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quinta-feira, 8 de outubro de 2020

PREMONIÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

A carta da senhora Angelina de Ogé, da cidade marítima de Marennes, região sudoeste da França, além de agradecer as preces formuladas em seu favor na Sociedade Espírita de Paris para seu restabelecimento das inexplicáveis e renitentes febres de que fora acometida por meses de forma intermitente, relatava fato curioso que vivenciara. Informada da visita do pai para passar alguns dias em sua casa, reservou e mobiliou um quartinho para ele, desejando que ninguém dormisse ali antes dele. Conta que desde o momento em que manifestou tal pensamento, teve a intuição de que quem se deitasse naquela cama morreria, ideia que passou a persegui-la incessantemente, oprimindo seu coração a ponto de não ousar mais ir àquele quarto. Contudo, na esperança de se desembaraçar dela, foi orar junto ao leito. Julgou ver ali um corpo, e, na intenção de se assegurar tratar-se de uma ilusão, levantou os lençóis, nada mais vendo. Refletindo tratarem-se esses pressentimentos de ilusões ou resultado de obsessões, no mesmo instante ouviu suspiros como de uma pessoa que morre, sentindo sua mão direita apertada fortemente por mão quente e úmida, saindo do quarto para não mais adentrá-lo. Durante seis meses foi atormentada por este triste aviso e, quando finalmente seu pai chegou, caiu doente, morrendo ao cabo de oito dias, emitindo os últimos suspiros da mesma forma que vira, segurando e apertando-lhe a mão direita, do mesmo modo antevisto. Tal perda, evidentemente, causou-lhe intensa dor, tanto maior quando recordava do aviso recebido ao qual não dera crédito. No número de janeiro de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, encontramos um artigo escrito por Allan Kardec abordando o interessante fato. Logo no início destaca dois pontos: a importância de se orar pelos doentes, e, segundo, uma nova prova da assistência dos Espíritos pela inspiração. Destaca seja talvez “um dos gêneros mais comuns de mediunidade, e que vem confirmar o princípio que todo mundo é mais ou menos médium sem o suspeitar. Seguramente, se cada um se reportasse às diversas circunstâncias de sua vida, observasse com cuidado os efeitos percebidos em si ou de que foi testemunha, não haveria ninguém que não reconhecesse ter alguns efeitos de mediunidade inconsciente”. Considera, todavia, que “o fato mais saliente é o aviso da morte do pai da senhora de Ogé, e o pressentimento com que foi perseguida durante seis meses. Sem dúvida, quando ela foi orar nesse quarto e acreditou ver um corpo no leito, que constatou estar vazio, poder-se-ia, com alguma verossimilhança admitir o efeito da imaginação. O mesmo poderia ser atribuído a um efeito nervoso, provocado pela superexcitação de seu Espírito. Mas como explicar a coincidência de todos esses fatos com o que se passou quando da morte do pai? Dirá a incredulidade: puro efeito do acaso; diz o Espiritismo: fenômeno natural devido à ação dos fluidos cujas propriedades até hoje foram desconhecidas, submetidos à lei que rege as relações do Mundo Espiritual com o Mundo Corporal. Ligando as leis da natureza a maior parte dos fenômenos reputados sobrenaturais, o Espiritismo vem precisamente combater o fanatismo e o maravilhoso, que o acusam de querer fazer reviver; ele dá dos que são possíveis uma explicação racional, e demonstra a impossibilidade dos que seriam uma derrogação das Leis da Natureza. A causa de uma porção de fenômenos está no princípio espiritual, cuja existência vem provar. Mas como os que negam esse princípio podem admitir suas consequências? Aquele que nega a alma e a vida extracorporal não pode reconhecer seus efeitos. (...). Se o pai da senhora Ogé tivesse morrido sem o que ela o soubesse, na época em que sentiu os efeitos de que falamos, esses efeitos se explicariam da maneira mais simples. Desprendido do corpo, o Espírito teria vindo avisá-la de sua partida deste mundo, e atestar sua presença por uma manifestação sensível, com a ajuda de seu fluido perispiritual. Isto é muito frequente. Compreendemos perfeitamente que aqui o efeito é devido ao mesmo princípio fluídico, isto é, à ação do períspirito. Mas como a ação material do corpo, que ocorreu no momento da morte, pôde produzir-se identicamente seis meses antes dessa morte, quando nada de ostensivo, doença ou outra causa, podia fazê-la pressentir?”. Eis a explicação a respeito, dada na Sociedade de Paris: -“O Espírito do pai dessa senhora, em estado de desprendimento, tinha conhecimento antecipado de sua morte e da maneira por que ela se realizaria. Sua visão espiritual abarcando certo espaço de tempo,  lhe mostrou a coisa como presente; embora no estado de vigília não conservasse qualquer lembrança. Foi ele mesmo que se manifestou à filha, seis meses antes, nas condições que deviam se produzir, a fim de que, mais tarde, ela soubesse que era ele e que, estando preparada para uma separação próxima, não ficasse surpresa com sua partida. Ela própria, em Espírito, tinha conhecimento disto, porque os dois Espíritos se comunicavam em seus momentos de liberdade. É o que lhe dava a intuição de que alguém devis morrer naquele quarto. Essa manifestação ocorreu igualmente com o fito de fornecer um ensinamento, tocante ao conhecimento do Mundo Invisível”.



Tatiane Duarte Veira, quer saber o que pensa o Espiritismo a respeito de Jean Piaget.

 A figura de Jean Piaget – para quem ainda não sabe - ocupa um lugar de destaque na área do ensino ou da educação em geral, pelo muito que esclareceu a respeito de como se dá o aprendizado; quer dizer, dos mecanismos que a mente aciona para captar e interpretar o mundo. Por isso, Piaget é um nome respeitado e admirado por educadores e professores, pois seu extenso e profundo trabalho tem muito a ver com a aprendizagem das crianças e adolescentes.

Jean Piaget era suíço. Nasceu em 1896 e desencarnou em 1980. Foi o criador da chamada Epistemologia Genética, teoria do conhecimento que tem por base o estudo da gênese psicológica do pensamento humano. Trocando em miúdos: enquanto a maioria dos educadores se sempre se preocuparam em descobrir como ensinar a criança, Piaget preocupou-se em descobrir como a criança aprende. Ele demonstrou que não é a mesma coisa, e procurou encarar o ensino do ponto de vista da criança ou do aluno.

 Por isso, como biólogo, filósofo e psicólogo que foi -  figura respeitabilíssima -  Piaget enveredou pelo campo da aquisição do conhecimento e, após exaustivas observações, descobriu que, desde criança, cada um de nós constrói seu próprio esquema mental, tendo por base as etapas naturais de seu desenvolvimento mental. Não resta dúvida, portanto, que Piaget teve uma visão dinâmica de como acontece o conhecimento ou, mais precisamente, como as pessoas aprendem.

 Não resta dúvida que o Espiritismo deve ver em Piaget um dos maiores pesquisadores nesse campo do conhecimento humano, pois ele tratou o conhecimento como um processo que começa muito cedo na vida do indivíduo e vai até a morte. Mas, evidentemente, ele não passou daí, porque Piaget nunca se revelou um espiritualista, mas apenas um estudioso do fenômeno da aprendizagem.

 Afirmando que a aquisição do conhecimento obedece a um processo evolutivo mais ou menos lento – ou seja, dizendo que o indivíduo no seu crescimento, desde a mais tenra idade, vai passando por variadas etapas, da fase mais concreta à fase de percepção mais abstrata – Piaget externou justamente aquilo que a Doutrina Espírita vem ensinando sobre a evolução do homem e do Espírito há 158 anos.

  Tanto Jean Piaget, como muitos outras expressões da filosofia e da ciência no mundo, são Espíritos missionários.  Reconhecemos a missão pelo impacto de suas descobertas na sociedade, pelas grandes mudanças que promovem - como foi o caso de Jean Piaget que, de certa forma, revolucionou muitos conceitos da ciência da educação. Todavia, os missionários não estão somente nessa área de atuação, cara ouvinte. Existem – como já existiram – milhares deles em todos os campos do saber humano, deixando muita luz para a posteridade.

 Allan Kardec, no primeiro capítulo da obra A GÊNESE, mostra que é indiscutível o processo evolutivo da humanidade. Para tanto, homens e mulheres de elevados dotes intelectuais reencarnam, após longo preparo na espiritualidade, para trazer idéias reveladoras e revolucionárias, que vêm impulsionar o caminhar da ciência e abrindo novas perspectivas de progresso para o mundo. Piaget, sem dúvida, foi um deles.










PREMONIÇÃO







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