Um
casal, que tem filhos, se separa e, cada um
parte para nova união, assumindo filhos de seu novo companheiro. Eu
pergunto o seguinte: como se explicar essa situação diante da espiritualidade:
mãe e pai, separados, que inclusive criam filhos dos outros? São espíritos, que
se encontram, porque deviam se encontrar? (Roberto)
Quando falamos que
nada acontece por acaso, não estamos dizendo que os fatos da vida estão todos
determinados. Estamos dizendo apenas que tudo que nos acontece tem causa
anterior e que essa causa pode ser o ato que acabamos de praticar um minuto
atrás. Não é preciso buscar as causas do problemas sempre em outra encarnação.
Na maioria das vezes, elas estão aqui e agora. Se atiramos uma pedra para o
alto, ela pode cair em nossa cabeça. Isso é lei de causa e efeito.
Desse modo, não
podemos saber se as separações dos casais e as novas uniões que se seguem a essas
separações, envolvendo duas famílias – que há pouco nem se conheciam – provém
do passado ou é situação que está sendo criada agora. Na Lei de Deus, isso não
importa, Roberto. O importante, fundamental e indispensável é que assumamos a responsabilidade pelos
nossos atos. Quando Jesus falou em amar o próximo, ele contou a parábola do bom
samaritano, onde o próximo é apenas um homem desconhecido.
As relações
familiares não poderiam se restringir a simples obrigações. O casal deveria se
amar e não apenas se tolerar. Se ainda não se amam, deveria se esforçar para
isso. Do mesmo modo, os pais deveriam amar os filhos e não trata-los apenas
como a lei humana exige. Há pais, que até cumprem com a obrigação de dar pensão
aos filhos, mas fazem isso apenas para não sofrer as penas da lei. Do ponto de
vista espiritual, as relações entre pessoas são medidas não pelos bens
materiais que damos um ao outro, mas pelo sentimento que cultivamos entre nós
Assim, de duas
famílias anteriores podem surgir duas novas famílias, numa situação nova em que
os problemas já não serão os mesmos, mas serão outros. Evidentemente, uma
situação mais complexa, com desdobramentos maiores, que precisará ser muito bem
administrada. Quando não medimos as consequências de nossos atos, costumamos
pagar caro pelos nossos equívocos. No entanto, mesmo que seja um equívoco é
possível tirar lições dessa situação, aprender com elas e, muitas vezes, fazer
agora o que antes não foi feito. E, como dissemos, em se tratando de relações
famílias, iniciar a nova etapa para aprender a viver com mais amor.
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