O
nosso companheiro, Guilherme Pedro Valenciano, pergunta se num caso de
violência e crueldade, como esse que aconteceu recentemente numa escola de
Suzano, existe atuação de Espíritos obsessores.
É claro que existe,
Guilherme. E nem poderia ser diferente. Nós, os Espíritos encarnados, temos
conosco a companhia de Espíritos que se afinam conosco. Esses Espíritos não
precisam necessariamente estar ao nosso lado e nem nos guiar pelas mãos. Mesmo
quando se acham à distância, estão sintonia com os nossos sentimentos, com as
nossas ideias e propósitos. Os bons ajudam-nos a praticar boas ações, os maus
nos estimulam o ódio e o poder de
destruição.
Não pense que estamos atribuindo aos outros a
responsabilidade que é toda nossa. Não. O que estamos dizendo é que nunca
agimos sozinhos, mas quase sempre por influência de terceiros. E se fazemos
algo que causa prejuízo aos outros, mesmo participando de um grupo, somos
responsáveis pelos nossos atos. No entanto, não podemos esquecer que essa mesma
regra vale também para as coisas boas que fazemos, pois quem pratica uma boa
ação sempre tem o incentivo ou a proteção de bons Espíritos.
Num ato violento e
cruel, como esse que aconteceu em Suzano, não há dúvida de que houve um
envolvimento obsessivo desses jovens, desde o planejamento à execução do
massacre. Eles próprios participaram disso, acataram a ideia e se deixaram levar
por ela, sem tomar consciência da gravidade do problema que estavam criando
para si mesmos. A esse tipo de obsessão Kardec deu o nome de fascinação. Na
fascinação, o poder de influencia é totalmente de ordem mental.
O individuo
fascinado torna-se presa fácil de qualquer má intenção. Ele fica nas mãos de
malfeitores, Espíritos doentes ou mentalmente desequilibrados, que o envolve em
suas artimanhas e os comanda de tal maneira que não encontra tempo para
refletir sobre o que está fazendo. Hoje, na verdade, esse tipo de envolvimento
se torna mais fácil, na medida em que os agentes do crime se envolvem com
drogas, substâncias que bloqueiam o discernimento e alienação mental.
A obsessão nesse
caso, nos parece, que tem a ver com o retrocesso à violência contra a ordem,
contra a autoridade, contra a lei e contra as minorias. Dá para perceber que,
atrás de uma infeliz execução como essa, há um ritual de iniciação, algo
tenebroso e cruel, que vem para agredir a sociedade e desafiar a ordem, para
impedir que ela avance em termos de conquistas morais e espirituais. Espíritos
comprometidos com esses grupos terroristas aproveitam o estrago causado pelas
drogas para aliciar nossos jovens e torna-los instrumentos de destruição.
Mas não é a
espiritualidade que tem de resolver esse problema, Guilherme; é o próprio
homem, o mais atingido e o mais interessado. A humanidade precisa acordar, a
sociedade precisar acordar, a família precisa acordar. Não podemos mais ficar
adiando providências para a nova educação da criança e do adolescente. Pais e
professores precisam estar diretamente envolvidos nisso, movimentando-se nesse
sentido, tanto quanto as demais instituições sociais, principalmente os grupos
religiosos.
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