faça sua pesquisa

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

SABEDORIA DE CHICO XAVIER; SUICÍDIO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 






 Vocês falam sobre a necessidade da oração para que Deus nos proteja. Conheço pessoas religiosas, que rezam muito, e vivem com mais problemas do que outras que nem religião têm e que, às vezes, nem acreditam em Deus. Como vocês podem explicar isso? (Ailton, Vila Mariana)

Interessante sua observação, Ailton. Todavia, precisamos examinar esta questão com mais critério. Os Espíritos disseram a Kardec que a maior defesa pessoal está em nosso caráter e não propriamente no fato de vivermos orando ou não, tampouco o fato de pertencermos a esta ou àquela religião.  Jesus contou a parábola do fariseu e do republicano – o primeiro, religioso fervoroso; o segundo, considerado materialista e ganancioso, quase-ateu. Quando buscaram Deus, num momento de necessidade, foi o publicano ( e não o fariseu) que saiu justificado.

Esta aparente contradição, que Jesus tão propositadamente contou para chocar os religiosos de seu tempo, quer mostrar que é a prática da vida – ou seja, o nosso dia a dia no relacionamento uns com os outros – e não os nossos atos de adoração, que determina a nossa condição espiritual. Os fariseus eram os mais religiosos; Jesus, porém, os combateu acintosamente, mostrando – como ele mesmo afirmou que “não é aquele que vive dizendo Senhor! Senhor! que ganhará o Reino dos Céus, mas somente aquele que faz a vontade do Pai”.

Reino dos Céus é sinônimo de paz, de felicidade, de júbilo com a vida. E essa condição só é alcançada, Ailton, para quem traz a consciência tranquila, para as pessoas honestas e sinceras, que sabem como respeitar e como amar seus semelhantes. Qual é a vontade do Pai? Que passemos a viver de oração? Certamente que não! Deus não suportaria que nos transformássemos em eternos pedintes. Sua vontade é que cresçamos para a vida e possamos fazer parte de seu plano de amor.

Desse modo, Ailton, é bem possível que uma pessoa sem religião e até mesmo um ateu, que diz não acreditar na imortalidade ( e, portanto, não visa a nenhum interesse pessoal na vida futura), faça o bem pelo bem, seja uma pessoa de bem, um bom familiar, um bom amigo e um bom cidadão. Este individuo, portanto, já faz a vontade de Deus (mesmo não acreditando em Deus) e, por isso, tem uma proteção natural e consegue viver com mais serenidade, por trazer paz de consciência, sentindo-se bem consigo mesmo.

 Então, para que serve a oração? Você perguntaria. Não foi Jesus que a ensinou? A prece ou oração tem um valor inestimável, mas como tudo, que é bom, a prece tem seu papel quando é dita de coração e não apenas da boca para fora. Ela não serve para que Deus venha resolver nossos problemas, mas, sim,  para que nos ajude a resolvê-los. E como que isso acontece: a quando a oração é sincera, ela traz paz e reconforto à alma e nos fortalece diante da dificuldade, fazendo com que possamos descortinar soluções.

 Mas não basta orar:  é preciso, sobretudo agir no bem. Dirigindo-se ao povo sofrido, ele colocou a oração em segundo plano e nossas ações em primeiro lugar. Por essa razão ele foi tão claro e tão incisivo em suas recomendações, quando falou da necessidade de amar aqueles que nos cercam e amar até mesmo aqueles que não nos querem bem. A prece deve ser aquele momento em que cada um se volta para dentro de si mesmo, no silêncio de sua alma, buscando melhorar-se através desse contato com Deus.

 Muita gente, quando ora, imagina Deus no céu ou à distância, quando na realidade Deus está em nós, pois Deus está em tudo e em todos. Orar é sentir essa presença e esse amor que nos envolve e nos estimula a amar mais ainda. É buscar essa conexão com a paz, entendendo de que a presença de Deus é constante em nossa vida, porque Ele é a essência da vida, a razão e a finalidade de nossa existência.

Sobre oração vamos encontrar interessantes e oportunos apontamentos nas obras espíritas em geral, mas principalmente nas obras de Allan Kardec. N’O LIVRO DOS ESPÍRITOS há todo um capítulo dedicado à prece: chama-se Lei de Adoração. N’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO há, pelo menos, os quatro últimos capítulos abordam esta questão. Orientações claras estão, principalmente, nos capítulos “Buscai e Achareis” e “Pedi e Obtereis”.
















Nenhum comentário:

Postar um comentário