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domingo, 6 de setembro de 2020

DUVIDA DE MUITOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Deus, Jeová, Alá, Supremo Arquiteto do Universo, Consciência Cósmica são palavras utilizadas para identificar uma única coisa: o Criador. Para não dificultar as coisas um dos maiores líderes espirituais conhecidos sugeriu chama-lo apenas Pai. Numa das edições da REVISTA ESPÍRITA, ano 1864, Allan Kardec escreveu: O Espírito no início de sua fase humana, estupido e bruto, sente a centelha divina em si, pois, adora um Deus, que materializa conforme sua materialidade”. Refletindo sobre o assunto sob esse prisma, conclui-se qual a razão de existirem tantas escolas religiosas na sociedade humana. Condicionados ao processo evolutivo, natural os homens irem criando sistemas a partir da própria percepção das possíveis explicações sobre a origem de tudo, visto cada um refletir o mundo conforme sua capacidade de entendimento. Desse modo, tudo está certo, constituindo-se as diferentes visões da Divindade, apenas degraus de acesso a uma compreensão cada vez mais aprofundada e ampla do tema. Na edição de maio de 1861, da REVISTA ESPÍRITA, numa nota de rodapé, Allan Kardec inclui uma observação em que procura responder duas questões naturais entre os que consideram a ideia de Deus uma grande mentira. A primeira delas: Como os Espíritos novos, que Deus cria, e que se destinam a um dia tornar-se Espíritos puros, depois de ter passado pela peneira de uma porção de existências e provas, saem tão imperfeitos das mãos do Criador, que é a fonte de toda perfeição e não se melhoram gradativamente senão se afastando da origem?  - “Digamos para começar que a solução pode ser deduzida facilmente do que está dito, com desenvolvimento, n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, sobre a progressão dos Espíritos, questões 114 e seguintes. Teremos pouco a acrescentar. Os Espíritos saem das mãos do Criador simples e ignorantes, mas nem são bons, nem maus, pois do contrário, desde a sua origem, Deus teria votado uns ao Bem e à felicidade, e outros ao mal e à desgraça, o que nem concordaria com a sua bondade, nem com a sua justiça. No momento de sua criação, os Espíritos não são imperfeitos senão do ponto de vista de desenvolvimento intelectual e moral, como a criança ao nascer, como o germe contido no grão da árvore. Mas não são maus por natureza. Ao mesmo tempo que neles se desenvolve a razão, o livre arbítrio, em virtude do qual escolhem, uns, o bom caminho, outros, o mau, faz que uns cheguem ao objetivo mais cedo que outros. Mas todos, sem exceção, devem passar pelas vicissitudes da vida corpórea, a fim de adquirir experiência e ter o mérito da luta. Ora, nessa luta uns triunfam , outros sucumbem; mas os vencidos podem sempre erguer-se e resgatar as suas derrotas. Esta questão levanta outra, mais grave, que várias vezes nos foi apresentada. É a seguinte: Deus, que tudo sabe, o passado, o presente e o futuro, deve saber que tal Espírito tomará o mau caminho, sucumbirá e será infeliz. Neste caso, por que o criou? Sim. Certamente Deus sabe muito bem a linha que seguirá um Espírito, do contrário não teria a ciência soberana; se o mau caminho a que se atira o Espírito devesse fatalmente conduzi-lo a uma eternidade absoluta de penas e sofrimentos; se, porque tivesse falido lhe fosse para sempre vedado reabilitar-se, a objeção acima teria uma força de lógica incontestável e talvez aí estivesse o mais poderoso argumento contra a dogma dos suplícios eternos; porque, neste caso, impossível é sair do dilema: ou Deus não conhece a sorte reservada à sua criatura e então não tem a soberana ciência; se a conhece, então a criou para ser eternamente infeliz e, então, não tem Soberana Bondade. Com a Doutrina Espírita, tudo concorda perfeitamente, e não há contradição: Deus sabe que um Espírito tomará um mau caminho; conhece todos os perigos de que está este semeado, mas, também, sabe que dele sairá e que apenas terá um atraso; e, na sua bondade e para lhe facilitar, multiplica em sua rota as advertências salutares, dos quais infelizmente nem sempre se aproveita. É a história de dois viajantes que querem chegar a uma bela região onde viverão felizes. Um sabe evitar os obstáculos, as tentações, que o fariam parar no caminho; o outro, por imprudência, choca-se nos mesmo obstáculo, dá quedas que o atrasam, mas chegará por sua vez. Se, em caminho, pessoas caridosas o previnem dos perigos que corre e, se por presunção, não as escuta, não será mais repreensível”.

  Hoje em dia, vemos muita gente, principalmente jovens, preocupados com a modelação do corpo, frequentando academias, fazendo fisioculturismo. Será que essas pessoas não estão se apegando muito ao corpo? Gostaria de saber que repercussão tem isso no espírito, agora e depois desta vida. (Aline)

 A Doutrina Espírita, como Jesus, dá prioridade ao espírito, Aline. No entanto, ela também nos lembra que não podemos descuidar do corpo. Afinal, para que serve o corpo, senão para estimular o progresso do espírito? N’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, o capítulo 17, que tem por título “Sede Perfeitos”, encontramos um texto que trata exatamente deste tema: “Cuidar do Corpo e do Espírito”.
 Nesse texto, a espiritualidade se mostra preocupada com o total menosprezo do corpo por parte daqueles que entendem que o corpo não tem valor algum diante do espírito. Os Espíritos criticam as penitências e as mortificações com que muita gente castiga o próprio corpo, achando que sofrimento físico é benéfico para alma. A essa maceração do corpo se dá o nome de cilício, um tipo de autoflagelação que prejudica tanto o corpo quanto o espírito.  
 Nos séculos passados, muito mais do que nos dias atuais, era comum pessoas religiosas infligirem ao próprio corpo determinados tipos de sofrimento. Impressionadas com o flagelo sofrido por Jesus e, mais que isso, culpando-se pelo seu sacrifício para nos salvar, segundo a crença reinante, elas passaram a acreditar que Deus quer o nosso sofrimento e que somente esse sacrifício extremo do corpo pode nos levar a Ele. Uma crença absurda, segundo o Espiritismo.
  Hoje, no entanto, com o avanço do materialismo, parece que passamos de um extremo a outro. Não mais os sacrifícios através das penitências, mas a idolatria do corpo, muitas vezes, chegando ao abuso, que comprometem a saúde. É claro que nenhuma dessas duas situações ajuda o espírito. O espirito só será beneficiado quando entre ele e o corpo houver harmonia – ou, mais ainda, quando corpo for instrumento de realização e crescimento espirituais, que nos ajudem a conviver com mais respeito pelos outros e por nós mesmos.
  O corpo é instrumento indispensável para a evolução espiritual. Por isso é que é importante os cuidados com a saúde, o equilíbrio na alimentação, o uso do corpo para serviços e o próprio exercício físico, para educar posturas adequadas. Só recentemente passamos a dar valor à necessidade de cultivar adequadamente o corpo, mas devemos saber que a relação entre corpo e espírito é bem mais íntima do que comumente se imagina.
 É por isso que reencarnamos. O espírito se vale do corpo para evoluir. Dessa forma a educação corporal é muito importante, pois o espírito dele necessita para estimular e direcionar seu desenvolvimento. Em suas obras, André Luiz mostra que a inteligência e a moral nascem com a estimulação do corpo. Estamos chegando a um momento em que cada vez mais clara se torna para nós essa relação, exigindo estudos mais apurados sobre essa questão.
No entanto, estamos falando da educação do corpo e não dos abusos que possam ser perpetrados em nome de uma pretensa educação, que pode ser extremamente o corpo e para a mente. Na natureza o que impera é a lei do equilíbrio. Não podemos dar mais valor ao corpo que ao espírito, mas não devemos esquecer, por outro lado, que a educação do corpo é fator importante para o desenvolvimento da inteligência e do sentimento, razão pela qual devemos entender que a educação física é a educação através do físico..

















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