A visão meramente fisiológica do Ser humano muito raras vezes conduz ao equilíbrio da funcionalidade do corpo doente. A ignorada contribuição oferecida pelo Espiritismo a partir da extraordinária pesquisa conduzida por Allan Kardec de 1855 a 1869, tem substancial conteúdo para provocar uma reflexão mais precisa e objetiva naqueles que efetivamente se preocupam com a cura dos seus pacientes. No número de fevereiro de 1867 da REVISTA ESPÍRITA, pode ser encontrada na seção DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS, a mensagem assinada pelo Espírito do um médico chamado Dr Morel Lavallée. Sempre oportuno lembrar a observação feita por Allan Kardec num de seus artigos falando sobre a visão propiciada pelo Espiritismo, onde diz que “a mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram”. Notadamente na atualidade em que se observa a proliferação de trabalhos nessa área como que tentando socorrer aos desventurados do caminho macerados pelos sofrimentos físicos e morais. Mas, vamos ao texto psicografado em Paris, na reunião de 25 de outubro de 1866, através do médium Sr. Desliens: -“Que é o homem?... Um composto de três princípios essenciais: o Espírito, o períspirito e o corpo. A ausência de qualquer um destes três princípios acarretaria necessariamente o aniquilamento do Ser no estado humano. Se o corpo não mais existir, haverá o Espírito e não mais o homem; se o períspirito faltar ou não puder funcionar, não podendo o imaterial agir diretamente sobre a matéria, poderá haver alguma coisa no gênero do cretino ou do idiota, mas jamais um Ser inteligente. Enfim, se o Espírito faltar, ter-se-á um feto vivendo vida animal e não um Espírito encarnado. Se, pois, temos três princípios em presença, esses três princípios devem reagir um sobre o outro, e seguir-se-á a saúde ou a doença, conforme haja entre eles a harmonia perfeita ou desacordo parcial. Se a doença ou desordem orgânica, como se queira chamar, procede do corpo, os medicamentos materiais, sabiamente empregados, bastarão para restabelecer a harmonia geral. Se a perturbação vier do períspirito, se for uma modificação do princípio fluídico que o compõe, que se acha alterado, será preciso uma modificação em relação com a natureza do órgão perturbado, para que as funções possam retomar seu estado normal. Se a doença proceder do Espírito, não se poderia empregar, para a combater, outra coisa senão uma medicação espiritual. Se, enfim, como é o caso mais geral, e, pode mesmo dizer-se, que se e apresenta exclusivamente, se a doença procede do corpo, do períspirito e do Espírito, será preciso que a medicação combata simultaneamente todas as causas da desordem por meios diversos, para obter a cura. Ora, que fazem geralmente os médicos? Cuidam do corpo e o curam; mas curam a doença? Não. Porque? Porque sendo o períspirito um princípio superior à matéria propriamente dita, poderá tornar-se a causa em relação a esta. E, se for entravado, os órgãos materiais, que se acham em relação com ele, serão igualmente atingidos na sua vitalidade. Cuidando do corpo, destruireis o efeito; mas, residindo a causa no períspirito, a doença voltará novamente, quando cessarem os cuidados, até que se percebam que é preciso levar alhures a atenção, eliminando fluidicamente o princípio fluídico mórbido. Se, enfim, a doença proceder da mente, do Espírito, o períspirito e o corpo, postos sob sua dependência, serão entravados em suas funções, e nem é cuidando de um nem do outro que se fará desaparecer a causa. Não é, pois, vestindo a camisa de força num louco, ou lhe dando pílulas ou duchas, que se conseguirá repô-lo no estado normal. Apenas acalmarão seus sentidos revoltados; acalmarão os seus acessos, mas não destruirão o germe senão combatendo por seus semelhantes, fazendo homeopatia espiritual e fluidicamente, como se faz materialmente, dando ao doente, pela prece, uma dose infinitesimal de paciência, de calma, de resignação, conforme o caso, como se lhe dá uma dose infinitesimal de Brucina, de Digitalis ou de Aconitum. Para destruir uma causa mórbida, há que combatê-la em seu terreno”. Uma pesquisa criteriosa na coleção da publicação fundada e mantida por Allan Kardec entre 1858 e sua morte em 31 de março de 1869, revela aspectos importantes e reveladores – nem sempre encontrados nas chamadas OBRAS BÁSICAS -, sobre essa revolucionária visão oferecida pelo Dr Morel.
Maria Helena Rodrigues, do Jardim dos
Eucaliptos, telefonou para dizer que
teve um sonho com seus dois filhos desencarnados. O sonho começou quando ela se
sentiu no meio de uma multidão e, logo depois, esteve com os filhos num cenário
de grande beleza. Em seguida, ela percebeu que ali perto havia um velório. Quis
se aproximar para ver de quem se tratava, mas seus filhos não deixaram que ela
adentrasse o local.
Maria
Helena, sonho é um fenômeno muito subjetivo, muito pessoal, que só você mesma saberá
lhe dar o verdadeiro significado, analisando cada situação, cada pessoa e cada
emoção, para verificar que relação tem cada detalhe do que você sonhou com sua
vida e com suas crenças. No entanto, arriscamos dizer que você foi muito feliz
nesse reencontro espiritual com os filhos. A existência de uma multidão, pela
qual você teve que passar, pode significar a dificuldade que você encontra em
chegar até lá, onde tantas outras mães também estão à procura dos filhos.
Você
perguntaria, então, por que razão não tem sonhado mais frequentemente com eles
Na verdade, Maria Helena, quase sempre não lembramos dos sonhos senão por vagas
e confusas imagens que permanecem em nossa mente, vindas do inconsciente
através de símbolos. Mas, na realidade, nós
sonhamos sempre, e sonhamos mais com aqueles com quem estamos ligados. As mães,
sobretudo, sempre vão ao encontro dos filhos.
Em várias obras de André Luiz, recebidas por
Chico Xavier, encontramos relatos de sonhos. São casos em que André Luiz, como
Espírito, acompanha de perto esses episódios emocionantes. E ele acaba
observando determinadas cenas em que encarnados participam, enquanto dormem. Contudo,
quando essas pessoas despertam pela manhã, quase sempre lembram de maneira vaga
o que sonharam ou fazem uma interpretação bem diferente do que realmente se deu
enquanto desprendidas espiritualmente.
Nós
todos – e não só você - temos dificuldades de manter lucidez de consciência
quando nos desprendemos do corpo durante a noite, devido aos nossos estados
mentais, geralmente envolvidos pelos problemas e transtornos emocionais do dia.
Logo, seria necessário um preparo para o sono, mas não o preparo de um só
noite, mas um exercício constante que nos facilite o contato com o plano
espiritual quando ainda estamos acordados, para podermos criar condições de
percepção mais apurada e lembrarmos melhor dos sonhos.
Todavia é muito interessante, no seu caso em
particular - ainda que você não se
lembre de outros detalhes que gostaria de lembrar - o fato de ter esse contato prazeroso
com seus dois filhos e se encontrar num lugar bonito e convidativo. Esta cena
deve estar mostrando que você tem estado com eles e que eles estão muito bem
cuidados. Como dissemos, as boas sensações e percepções, que os sonhos nos
oferecem, significam momentos de alegria e felicidade.
O
velório está relacionado com os episódios da morte de seus filhos, que ainda
lhe deixam na alma sofridas impressões. E o fato de eles não permitirem que
você entre nesse velório, nesse ambiente triste e sinistro, pode significar que eles não querem que você sofra
mais por isso, mas que se preocupe apenas em contemplar o belo cenário onde se
encontram, guardando-lhes as melhores recordações. Nisso deve estar a mensagem que lhe foi
passada, através deles ou de seu orientador espiritual.
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