faça sua pesquisa

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

HOMEM E DEUS; ADVERSIDADES; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


 


 “Faz um bom tempo que frequento centros espíritas, já participei de várias grupos de médiuns, ouvi muitos Espíritos se comunicarem, mas apesar de querer muito e de ter manifestado meu desejo de conversar com minha mãe, que desencarnou há mais de 15 anos, somente uma vez houve uma comunicação, mas assim mesmo não me convenci que era realmente ela. Fico pensando o porquê disso, pois está na obra de Kardec que esse contato com os entes queridos, que já se foram, é o grande consolo que a Doutrina nos dá. Por outro lado, vejo que, para que essas comunicações aconteçam, é preciso ter um médium especializado ou muito bem preparado, como Chico Xavier por exemplo, pois não é qualquer médium que me trazer informações concretas sobre minha mãe.“

 A comunicação mediúnica de um ente querido  (principalmente pai, mãe e filhos) é uma tese espírita e isso, de fato, está nas obras de Kardec e outras muitas complementares. A possibilidade sempre existe. Na verdade, gostaríamos de experimentar a presença das pessoas queridas, mesmo quando já se foram, assim como os discípulos puderam por alguns momentos desfrutar da presença de Jesus, depois de sua morte na cruz. Contudo, aquele foi um fenômeno extraordinário e que só excepcionalmente acontece.

 Embora nosso anseio perfeitamente natural de querer falar com os que já se foram, para sentir que eles na verdade não morreram, não devemos tomar isso como fundamental para a sustentar a nossa crença na vida após a morte; ainda mais hoje, levando em consideração que o clima agitado de nossos pensamentos na atualidade, devido à vida conturbada de hoje,  parece dificultar em muito contatos mais diretos com os Espíritos, mesmo com o auxílio de médiuns.

 Aliás, pelas nossas observações, parece muito mais fácil uma pessoa  leiga, que nada entende de Espiritismo, obter uma mensagem, desfrutar de uma visão ou mesmo perceber uma mensagem pelos ouvidos da alma de um desencarnado amigo do que um espírita mesmo. E isso nos remete ao próprio Allan Kardec que valorizou o estudo, o conhecimento da doutrina, o uso da razão e do bom senso, para formar nossas convicções sobre a continuidade da vida e não o fenômeno em si. Aliás, Kardec é enfático ao afirmar que, quando já estamos no meio espírita, precisamos estudar a doutrina e praticar a caridade. Muitas vezes, as comunicações de entes queridos surgem para despertar a pessoa, quando ela ainda não encontrou este caminho.

 Num interessante comentário do prof. Herculano Pires, do livro DIÁLOGOS DO ALÉM, ele fala das dificuldades das comunicações mediúnicas, quando direcionadas a um determinado Espírito, pois esse Espírito nem sempre está em condições de se comunicar. Quem teve oportunidade de assistir a uma das concorridas sessões com Chico Xavier, pôde verificar que as comunicações de entes queridos aos seus familiares eram raras em relação às centenas de pessoas que ali compareciam. Na maioria dos casos, os Espíritos, pelos quais se ansiava comunicação, não reuniam condições para passá-las, razão pela qual Chico Xavier, ao referir-se à possibilidade da comunicação, sempre dizia que o telefone toca de lá para cá e não daqui para lá e não daqui para lá.

 Todavia, buscando os fundamentos do Espiritismo, vamos perceber que nossos entes queridos desencarnados não costumam dar comunicações ostensivas através de médiuns e nem tampouco se apresentarem por meios de aparições espetaculosas, mas costumam entrar em contato conosco de forma natural e sutil através dos sonhos. Quase sempre esquecemos que o sono diário nos transporta espiritualmente para outro plano de vida. É quando vamos ter a oportunidade de nos encontrar com as pessoas queridas que se foram. Pena que ainda não aprendemos  a nos preparar para dormir e nos desprender. Sonhar, para o Espirito, é desprender-se parcialmente do corpo e entrar em contato com a espiritualidade.

Por outro lado, devido à natural dificuldade de comunicação entre os dois planos, tendo o médium no meio, muitas vezes nos firmamos nas aparências para aceitar ou não uma comunicação, deixando de considerar que o médium é apenas um mensageiro. Certa vez, recebemos uma mensagem por um médium de pouca escolaridade, vazada em erros de português. Nem consideramos a possibilidade de aceita-la como verdadeira, porque o autor desencarnado primava pela correção de linguagem. Só mais tarde, ficamos sabendo da autenticidade da mensagem  por um médium mais preparado e totalmente alheio à questão, em que o Espírito chamava  a atenção da família para se preocupar mais com o conteúdo do que com a forma da mensagem mediúnica. 
















Nenhum comentário:

Postar um comentário