Li numa revista que quando uma pessoa tem uma visão de um Espírito, quando ela está acordada ou quando ela está sonhando, é simplesmente uma experiência subjetiva. Isso quer dizer que a visão vem de dentro dela mesma, é uma criação da sua mente, mas não existe na realidade. Gostaria que vocês comentassem isso. (Adailton)
Este
é o argumento dos materialistas, que negam a existência do espírito: o de
atribuir as experiências espirituais ao subjetivismo das pessoas. Podemos
classificar nossas percepções em dois grandes grupos. O da realidade objetiva e
o da realidade subjetiva. O que vem a ser a realidade objetiva? É aquela que
várias pessoas podem percebe e que, portanto, existe sem depender delas. Um
exemplo é a chuva; quando chove num determinado local, todas as pessoas desse
local podem perceber a chuva.
E o que vem a ser experiência subjetiva? Experiência
subjetiva é aquela que só determinada pessoa pode perceber e vivenciar, mesmo
que ela esteja ao lado de outras pessoas, que nada percebem. Um exemplo típico
de uma experiência subjetiva é o sonho: uma pessoa que sonha com uma chuva, mas
só ela, nas sua intimidade, vivenciou esse fenômeno, enquanto dormia. Os sonhos,
portanto, são experiências subjetivas.
Os fenômenos objetivos, portanto, são aqueles
que nossos sentidos ( a visão, a audição, o tato, o olfato e o paladar) podem
captar, enquanto que os subjetivos são os que acontecem, preponderantemente, no
domínio da mente de cada um e que não podem ser percebidos pelos sentidos. Daí
porque somente uma pessoa, aquela que tem a vivência do fenômeno, é que o percebe.
Convém lembrar que, na condição de Espíritos encarnados, precisamos dos
recursos do corpo para registrar os estímulos do mundo material.
Porém, o registro do que chamamos realidade
objetiva nunca é definitivo e único, porque também depende da condição mental
de cada um. Por exemplo: o pôr do sol - apreciado por várias pessoas ao mesmo
tempo - pode ter um significado próprio para cada uma delas, dependendo das
experiências que tiveram e do que elas sabem a respeito do fenômeno. Para uma,
o espetáculo natural do ocaso pode suscitar alegria e ser simplesmente
maravilhoso, enquanto que para outra, ao contrário, pode ser motivo de tristeza e melancolia.
Por essa razão, em muitas ocasiões, não é
possível estabelecer um limite preciso entre o que é objetivo e o que é apenas
subjetivo. Depende das experiências e
vivências de cada um. E isso a gente pode observar numa situação em que várias
pessoas contam um mesmo fato que presenciaram: cada uma dá ao fato um significado
ou um colorido próprios. Porém, a questão não é essa. Os fenômenos psíquicos
chamados subjetivos precisam passar por um determinado crivo para serem
considerados reais.
Por exemplo: um fato comum nos anais das
pesquisas espíritas é a visão de pessoas que estão passando por um perigo ou
morrendo. Uma colega com quem trabalhamos muito tempo, nos relatou que, certo
dia, quando lavava louças, teve uma visão súbita do marido, sofrendo um
acidente. Foi tão grande o impacto da visão, por fração de segundos, que ela
largou a louça que se espatifou no chão.
O marido, de fato, estava viajando. Quando ela se refez, achou que foi
apenas uma impressão, causada pela preocupação com a viagem do esposo. Minutos
depois, veio um telefonema anunciando que ele havia sofrido um acidente na
estrada.
Num caso como este é preciso avaliar melhor a
visão. Tratou-se de uma impressão ou de uma percepção da realidade? Teria sido
a experiência mental da mulher uma mera coincidência, pelo fato de ter ocorrido
precisamente naqueles minutos em que o acidente ocorreu? Acontece que os
estudos desses fenômenos requerem cuidados especiais sob diferentes ângulos de
visão. Pesquisadores no campo das percepções extra-sensoriais – uma área que os
cientistas conservadores têm medo de investigar, porque não têm controle sobre
eles – demonstram que fatos como esse não são raros.
Os chamados fatos psíquicos, espirituais ou
espíritas têm muito de subjetividade, porque a maioria se dá nos domínios da
mente. O As percepções do espírito são mais amplas do que as do corpo, e as
informações que o cérebro humano pode captar dessas percepções, em grande
parte, vêm pelas vias do inconsciente, razão pela qual a ciência tem
dificuldade em constatá-las e, principalmente, em interpretá-las. Mas isso, no entanto, não tira das pessoas a
certeza de que viveram uma realidade, quando os próprios resultados
apontam para isso.
Na literatura espírita há muitas obras que
tratam especificamente de fenômenos objetivos e subjetivos, a começar das obras
de Allan Kardec. Vários outros estudiosos, entretanto – espíritas ou não –
deram continuidade a essas pesquisas. Contudo, como se trata de fenômenos que
fogem à normalidade dos fenômenos apenas físicos, existe ainda uma grande
resistência por parte da ala materialista, que os rejeitam. Somente os
estudiosos especializados nesse campo têm resultados interessantes para nos
mostrar.
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