um centro, que estabelecesse como principal
meta a cura de doenças, estaria fora das reais finalidades da Doutrina Espírita.
As pessoas, que se aproximam do Espiritismo, passam
a frequentar o centro quando convencidas pela razão, pelo sentimentos que a
doutrina proclama e não por meros fenômenos. Quando a cura acontece no meio
espírita, o bom senso nos manda tratar a questão com muito cuidado e discrição,
a fim de que o centro não se transforme em local de romaria e facilite o
envolvimento das pessoas em outros interesses.
Segundo, porque a finalidade do Espiritismo é
a cura da alma e não propriamente a cura do corpo. Quando esta ocorre – e isso
também acontece no meio espírita – o fato deve guardar a devida discrição, pois
ninguém deve prometer cura a ninguém, mas deve se comprometer com o seu
tratamento - seja material, através da
medicina; seja espiritual, por meio da assistência religiosa..
As chamadas curas espirituais não são obtidas
propriamente pelos líderes religiosos ( rabinos, padres ou pastores), como às
vezes se costuma propagar ´para dar credibilidade a determinada igreja. Jesus, que era Jesus, e que não pertencia a
nenhuma igreja ou seita, nunca disse que curou alguém, nunca chamou para si
esse mérito de curador; ele apenas confirmava que é a fé do paciente que o
curou. Logo, toda cura vem de dentro e não de fora.
Todos nós, embora a maioria ignore, somos
dotados de capacidade de autocura. Isso
não é nenhum milagre, mas apenas mais um mecanismo de que a natureza se vale para restabelecer a saúde,
tanto quanto possível, já que a morte é certa e inevitável. Quando esse mecanismo é acionado por uma fé
atuante, ele pode promover certos fenômenos no organismo, restaurando tecidos
ou órgãos e promovendo a saúde. É preciso saber, no entanto, duas coisas
importantes: se houve realmente cura ou foi apenas impressão; e se a cura é
passageira ou é duradoura.
No passado, quando não havia médicos como
hoje, nem atendimento à saúde da população, as pessoas recorriam às igrejas e
aos curandeiros para obter curas. Vez ou outra logravam sucesso, que acabavam
se espalhando com facilidade. Hoje, a medicina, com todo progresso que vem
alcançando nos últimos anos, é a forma como Deus nos atende, utilizando essa
preciosa ciência como instrumento de
cura ou de alívio para nossos males. Chico Xavier sempre recorreu aos médicos e
nunca quis ser tratado por nenhum médium. Com isso, ele viveu 92 anos.
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