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terça-feira, 6 de outubro de 2020

REECARNAÇÃO – AS PESQUISAS DE KARDEC; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Nas suas pesquisas junto à Espiritualidade Superior, Allan Kardec apurara que, “criados simples e ignorantes, aos Espíritos é imposta a encarnação com o objetivo de leva-los à perfeição e pô-los em condições de enfrentar sua parte na Criação. Para uns, uma expiação; para outros, uma missão; se instruindo através das lutas e atribulações da vida corporal”. Mas, questionam muitos, por que renasci ou constitui a família que tantos dissabores me causa? Naturalmente a generalização não se aplica nas questões relacionadas à Humanidade tão diversificada quanto a presente no planeta Terra, considerando que cada um dos Espíritos nela abrigados tem histórico com passivo e metas diferentes a perseguir a cada reencarnação. Todavia, evoluindo em suas conjecturas, Kardec considera que “muitas vezes um indivíduo renasce na mesma família, ou, pelo menos, os membros de uma família renascem juntos para constituir uma família nova noutra posição social, a fim de apertarem os laços de afeição entre si, ou reparar agravos recíprocos. Por considerações de ordem mais geral, a criatura renasce no mesmo meio, na mesma nação, na mesma raça, quer por simpatia, quer para continuar, com os elementos já elaborados, estudos começados, para se aperfeiçoar, prosseguir trabalhos encetados e que a brevidade da vida não lhe permitiu acabar”. Acrescenta que “a reencarnação no mesmo meio é a causa determinante do caráter distintivo dos povos e das raças. Embora melhorando, os indivíduos conservam o matiz primário, até que o progresso os haja completamente transformado”. Sobre como se opera esse fenômeno de transferência de uma Dimensão aparentemente abstrata, subjetiva, para esta concreta e objetiva? Allan Kardec explica que “no momento da concepção do corpo que se lhe destina, o Espírito é apanhado por uma corrente fluídica que, semelhante a uma rede, o toma e aproxima da sua morada. Desde então, ele pertence ao corpo, como este lhe pertencerá até que morra. Todavia, a união completa, o apossamento real somente se verifica por ocasião do nascimento. Desde o instante da concepção, a perturbação ganha o Espírito; suas ideias se tornam confusas; suas faculdades se amortecem; a perturbação cresce à medida que os liames se apertam; torna-se completo nas últimas fases da gestação, de sorte que o Espírito não aprecia o ato do nascimento do seu corpo, como não aprecia o da morte deste; nenhuma consciência tem, nem de um, nem de outro. Desde que a criança respira, a perturbação começa a dissipar-se, as ideias voltam pouco a pouco, mas em condições diversas das verificadas quando da morte do corpo. No ato da reencarnação, as faculdades do Espírito não ficam apenas entorpecidas por uma espécie de sono momentâneo, conforme se dá quando do regresso à vida espiritual; todas, sem exceção, passam ao estado de latência. A vida corpórea tem por fim desenvolvê-las mediante o exercício, mas nem todas se podem desenvolver simultaneamente, porque o exercício de uma poderia prejudicar o de outra, ao passo que, por meio do desenvolvimento sucessivo, uma se firmam nas outras. Convém, pois, que algumas fiquem em repouso, enquanto outras aumentam. Esta a razão por que, na sua nova existência, pode o Espírito apresentar-se sob aspecto muito diferente, sobretudo se pouco adiantado for, do que tinha na existência precedente. Num, a faculdade musical, por exemplo, será mais ativa; ele conceberá, perceberá e, portanto, fará tudo o que for necessário ao desenvolvimento dessa faculdade; noutra existência, tocará a vez à pintura, às ciências exatas, à poesia, etc. Enquanto essas novas faculdade se exercitarem, a da música estará latente, mas conservando o progresso que realizou. Resulta daí que quem foi artista numa existência, poderá ser um sábio, um homem de estado, ou um estrategista noutra, sendo nulo do ponto de vista artístico e reciprocamente. O estado latente das faculdades na reencarnação explica o esquecimento das existências precedentes (...). As faculdades que se manifestam, estão naturalmente em relação com a posição que o Espírito tem de ocupar no mundo e com as provas que haja escolhido. Entretanto, acontece muitas vezes que os preconceitos sociais o desloquem, o que faz que certas pessoas estejam intelectual e moralmente acima ou abaixo da posição que ocupam. Esse deslocamento, pelos entraves que acarreta, faz parte das provas; cessará com o progresso. Numa ordem social avançada, tudo se regula de acordo com a lógica das leis naturais e aquele que apenas tiver aptidão para fabricar sapatos não será, por direito de nascimento, chamado a governar os povos”.


 

Frequentadora nosso centro espírita, contou-nos que teve uma amiga quando jovem, mas que por um comentário desagradável que surgiu, elas se afastaram. Depois que tomou contato com o Espiritismo, resolveu se reaproximar da amiga, mas não foi bem recebida. Ela crê que esta sua atitude foi mal interpretada e, ao invés de melhorar, piorou a situação. Queria pedir perdão à amiga; não porque se sentia culpada, mas pelo contrário, queria demonstrar humildade, pois, no fundo, tem certeza que nenhuma nunca teve nada contra sua amiga.  Sentiu-se, no entanto, humilhada diante da recusa dela e não sabe mais se tem coragem de tentar novamente se reconciliar.

Casos como este são comuns, cara ouvinte. Não sabemos que tipo de comentário aconteceu em relação a vocês, mas tudo leva a crer que a desarmonia ocorreu justamente por causa de afirmações que não deveriam ser ditas.  Nós, seres humanos, ainda temos muita dificuldade de lidar com as palavras. Muitas vezes, machucamos sem querer, ao deixar escapar uma opinião, ainda que bem intencionada, mas num momento ou num lugar errado.

 Estamos dizendo isso, não para reprová-la certamente, mas para nos prevenir a todos nós quanto ao que falamos, principalmente quando nossa fala se baseia em informações e comentários que não podemos comprovar. Por outro lado, convém lembrar que todos cometemos erros dessa natureza e, muitas vezes, só damos conta disso depois que colhemos maus resultados.  Muitas vezes precisamos passar por esse tipo de experiência para aprender, se isso lhe serve de consolo.

Quanto à sua atitude, julgamos louvável. Em nossa opinião, você fez o que deveria fazer nesta nova fase de compreensão das leis da vida. Se não foi entendida, o problema já não é totalmente seu. Sua amiga talvez precise de tempo para compreender melhor sua atitude, e o que você poderia fazer neste momento é esperar e orar por ela. Há problemas que se resolvem com o tempo, desde que procuremos manter conduta adequada.

 Perdoar não é fácil. Primeiro é preciso querer e, em segundo lugar, se esforçar o sentido de compreender o ofensor. Por outro lado, pedir perdão é o outro lado difícil da questão, que pode muitas vezes ser ainda mais difícil do que perdoar. O ofendido precisa curar-se da mágoa para se ver livre a dor que o incomoda e o ofensor precisa curar-se da culpa, para ter paz com de consciência. Tanto uma situação como a outra requerem humildade e perseverança.







 













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