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domingo, 13 de dezembro de 2020

JÁ SABIAM (Mehemet-Ali); EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Os sacerdotes do Antigo Egito recebiam manifestações de Espíritos? - Sim. 39.- As manifestações recebidas pelos sacerdotes egípcios tinham a mesma fonte que as recebidas por Moisés? - Sim. Este foi iniciado por aqueles. 40.- Por que, então, as manifestações recebidas por Moisés eram mais potentes que as recebidas pelos sacerdotes egípcios - Moisés queria revelar, enquanto os sacerdotes egípcios queriam apenas oculta-Ias. 41.- Pensais que a doutrina dos sacerdotes egípcios tivesse quaisquer ligações com a dos indianos? - Sim. Todas as religiões-mães estão ligadas entre si por laços quase invisíveis: procedem de uma mesma fonte. 42.- Destas duas religiões, isto é, a dos egípcios e a dos indianos, qual a matriz? - Elas são irmãs. 43.- Como é que vós, que em vida éreis tão pouco esclarecido sobre estes assuntos, podeis agora responder com tanta profundeza? - Outras existências me ensinaram. O trecho é da curiosa entrevista feita na reunião de 16 de março de 1858 com o um Espírito chamado Mehemet-Ali, desencarnado em 1849. Nascido em 1769, em Kavala, na Romélia, em 1805, foi feito Quediva – espécie de Vice-Rei - do Egito, tendo participado, ao lado do Sultão, da guerra greco-turca, voltando-se, posteriormente, contra o aliado. Historicamente de 1805 a 1848 exerceu a função de Governador do Império Otomano, em nome do Sultão, sendo considerado o fundador do Egito Moderno, introduzindo grandes reformas no País, entre elas a construção de canais de irrigação para melhor distribuição das águas do Rio Nilo, construção de prédios, instituição de novas Leis, impostos e a modernização do exercito, tendo conseguido considerável autonomia frente ao Império Otomano ampliando, consideravelmente, suas fronteiras. Apesar dos nove anos transcorridos desde sua desencarnação, Mehemet-Ali, informou não ter ainda uma lembrança nítida de sua ultima existência, sentindo-se ainda sob efeito da morte física do corpo em que se encontrava encarnado. Lembrava-se, porém, de ter sido na penúltima existência física socialmente uma pessoa pobre que invejava as grandezas terrenas, subindo na escala social na volta às experiências materiais, para experiênciar a condição da riqueza, dizendo que se puder renascer na Terra novamente, escolheria uma vida obscura onde os deveres são menores, visto que na recém-terminada representou a vaidade do nada, quisera conduzir homens, sem saber conduzir a si mesmo. Sobre ser acusado de atos de grande crueldade, disse estar expiando-os, vendo inclusive aqueles que mandara massacrar; que ele e seu inimigo Sultão Mahmud fogem um do outro pela aversão reciproca que alimentam. Solicitado a opinar sobre as causas da decadência moral do Egito da Antiguidade, disse que a corrupção dos costumes foi determinante; que tinha pleno conhecimento de suas existências anteriores, exceto a última, tendo vivido por três vezes ao tempo dos Faraós, como sacerdote ao tempo de Sesóstrotris, como mendigo e como príncipe. No número de novembro de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz uma segunda entrevista com o Espírito Mehemet-Ali, ampliando um pouco o conteúdo da primeira manifestação. A propósito da construção das pirâmides, revelou que eram sepulcros e templos, onde se davam grandes manifestações; que não tinham objetivo científico, visto que o interesse religioso absorvia tudo; que o homem foi a máquina utilizada em sua construção, absorvendo massas deles que gemeram sob o peso daquelas pedras; povo que trabalhava sob o domínio da força. Perguntado de onde os egípcios tiravam o gosto pelas coisas colossais em vez das graciosas como os gregos, afirmou que os egípcios eram tocados pela grandeza de Deus, procurando igualá-lo, superando suas próprias forças, comportamento típico do homem. Sobre a existência em que fora sacerdote, informou que governantes e governados, corrompidos, acreditavam em seus sacerdotes tendo por deuses aqueles que os mantinham sob o jugo; que sobre a vida após a morte, acreditavam no que diziam os sacerdotes; que os grandes do Estado oscilavam entre as crenças do povo e a dos sacerdotes; que a origem do culto prestado aos animais resultara do desejo de desviar o homem de Deus e mantê-lo sob seu domínio, dando-lhe como deuses seres inferiores; que a utilização de animais como serpentes e crocodilos baseava-se no fato do homem adorar aquilo que teme, constituindo-se num jogo para o povo, visto que em toda parte o homem procura deuses para esconder aquilo que é; que a representação de Osíris com a cabeça de um gavião e Anúbis com a cabeça de um cão, surgira do fato de que o egípcio gostava de personificar sob a forma de emblemas claros: Anúbis era bom; o gavião que estraçalha representava o cruel Osíris. Sobre a contradição entre o respeito pelos mortos e o desprezo e horror pelos que os enterravam e mumificavam, esclareceu que o cadáver era um instrumento de manifestações, pois pesavam que o Espírito voltava ao corpo que havia animado, sendo o corpo um dos instrumentos do culto, por ser sagrado, nascendo a perseguição do fato de terem ousado violar a santidade da morte; que a conservação do corpo dava lugar a numerosas e longas manifestações; revelou também que no Egito a iniciação era feita através de práticas mais rigorosas que na Grécia, impostas para que só houvesse almas superiores que sabiam compreender e calar; concluindo, por fim,  que todo ensino estava muito corrompido, já que o fim dos sacerdotes era dominar e não instruir.

  Se o mundo está evoluindo, como se explica tanta corrupção, tanta violência e miséria que ainda existe na humanidade?

 A evolução dos Espíritos está nas leis da natureza. Em nível coletivo – ou seja, em nível de humanidade – ela se realiza através das transformações que vêm ocorrendo ao longo dos séculos. Assim, a humanidade de hoje, século XXI, não é a mesma humanidade do tempo de Jesus. De lá para cá houve muitas transformações, tanto nas pessoas individualmente, quanto nas coletividades.

 O progresso material do mundo – que depende do uso da inteligência – é relativamente fácil; difícil é a transformação moral dos indivíduos.  Por isso, a evolução moral caminha atrás da evolução intelectual.  Sobre isso, o grande cientista, Albert Einstein, chegou a afirmar que “é mais fácil desintegrar um átomo do que destruir um preconceito”. O átomo pode ser manipulado por mãos humanas, mas o preconceito é uma doença profunda da alma.

 No entanto, precisamos entender que uma coisa puxa a outra. O avanço da ciência contribui para a evolução moral, mas as transformações morais só acontecem com muito sofrimento, que leva os indivíduos e as coletividades à reflexão e ao amadurecimento. Disseram os Espíritos a Kardec que, muitas vezes, o mal precisa chegar ao excesso para que  o homem tome consciência da necessidade do bem.

 Logo, não espere por milagres em termos de mudança. Uma pessoa má não se torna boa de repente.  Não é assim que funciona. Toda mudança se dá por um processo mais ou menos longo: para a humanidade, isso pode durar várias gerações, para o indivíduo várias encarnações.  Ninguém deixa um vício da noite para o dia, como ninguém adquire uma virtude de um dia para o outro.

As forças do mal ainda prevalecem na Terra por causa de nossas tendências egoístas e do nosso orgulho. Para superá-las é necessário que os bons comecem a se impor pelo respeito que inspiram, tomando consciência de seu compromisso com o Bem, com a Verdade e com a Justiça.

O processo de aperfeiçoamento espiritual da humanidade passa despercebido quando deixamos de ver as coisas boas para nos concentrar nas coisas ruins. Uma árvore, quando cai, causa um imenso estrondo na floresta que espanta os animais, mas as milhões de sementes que estão germinando passam totalmente despercebidas. Precisamos tomar consciência que, neste instante, milhões de boas ações estão sendo praticadas em todo o planeta, pedindo a nossa participação, e geralmente não estamos contando com isso.

  Apontamos o mal com muita rapidez e facilidade e ignoramos o bem que está acontecendo em todo momento, esquecendo de valorizá-lo. Criticamos mais que elogiamos, destacando o mal ao invés de reforçar o bem. Basta uma pequena mancha numa superfície alva para nos chamar a atenção e, nesse instante, só olhamos pra ela. Assim fazemos em relação aos nossos familiares e especialmente em relação aos nossos filhos. Queremos que o mundo melhore, mas como, se nós mesmos não nos esforçamos por melhorar?
















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