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quarta-feira, 7 de outubro de 2020

RECEPÇÃO NOUTRA DIMENSÃO; O PASSE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR





Conheço pessoas que, de tanto sofrer decepções, ficaram amargas, carrancudas e antipáticas. Não deveria ser o contrário? O sofrimento, que passamos nesta vida, não deveria servir para nos tornar melhores do que somos?  Não entendi isso. Onde está o progresso que a reencarnação pode realizar? (Ivani Fidelis dos Santos)

Pessoas amargas são aquelas que se sentem mal consigo mesmas, que no fundo não se suportam como são e, por isso, despejam nos outros suas frustrações. Geralmente, elas não têm consciência de onde vem seu tormento, mas, como não se olham,  acreditam que o problema está nos outros. Por isso, permanecem carrancudas, fechadas e sempre prontas para agredir os que passam à sua frente. Há nelas algum sentimento oculto de auto rejeição.

 O que falta nessas pessoas é humildade, motivo pelo qual não conseguem ver a si mesmas. Há uma antiga lenda chinesa, que diz que Deus concedeu ao homem a oportunidade de se aperfeiçoar, aprendendo com os próprios erros.  Para isso, deu-lhe duas sacolas que deveria pendurar no pescoço: uma voltada para o peito (na frente) onde colocaria seus erros e outra, voltada para as costas (atrás), onde poria os erros dos outros.

 O homem, porém, não suportou por muito tempo apreciar seus próprios defeitos e resolveu trocar as posições das sacolas para se sentir mais confortável, de maneira que hoje ele coloca seus erros na sacola de trás e os do próximo na sacola da frente. É mais ou menos isso que acontece com todos nós e, especificamente, com as pessoas mais amargas. Elas preferem não ver a si mesmas, e o que veem na frente são os defeitos e limitações do semelhante. Por isso estão sempre de mau humor.

 Até quando vai isso? Até o momento em que o seu amargor transformar-se numa doença crônica, arrancando-lhe as últimas razões para viver. É quando ocorrerá o autodescobrimento.  Tal pode acontecer na encarnação, mas pode se estender à vida espiritual e até às encarnações seguintes, dependendo do grau de comprometimento que elas tem com o orgulho. Ademais, o fato de um Espírito reencarnar para corrigir um defeito não quer dizer que ele vai consegui-lo numa única existência.

 O processo evolutivo não é uma linha reta que o Espírito vai percorrendo ao longo das reencarnações.  Existem avanços e recuos nesse processo, até que ocorra o amadurecimento necessário para o Espírito dar um passo decisivo na conquista de uma determinada virtude. Por isso, não é de se estranhar que muita gente, ao invés de melhorar com a idade, piora em certos traços de seu caráter. O esperado, porém, é o que acontece com a maioria: o avanço da idade vai proporcionando ao indivíduo uma capacidade cada vez maior de autoaceitação e de adaptação às circunstâncias da vida.

 

















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