Guto Soares pergunta por que a palavra
reencarnação não está na Bíblia.
A
palavra reencarnação não está na Bíblia, simplesmente porque na época em que os
textos bíblicos foram escritos ainda não existia essa palavra. Aliás, o termo
“reencarnação” ( que quer dizer voltar ao corpo de carne) foi criado por Allan
Kardec, mas a ideia da reencarnação – ou seja, a concepção de que vivemos
muitas vidas na Terra, esta já existia séculos antes de Cristo. O que Kardec
fez, quando codificou o Espiritismo, foi dar-lhe um nome mais adequado ao
pensamento da doutrina.
Nas filosofias antigas do Oriente, tanto
quanto no pensamento dos filósofos da Grécia Antiga ( como Pitágoras, Sócrates
e Platão), havia a concepção de que o homem não está na Terra pela primeira
vez, que já viveu antes e que ainda viverá depois. Platão deu o nome de metempsicose
a esse fenômeno de morrer e nascer de novo, mas a ideia de Platão ainda não era
a mesma que o Espiritismo concebeu há 160 anos atrás. O Espiritismo aperfeiçoou
a ideia, passando a tratá-la com mais precisão filosófica e científica.
Nos Evangelhos, apesar da crença na
reencarnação não fazer parte da religião dos judeus, encontramos referências a “nascer
de novo” e uma delas foi do próprio Jesus. Mas podemos perceber isso em livros
do Antigo Testamento, como o de Jó, por exemplo. Natural que as ideias do
Oriente também chegasse aos judeus, aqui no Oriente Médio, mas o que eles mais
absorveram foram as concepções do Zoroatrismo, religião persa que ensinava,
entre outras coisas, a existência de um deus do bem e de um deus do mal, além
ensinar a ressurreição dos mortos e o juízo final.
De
nossa parte não temos conhecimento de que alguma tradução bíblica para o
português, tenha introduzido o termo usado por Kardec, embora saibamos que há
traduções que usam palavras como “espiritismo” e “mediunidade”, palavras que
também não existiam nos textos
originais, mas que foram propositada e indevidamente introduzidas na
Bíblia, apenas com a finalidade de combater a Doutrina Espírita.
Ora,
foi Allan Kardec que criou também essas palavras – tanto “Espiritismo” como “mediunidade”
– e isso só aconteceu há pouco mais de 150 anos atrás. Elas não poderiam,
portanto, ter sido usadas nos originais bíblicos, mas algum tradutor, ocupado
em desautorizar o Espiritismo e em enganar os leitores – acabaram por
utilizá-las de forma desonesta em suas versões, como se na época de Moisés por
exemplo, há 2.300 anos atrás, já existisse a Doutrina Espírita, o que não é absolutamente
verdade.
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