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sábado, 26 de setembro de 2020

UMA VERDADE INCONVENIENTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Artigo assinado por Allan Kardec, no número de agosto de 1859 da REVISTA ESPÍRITA esclarece: -“ Desde que os Espíritos não são senão os próprios homens despojados do seu invólucro grosseiro ou almas que sobrevivem aos corpos, segue-se que há Espíritos, desde que há seres humanos no Universo”. Diante dessa ponderação acrescenta: -“É preciso não perder de vista que os Espíritos constituem todo um mundo, toda uma população que enche o espaço, circula ao nosso lado, mistura-se em tudo quanto fazemos. Se se viesse a levantar o véu que nô-los oculta, vê-los-íamos em redor de nós, indo e vindo, seguindo-nos, ou nos evitando segundo o grau de simpatia; uns indiferentes, verdadeiros vagabundos do mundo oculto, outros muito ocupados, quer consigo mesmos, quer com os homens, aos quais se ligam, com um propósito mais ou menos louvável, segundo as qualidades que os distinguem. Numa palavra veríamos uma réplica do gênero humano, com suas boas e más qualidades, com suas virtudes e com seus vícios. Este acompanhamento, ao qual não podemos escapar, porque não há recanto bastante oculto para se tornar inacessível aos Espíritos, exerce sobre nós, queiramos ou não, uma influência permanente. Uns, nos impelem para o Bem, outros para o mal; muitas vezes as nossas determinações são resultado de sua sugestão; felizes quando temos juízo bastante para discernir o bom e o mau caminho, por onde nos procuram arrastar”. Décadas depois, um médium brasileiro – Chico Xavier -, começa a verter para nossa Dimensão uma série de livros – NOSSO LAR -, elaborados por um médico – André Luiz - desencarnado em meados dos anos 30, com fins de despertamento da Humanidade visto que a evolução do materialismo a afastava cada vez mais das questões espirituais. Tais narrativas resultaram em treze obras reunindo inúmeros casos que exemplificam a interação comentada por Allan Kardec. Selecionamos algumas dessas cenas para que se tenha uma ideia de como funciona tal interação: CASO 1 - NA VIA PÚBLICA: -“No longo percurso, através de ruas movimentadas, surpreendia-me, sobremaneira, por se me depararem quadros totalmente novos. Identificava, agora, a presença de muitos desencarnados de ordem inferior, seguindo os passos de transeuntes vários, ou colados a eles, em abraço singular. Muito se dependuravam a veículos, contemplavam-nos outros, das sacadas distantes. Alguns, em grupos, vagavam pelas ruas, formando verdadeiras nuvens escuras que houvessem baixado repentinamente ao solo. Assustei-me. Não havia notado tais ocorrências nas excursões anteriores ao círculo carnal. (...) Não dissimulava, entretanto, minha surpresa. As sombras sucediam-se umas às outras e posso assegurar que o número de entidades inferiores, invisíveis ao homem comum, não era menor, nas ruas, ao de pessoas encarnadas, em continuo vaivém (...). Tinha a impressão nítida de havermos mergulhado num oceano de vibrações muito diferentes, onde respirávamos com certa dificuldade”. CASO 2 - NUMA RESIDÊNCIA COMUM : -“A família, constituída da viúva, três filhos e um casal de velhos, permanecia à mesa de refeições, no almoço muito simples. Entretanto, um fato, até então inédito para mim, feriu-me a observação: seis entidades envolvidas em círculos escuros acompanhavam-nos ao repasto, como se estivessem tomando alimentos por absorção.(...) Os que desencarnam em condições de excessivo apego aos que deixaram na Crosta, neles encontrando as mesmas algemas, quase sempre se mantém ligados à casa, às situações domésticas e aos fluidos vitais da família. Alimentam-se com a parentela e, dormem nos mesmos aposentos onde se desligaram do corpo físico”. CASO 3 - NUM RESTAURANTE: -“Transpusemos a entrada. As emanações do ambiente produziam em nós, indefinível mal estar. Junto de fumantes e bebedores inveterados, criaturas desencarnadas de triste feição se demoravam expectantes. Algumas sorviam as baforadas de fumo arremessadas ao ar, ainda aquecidas pelo calor dos pulmões que as expulsavam, nisso encontrando alegria e alimento. Outras aspiravam o hálito de alcóolatras impenitentes”. CASO 4 - NUM HOSPITAL: -“A enfermaria estava repleta de cenas deploráveis. Entidades inferiores, retidas pelos próprios enfermos, em grande viciação da mente, postavam-se em leitos diversos, lhes infringindo padecimentos atrozes, sugando-lhes vampirescamente preciosas forças, bem como atormentando e perseguindo-os”. CASO 5 - NUMA CASA NOTURNA: -“Champanha correndo e música lasciva. Entidades perturbadoras e perturbadas, jungidas ao corpo de bailarinos, enquanto outras iam e vinham, a se inclinarem sobre taças, cujo conteúdo lábios entediados não haviam conseguido sorver totalmente. Em recanto multicolorido, onde algumas jovens exibiam formas seminuas em coleios esquisitos, vampiros articulavam trejeitos, completando, em sentido menos digno, os quadros que o mau gosto humano pretendia apresentar, em nome da arte. Tudo rasteiro, impróprio, inconveniente”. CASO 6 - MULHER, FAIXA DOS 50 ANOS, CASADA DEVANEANDO SOBRE AMOR PLATÔNICO : - “Dona Marcia parecia regressar de outro país. Adereçada, sorridente. Os cabelos em penteado excêntrico lhe realçavam a graça, remoçando-a inteiramente. Harmonizava-se a maquiagem com o róseo vestido novo. O porte se lhe erguia nos sapatos de salto alto, com a esbelteza da cegonha jovem, quando caminha descuidada em campo livre. Exibia cores, destilava perfumes. Contudo, a flor humana em que se metamorfoseara não escondia para nós as larvas que a carcomiam. Jazia Dona Marcia assessorada por pequena corte de vampirizadores desencarnados que lhe alteravam a cabeça”.


 Se, quando chegarmos no mundo espiritual, depois da morte, vamos colher as consequências dos erros cometidos nesta vida, que não são poucos, isso não basta para o Espírito evoluir? Por que precisamos reencarnar?

Esta pergunta é interessante, porque nos leva a uma análise um pouco mais profunda sobre a necessidade da reencarnação. N’O LIVRO DOS ESPÍRITOS  de Allan Kardec lemos que o retorno do Espírito à vida corporal – ou seja, a reencarnação – não é uma escolha nossa, é uma necessidade para a nossa evolução, tanto no sentido intelectual como no sentido moral. Independente disso, sabemos que, partindo para o mundo espiritual, sofreremos  as consequências do que fizemos ou deixamos de fazer nesta vida.

 Contudo, devemos considerar que há certos problemas e certas metas a alcançar que só se resolvem nesta vida física, quando estamos encarnados. É na experiência terrena, aliás, que desenvolvemos as potencialidades mais profundas do Espírito, passando pela fase do instinto e chegando à razão e aos ideais superiores. O corpo serve de proteção para o Espírito suportar certos impactos que, no plano espiritual, não lhes seriam suportáveis; nossa inteligência e nossas habilidades são desenvolvidas aqui em meio a problemas e dificuldades; e é na experiência terrena que esquecemos o passado para termos condições de sonhar com o futuro.

  André Luiz, em EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS, interpreta a vida terrena como estimuladora das potencialidades básicas do Espírito. É aqui que ele desperta suas qualidades passando do instinto à razão, da razão aos ideais superiores, sofrendo a injunção do meio em que vive, experimentando obstáculos naturais, como as enfermidades, os acidentes e as limitações, para estimular capacidades que ainda não adquiriu. Desse modo, no estágio evolutivo em que nos encontramos atualmente, temos mais condições de crescer enquanto encarnados.

 Podemos até considerar que o mundo espiritual funciona como uma escola, onde vamos aprender a descortinar a vida de um ângulo mais amplo, entrando no conhecimento de várias matérias. Na escola o aluno se esforça para aprender. Mas é aqui, na vida terrena, que colocamos em prática o que aprendemos lá, como se estivéssemos passando por um estágio, aplicando na vida a base de conhecimento adquiridos.

 No livro SEXO E DESTINO,  André Luiz refere-se a um instituto de educação no plano espiritual próximo ao Rio de Janeiro, chamado “Almas Irmãs” , onde Espíritos daquela região frequentam cursos especializados em educação sexual.  O objetivo desse instituto é fazer com que os Espíritos, que por lá passam, reencarnem para pôr em prática o que aprenderam. No entanto, o índice de aproveitamento, quando reencarnam, ainda é relativamente baixo, o que demonstra a dificuldade dos Espíritos se auto reformularem.  Geralmente, eles têm que voltar várias vezes para vencer certas tendências prejudiciais.



 

















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