Elisa Maria de Almeida, nos telefonou
pedindo um comentário sobre a existência de pessoas que, além de não acreditar
no Espiritismo, ainda consideram que é uma religião do mal.
Chico Xavier já tinha mais de 70 anos quando,
certo dia, compareceu a um programa de
televisão, onde seria entrevistado por um apresentador famoso. Logo que Chico
apareceu para o público, sentado numa cadeira comum, o apresentador lhe lançou à
queima-roupa uma questão desafio, dizendo: “Senhor Chico Xavier, há muitos
homens ilustres no mundo que não acreditam no Espiritismo. Gostaria de saber o
que o senhor pensa sobre isso.”
Chico Xavier, como sempre, com aquele ar tranquilo
de mineiro caipira, apenas abriu um leve sorriso e respondeu: “É um direito que eles têm”. O
apresentador se espantou com a calma do Chico e com o teor da resposta: certamente,
ele pretendia, a partir daquele momento, estabelecer uma polêmica, envolvendo
outros entrevistadores presentes. Mas, o Chico, com muita habilidade inspiração,
soube cortar o mal pela raiz... e a entrevista prosseguiu sem problemas.
A
Doutrina Espírita, cara ouvinte, não está atrás de polêmica. Muito pelo
contrário. Desde que foi apresentada ao mundo, através das obras de Allan
Kardec, nos meados do século 19, o que ela mais defendeu e ainda defende é a
liberdade de pensamento e, portanto, a liberdade de cada pessoa ter a sua
própria opinião a respeito do que for. Segundo o Espiritismo, ter uma crença é
um direito sagrado da pessoa humana, seja qual for a crença; o que o
Espiritismo combate, na verdade, é o desrespeito que muitos ainda têm para com
a crença alheia. Esta postura está bem clara n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS e nas obras subsequentes.
Desse modo, como sempre aconselhou Kardec,
devemos falar de Espiritismo ou discutir Espiritismo com pessoas que se
interessam em conhecer a doutrina, porque não é racional discutir um assunto
com quem não tem conhecimento algum sobre o que está falando. Desse modo, Allan
Kardec recomenda aos espíritas que não discutam e muito menos queiram impor
suas ideias; apenas convidem as pessoas a conhecê-la de verdade e aí elas
saberão distinguir o que é melhor.
Existe, de fato, um preconceito religioso
muito enraizado em nossa cultura, não apenas contra o Espiritismo ( é claro!),
decorrente do passado triste e lamentável de disputas políticas e religiosas e de
execuções em massa que deixaram um rastro de sangue na História. Por isso,
dentro da sociedade de nosso tempo, ainda há uma opinião geral de prevenção
contra tudo aquilo que foi acirradamente combatido em nome de Jesus e, muitas
vezes, de forma maldosa, quando o próprio Jesus proclamou em alto e bom som que
devemos amar até mesmo os inimigos e que a Terra seria herdada pelos
pacificadores.
O Espiritismo é uma doutrina que, antes de
ser combatida, precisa ser pelos pouco ou nada conhecida, mas seu papel
imediato é recuperar a fé através da razão , rompendo com a fé obscura do
passado, para se opor ao materialismo que vem tomando conta do mundo. É uma doutrina moderna, nascida num momento
de ebulição de ideias novas, proclamadas por grandes pensadores e que tem por
meta solidificar os pilares básicos da religião: a lei do amor ensinada por Jesus, a crença em
Deus e a imortalidade da ama.
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