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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

PENSAMENTO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR




   Temos aqui outra pergunta da Laura Beatriz Bancchieri: “ O Espiritismo concorda que, na sexta-feira santa, não se deve comer carne?”
 Diretamente, o Espiritismo não tem o que dizer sobre esta questão, Laura, porque se trata de uma prática muito antiga, que faz parte da liturgia católica, muito enraizada no espírito do povo brasileiro. Portanto, o Espiritismo respeita os que levam essa prática a sério – principalmente se as pessoas, que assim fazem, estão compenetradas de que estão fazendo um grande bem - e, portanto, nada tem contra quem come ou não come carne na semana santa.
 A semana santa foi introduzida pela Igreja como parte da celebração de seu calendário litúrgico, em que se acredita que a abstenção da carne é um sinal de respeito pelo martírio e morte de Jesus. Os judeus, desde a antiguidade, também instituíram o jejum, o dízimo e outras obrigações religiosas, mas a Doutrina Espírita não adota nenhuma proibição, pois entende que as pessoas devem ser livres quando à suas decisões e quanto aos seus atos, e aceitarem apenas aquilo de que elas realmente estão convencidas.
 O ideal talvez seria que as pessoas não se alimentassem de carne em momento algum. Primeiro por respeito e amor aos animais e, em segundo lugar, pela preservação da própria saúde, além de contribuir para o preservação do meio-ambiente. Mas a Doutrina Espírita não impõe a ninguém o dever de se abster da carne, deixando que cada qual, invocando os valores de sua própria consciência moral, decida por si mesmo o que deve fazer, sabendo que assume toda responsabilidade no que faz.
 Além disso, como dissemos, questões dessa natureza fazem parte de uma tradição religiosa e social antiga que, na maioria das vezes, não contribui em nada para que as pessoas se tornem mais humanas, mais solidárias e fraternas. O próprio Jesus, cujos ensinamentos ecoam por todo o mundo até hoje, lembrou muito bem no seu tempo que não é o que entra pela boca que contamina o homem, mas o que saí da boca do homem – ou seja, ele estava mais interessado na mudança do caráter, no melhoramento moral das pessoas e não propriamente nas formas exteriores de adoração.
Desse modo, Laura, não está em pauta esta discussão no meio espírita, não existe essa preocupação específica do espírita em se submeter a algum sacrifício apenas por devoção. Para a doutrina, os únicos sacrifícios que realmente compensam são aqueles que fazemos em benefício do semelhante ou da humanidade e, para isso, não tem lugar nem hora, conforme Jesus ensinou. Todavia,  respeitamos todos aqueles que, por espírito de devoção, age com o coração sincero, na certeza de que está fazendo um grande bem.















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