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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

O PASSE; DEUS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




 Pelo que entendi – diz a  Mariceli Cardoso - caridade não é só dar  coisas para alguém. É saber tratar e respeitar as pessoas. Posso dizer que gentileza também é caridade?
Claro, Mariceli, mas isso quando você realmente sabe ser gentil. Em nossa língua portuguesa, o adjetivo “gentil” se refere a pessoa “delicada, educada, de boas maneiras” no trato. Evidentemente, a forma como nos dirigimos às pessoas em geral – sejam elas quem forem - deve se revestir de um tratamento respeitoso, no mínimo. É, pelo menos, o que a sociedade nos ensina e praticamente um dever moral e legal de todo cidadão.
No entanto, a caridade vai mais longe que a simples gentileza, até porque as aparências podem enganar. Nem sempre aquele que trata bem uma pessoa está movido por boas intenções. Muitos espertalhões e pessoas de mau caráter se valem de gestos de gentileza para cativar e enganar suas vítimas, pois a gentileza – embora muito apreciada – pode ocultar segundas intenções.
 Até é preferível que a forma de abordagem não seja tão gentil, mas que esteja revestindo um bom sentimento e de boas intenções, o que é próprio de pessoas mais rudes ou menos polidas no trato com  o próximo. Desse modo, Mariceli, podemos, sim, dizer que a gentileza faz parte da caridade quando essa gentileza, de fato, manifesta um bom sentimento e está movida pelas melhores intenções.
 Por outro lado, a questão que você levanta deve ser considerada importante. Muitas vezes, a forma grosseira de tratar alguém que precisa de nós acaba pondo a pessoa lá embaixo, humilhando-a, ferindo seu sentimento, embora ela, premida pela necessidade, não possa reagir. Quem está ajudando pode nem prestar atenção na forma como se dirige àquele que precisa de sua ajuda e, com isso, sua ação– embora importante naquele momento – perde muito de seu valor.
Isso costuma acontecer muito comumente dentro da família. Como temos intimidade com os nossos familiares e geralmente é dentro de casa que mostramos o que somos, não prestamos muita atenção na forma como tratamos as pessoas da nossa convivência, ferindo-as com muita facilidade.  Algumas reagem, nos criticam e até brigam conosco; mas outras, mais tímidas ou humildes, se calam, muitas vezes engolindo nossas grosserias.
 Não que isso seja feito por maldade, acreditamos. Mas falta uma reeducação. Se pudéssemos, ao final de cada dia, ver um filme que retratasse nosso desempenho dentro de casa naquele dia, muitos se decepcionariam e até sentiriam vergonha de sua falta de educação. E talvez, por um a questão de coerência com os princípios que esposam, alguns procurariam ficar mais atento à sua maneira de se portar no dia a dia diante de seus familiares.
 Esta é uma das razões por que os bons Espíritos – que conhecem muito bem a intrincada vida doméstica – recomendam o Evangelho no Lar. A  reunião semanal da família em torno de um texto evangélico – que é lido e comentado por todos, servindo como material de reflexão – pode nos ajudar a rever certas atitudes e condutas diárias, favorecendo o cultivo de boas relações e gentileza dentro de  casa.
















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