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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

IDENTIDADE DOS ESPÍRITOS; EVOLUÇÃO ESPIRITUAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 




O nosso Ariovaldo D’Nicolai, mandou-nos mais uma cartinha com o seguinte pedido: “Qual a diferença entre doutrina, seita e religião”?

Boa pergunta, Ariovaldo. Aliás, essas são palavras frequentemente usadas no rádio, na televisão, na mídia em geral. Em nosso caso, por exemplo, usamos sempre a expressão Doutrina Espírita. Não falamos em religião espírita e tampouco em seita espírita, porque essas palavras “Religião” e “seita” não são adequadas para dizer o que é o Espiritismo. Precisamos, portanto, fazer uma distinção para que o ouvinte entenda melhor o que queremos dizer.

   A palavra “doutrina” vem do latim, “dôcere”, e quer dizer ensinamento. Na verdade, ela se aplica, tanto à religião, como à ciência, à filosofia, à política, à economia, etc.  Assim, existem doutrinas políticas, que ensinam caminhos de solução para a vida política das nações e dos povos. Logo, a doutrina em si é um conjunto ordenado de princípios ou ensinamentos, que aponta um caminho de solução para a problemática humana.

É o caso da Doutrina Espírita no campo filosófico, cujos princípios ou verdades fundamentais foram trazidas pelos Espíritos Superiores, e que foi trabalhada, organizada ( ou codificada) por Allan Kardec. Isso significa que Kardec utilizou as informações e o pensamento dos Espíritos para elaborar essa doutrina, conforme podemos constatar pelas suas obras. Os princípios fundamentais da Doutrina Espírita, também conhecida por Espiritismo, são a existência de Deus, a imortalidade da alma, a reencarnação, a evolução do Espírito, tudo tratado sob o ponto de vista da razão e da fé ao mesmo tempo.

 Religião é um conjunto de crenças e práticas ritualísticas, baseado na fé natural de um povo, concebendo o mundo em dois aspectos ( o sagrado e profano). Ela estabelece seus princípios de fé, conhecidos como dogmas, que devem ser cultivados por seus adeptos. A religião tem rituais, altares, templos, sacerdotes e uma estrutura hierárquica de comando, que estabelece o que deve ou não deve ser verdade. Para a religião a fé está acima da razão. E é por isso que o Espiritismo, no sentido comum, não se diz uma religião, uma vez que proclama a fé racional.

  Na história da humanidade as religiões surgiram naturalmente, desde os povos primitivos aos povos civilizados. As grandes religiões da história são o Cristianismo, o Judaísmo, o Islamismo e o Budismo. Contudo, no seio das religiões surgem as heresias – ou ideias que não se afinam precisamente com os princípios religiosos – formando, assim, as seitas. As seitas seriam, pois, derivações das religiões, formas diferentes de compreender ou de praticar as religiões, constituindo-se, portanto, em grupos menores que acabam adotando práticas particulares.

 Nada impede que a religião esteja assentada sobre uma doutrina; quer dizer, sobre um conjunto de crenças e princípios morais que servem para sustentá-la. É o caso, por exemplo, da Doutrina Católica, que a base teológica e filosófica da prática religiosa do Catolicismo. Desse modo, religião e doutrina se casam, mas, nestes casos, o conhecimento doutrinário praticamente fica reduzido à classe sacerdotal, não chegando até os seguidores.

 Como a religião, em geral, tem consequências morais, ela deve ter influência na conduta de seus adeptos. Logo, só nesse sentido ético-moral, o Espiritismo pode ser visto como religião, mas não no sentido da prática religiosa em si. Na verdade, o Espiritismo não adota uma prática religiosa e muito menos rituais. O que ensina é a conduta moral baseada nos ensinamentos de Jesus: isso basta. E uma das características fundamentais da doutrina é expor sem impor, ensinar sem exigir, pois, o que mais respeita é a liberdade de pensamento de cada um

 Não sabemos se ficou clara a explicação, Ariovaldo. Caso não tenha ficado satisfeito, volte a nos perguntar. Obrigado pela participação.
















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