Bruno
Cípola, da cidade de Marília, nos mandou o seguinte recado. Eu gostaria de
entender como funciona o que o Espiritismo prega referente a não existir limite
de tempo e espaço. Quer dizer que poderíamos reencarnar numa próxima encarnaçao
no ano 1200, por exemplo ou até mesmo no ano 8000 ? sendo assim, também seria
possível, por exemplo, aplicar um passe em uma pessoa que esteja em outro lugar
distante, como em outro pais ?
Bruno, espaço e tempo, pelo que sabemos, são
dimensões que existem tanto no mundo físico quanto no mundo espiritual – pelo
menos, no mundo espiritual mais próximo de nós, segundo relatos de Espíritos. Na verdade, não temos
condições de saber de tudo que existe no universo. Com certeza, devem existir
coisas que sequer conseguimos imaginar, pois a nossa capacidade de
compreensão (falamos de nós, Espíritos
encarnados) é ainda muito limitada. André Luiz, através do médium Chico Xavier,
afirmou que o homem comum não consegue perceber mais do 1/8 da realidade que o
circunda, devido à limitação de seus sentidos e de sua inteligência.
As idéias do que sejam espaço e tempo fazem
parte da vivência do dia a dia do ser humano, ou seja, de suas experiências de
vida. Se perguntássemos a qualquer pessoa, de qualquer parte do mundo, o que é
tempo e o que é espaço, temos certeza de que cada uma delas daria uma
explicação e até acharia muito fácil ou ingênua a pergunta, porque essas coisas
parecem muito evidentes para nós. Todavia, do início do século passado para cá,
a partir de Albert Einstein a ciência vem descobrindo novas verdades sobre
espaço e tempo.
Einstein demonstrou que espaço e tempo são
dimensões de uma mesma realidade. Para ele, o espaço e o tempo só existem
porque existe matéria, razão pela qual só entendemos esses conceitos fazendo
relações ou comparações entre as coisas. No livro A GÊNESE, lançado em 1868 por
Allan Kardec, encontramos noções que se aproximam dessas e que eram novidades
para aquela época, mas não mais nos dias atuais, devido à evolução do
conhecimento humano no campo da Física e da Astronomia principalmente.
Na obra NOSSO LAR, André Luiz afirma que,
depois que saiu do umbral, ficou sabendo que lá permaneceu cerca de 8 anos
terrestres, mas perdeu totalmente a idéia de tempo, mesmo porque o tempo é
relativo às experiências pelas quais cada um está passando. Hoje, por exemplo,
quando vivemos num momento de muita velocidade e agitação em relação a tudo que
acontece, o tempo parece passar muito depressa em relação a 50 ou 60 anos atrás,
quando tudo parecia mais claro e tranquilo. O espaço, por outro lado, já não é
o mesmo do tempo das caravelas, quando podemos viajar em aviões com velocidade
maior do que a som.
Evidentemente se, para nós, os encarnados, o
tempo e o espaço estão mudando em nossa percepção devido a vivências de
situações novas, no mundo espiritual esse fenômeno deve ser ainda muito mais
abrangente. No meio científico já se discutiu se é possível ao homem viajar no
tempo, mas não se chegou a nenhuma conclusão até hoje. O cientista Steven
Hawking, considerado uma das maiores inteligências do mundo, afirma que não
acredita nisso, pois, se fosse possível, nós estaríamos recebendo visitas do
homem do futuro.
Desse modo, Bruno, na condição material e
espiritual em que nos encontramos hoje, neste início de século, ainda sabemos
muito pouco a respeito de espaço e tempo. Nem mesmo a espiritualidade toca
nesse assunto, uma vez que os Espíritos com quem mantemos contato são apenas os
homens desencarnados e seus conhecimentos também se aproximam daqueles que a
humanidade conseguiu atingir até agora. Isso significa que ainda não estamos
preparados para dar um passo mais
significativo do entendimento das leis do universo.
Nada sabemos, portanto, com relação à volta ao
passado e muito menos em relação à reencarnação no futuro. É um assunto que
foge totalmente à abordagem da ciência espírita. Contudo, já sabemos que podemos viajar pelo
pensamento, que podemos nos comunicar espiritualmente com quem está distante,
pois essa condição não depende apenas de fatores materiais, mas muito mais das
qualidades do Espírito e, portanto, de seu pensamento.
Quando oramos em favor de alguém, basta que
mentalizemos essa pessoa para chegarmos a ela. Todavia, se ela não estiver
receptiva (ou com seu receptor mental ligado naquele momento), com certeza, não
vamos atingir nosso objetivo. Mas é nesta base que funciona a chamada prece
intercessórias ( a prece em favor de alguém); e é assim que, desejando ajudar
uma pessoa, onde ela estiver, podemos
levar algo de muito tênue e delicado que eventualmente pode favorece-la, ainda
mesma que ela não se aperceba disso.
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