Como conviver com uma pessoa que vive reclamando o tempo todo. Para ela nada está bom, cada dia é um problema. Reclama de doença, de salário, do tempo, das pessoas com que convive. Sei que é uma pessoa frustrada. Parece que tinha muitos projetos na juventude, mas não conseguiu realizá-los. Por isso é uma pessoa amarga. (Diogo)
Você
já diagnosticou o problema. Quase sempre pomos pra fora aquilo que não
conseguimos digerir por dentro. É como comida estragada que tende a ser
rejeitada pelo organismo. Na medida do possível, precisamos ter, acima de tudo,
paciência, e colaborar com a nossa cota de compreensão. Se fossemos nós os
frustrados, não sabemos se não faríamos o mesmo.
Por
outro lado, a lamentação contumaz provoca uma das piores cargas de sofrimento
moral; tanto para quem vive se queixando, quanto para quem convive com o
queixoso. Ninguém gosta da companhia de pessoas amargas, nem elas mesmas. O
desafio de quem está ao lado de uma pessoa inconformada com a vida,
primeiramente, é não ser contaminado por ela. Isto porque, quando a lamentação
se prolonga e se torna um hábito, ela acaba infestando o ambiente de miasmas
doentios.
De
qualquer forma, precisamos ajudar essas pessoas para não se afundarem cada vez
mais no seu poço de descrença e derrotismo. Elas mesmas não fazem a menor idéia
do buraco que cavam para si mesmas. Todos nós somos muito suscetíveis às
sugestões negativas, muito mais do que às positivas e, por isso, precisamos
reagir para não cairmos no lamaçal da queixa e da lamentação. Se alguém
manifesta uma crise de pessimismo ao seu lado, é mais fácil se aliar a ela do
que se esforçar para combater seu modo de pensar.
Emmanuel costumava dizer ao Chico Xavier que
não podemos nos deixar levar pela descrença em momento algum. Se quisermos
estar bem conosco mesmos, precisamos sentir que somos úteis, que estamos no
lugar em que devíamos estar e que fazemos parte dos planos de Deus para fazer
alguma coisa em favor da humanidade. Por isso, precisamos dar um recado de
esperança e fé ao mundo e, principalmente, ao próximo que nos rodeia. Sendo
assim, quando alguém vier com uma mensagem negativa, de duas uma: ou nos
calamos (quando não nos sentimos inspirados a falar) ou procuremos combater o
derrotismo com uma idéia positiva, sem bater de frente.
As pessoas se tornam mais incrédulas nas horas
em que todos alardeiam a crise e, automaticamente, alimentam mais a crise e se
fazem ainda mais incrédulas. A questão não é tão simples: nossos pensamentos é
um poder criador: tanto para o bem como para o mal. Ele emite ondas que se
espalham pela atmosfera psíquica do planeta e que, de uma forma ou de outra,
vão afetar outras pessoas e a coletividade. Desse modo, cada apontamento
negativo é uma emissão doentia de
negativismo, que devemos evitar.
Contudo, é bom lembrar que a maior ação de
nosso pensamento está na família e no local de trabalho, onde as pessoas mais
expressam seus sentimentos. Nesses locais, devemos começar orando, para que
sejamos mensageiros da boa palavra, sempre fazendo alguma observação positiva
que possa contribuir para que o nível espiritual do ambiente não caia. Ouvir e
calar, ou – melhor ainda – antes que alguém reclame, vamos falar de coisas
positivas, levar uma boa notícia, distribuir uma mensagem de alegria e paz,
para ajudar as pessoas a se reequilibrarem.
Queixar-se
apenas por se queixar, cultivar o hábito da lamentação improfícua, é fomentar a
derrota moral de todos nós. Além de nada resolver, tudo agrava – a começar da
disposição e da saúde das pessoas. Só devemos reclamar de algo, quando a nossa
reclamação estiver contribuindo, de fato, para a solução de algum problema. Nestes
casos, mais do que o gesto de inconformismo, o que funciona mesmo é a ação
pronta e decidida. Caso contrário, é melhor cultivar paz e alegria por onde
passemos.
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