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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

MEDO DA MORTE; FATALIDADE DA MORTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR



 




 Guto Soares pergunta o que é reencarnação compulsória, se é aquela em que o Espírito é obrigado a reencarnar.

 Vamos partir, primeiramente, do conceito de reencarnação para atender à pergunta do Guto. Reencarnação é o processo pelo qual o Espírito, depois da última existência na Terra, volta a renascer e iniciar uma nova existência, para uma nova experiência de aprendizado. A reencarnação faz parte da lei da natureza, pois é o principal mecanismo que impulsiona a evolução do Espírito para leva-lo à sua plena realização.

 Enquanto as religiões ocidentais, aqui deste lado do mundo, apregoam que a vida na Terra é uma única que começa na concepção e acaba na morte, independente da sua duração  - pois o individuo pode morrer jovem, pode morrer criança ou até mesmo no ventre materno, antes de nascer -  o Espiritismo ensina que a atual existência na Terra é apenas uma entre muitas outras existências que o Espírito vivencia ao longo de sua jornada de aperfeiçoamento.

 Desse modo, a Doutrina Espírita explica porque os destinos das pessoas neste mundo – com suas experiências, com suas alegrias e com suas dores – são tão diferentes uns dos outros, a ponto se pensar que essas diferenças seriam apenas questão de sorte ou de azar, ou simplesmente, pela vontade de Deus. Por que Deus destinaria a dor mais para um do que para outro, se somos todos seus filhos? Com a reencarnação, no entanto, desaparecem as noções de céu e de inferno, até porque o destino de todos os Espíritos é sua perfeição, sua felicidade.

 Quando na Terra vemos tanta miséria ao lado da opulência, a vida relativamente tranquila de um lado e uma jornada de  profundas dores e sacrifício do  outro ( isso estamos vendo todo dia) , não dá para imaginar que Deus, na sua expressão de Amor e Bondade, quisesse que isso acontecesse com seus filhos a quem ama. Mas quando concebemos que as dores e as misérias do mundo são consequências dos atos dos próprios homens – não para destruí-los, mas para estimular seu crescimento e concorrer para sua felicidade -  percebemos quão sábia é a Lei da Evolução.

 Dependendo do nível evolutivo do Espírito, antes de reencarnar ele pode escolher certas condições de sua próxima existência na Terra, ele pode optar por dificuldades ou restrições para aprender a vencer obstáculos, ele pode escolher um caminho que favoreça seu desenvolvimento intelectual, por exemplo. Mas isso acontece quando sua condição moral permite, ou seja, quando esse Espírito já adquiriu o desenvolvimento suficiente para poder decidir por si mesmo o próprio destino.

 Mas enquanto o Espírito ainda não amadureceu suficientemente para tomar decisões – assim como acontece com a  criança que depende exclusivamente das decisões de seus  pais – ele pode renascer num ambiente hostil, difícil, inóspito ou marcado por limitações, por deficiências ou enfermidades genéticas que, se por um lado, lhe serão desagradáveis e sofridos, por outro, contribuirão para impulsioná-lo para uma condição espiritual melhor no futuro e em outras encarnações.

  Entendemos que, assim, está havendo o que se convencionou chamar de “reencarnação compulsória”, ou seja, é a reencarnação que ele não escolheu e jamais escolheria, se dependesse unicamente de sua vontade. Para nós, a reencarnação compulsória é simplesmente o cumprimento da lei de causa e efeito, a que todos nós, de alguma forma, estamos sujeitos. Toda vez que sofremos uma situação que não escolhemos, mas que decorreu apenas de nossos atos anteriores, estamos num regime que podemos chamar de compulsoriedade.

Compulsório é tudo o que não podemos evitar ou que podemos deixar de fazer, compulsório é o que decorre de uma situação que foge à nossa vontade e ao nosso controle. Logo, segundo o nosso ponto de vista, reencarnação compulsória seria aquela reencarnação que decorre de circunstâncias acima da decisão do Espírito e que, fatalmente, lhe trará situações desagradáveis ou sofridas. No entanto, nada disso é perdido, até porque, como sabemos, a dor exerce importante papel em nossa vida e faz parte do processo de evolução espiritual.
















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