(Laura Beatriz
Bancchieri) Macumba existe? Isso, de
fato, atinge a pessoa para quem é direcionada?
A
palavra “macumba’, na sua origem, é o nome de uma árvore africana e também o
nome de um instrumento musical utilizado em cerimônias de religiões
afro-brasileiras. A palavra “macumba”, com o tempo, pelo fato desse instrumento
ser utilizado em rituais, passou a designar os chamados “despachos” de magia
negra – ou seja, encomendas espirituais com o objetivo de prejudicar pessoas - feitos por alguns seguidores dessas práticas.
Evidentemente, tais rituais macabros foram
muito usadas nas tribos mais primitivas, através das quais seus membros
pretendiam contar com o apoio e a colaboração de Espíritos maléficos para
atingir seus inimigos. Quando os negros africanos foram trazidos para o Brasil,
durante o período do tráfico negreiro, vindos de uma cultura muito diferente da
dos europeus, trouxeram tais práticas, com o que, muitas vezes, procuravam se
defender da exploração e da violência com que eram tratados pelo povo que se
dizia cristão.
Quem buscar tais informações na História, vai
compreender o significado dessas práticas e a razão pela qual chegaram até nós.
Contudo, por causa do racismo e do forte preconceito que nasceu desse terrível
período de opressão contra os descendentes afro, o que prevaleceu na memória preconceituosa da nação brasileira foram
os poucos aspectos negativos e não os muitos positivos que esse povo trouxe
para o Brasil.
É
claro que existem pessoas, cheias de ódio, que querem atingir aquelas com quem
têm alguma divergência; mas isso não acontece com gente de toda origem e de
todas as religiões. Allan Kardec referiu-se a isso, afirmando que realmente
existe quem deseja fazer o mal a outrem utilizando-se de Espíritos. Mas isso
não quer dizer que essa pessoa, que está sendo alvo de um ato de maldade, não
conte com sua própria defesa – ou não esteja fora do alcance do inimigo,
conforme lemos nas questões 549. 551 e 552
de O LIVRO DOIS ESPÍRITOS.
Autores como Emmanuel e André Luiz -
os mais consagrados no meio espírita brasileiro, depois de Kardec – não
tratam diretamente desses casos. Mas eles deixam claro, porém, que só nos
atingem as forças espirituais que se identificam com a nossa maneira de ser,
sobretudo com os nossos sentimentos. O amor repele o ódio, mas duas pessoas que
se odeiam exercem uma atração negativa uma sobre a outra. Desse modo, cada um
de nós conta com sua própria defesa espiritual, pelo seu modo de ser, de viver,
de conviver, de encarnar a vida e, sobretudo, pela sua crença no Bem e pela sua
fé em Deus.
Quando
nos colocamos num nível muito baixo de vivência espiritual – alimentando e
cultivando sentimentos de destruição e maldade – não é preciso que ninguém nos mande nada,
porque nós mesmos atraímos o mal. Mas quando, ao contrário, cultivamos valores elevados de vida, quando
confiamos em nós mesmos, quando procuramos conviver bem com o próximo e não nos impressionamos com o mal, colocamo-nos,
de forma natural, a salvo da má
influência, Laura.
Allan
Kardec afirma, que na ordem moral , “os semelhantes se atraem” enquanto os
diferentes se repelem. Jesus defendia o
princípio pelo qual cada um colhe o que semeia. Buda asseverava que só o amor
pode destruir o ódio. Gandhi estimulou a paz para combater a guerra. Desse
modo, se estamos com a nossa consciência tranquila e nada temos contra ninguém,
não devemos nos impressionar com o mal, pois as leis da natureza estão agindo em
nosso favor.
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