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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

MEDIUNATO; PROGRESSO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 




O nosso Cristiano, de Vera Cruz, nos enviou a seguinte pergunta: “ “Para a Lei de Causa e Efeito o bem praticado com segunda intenção pode reparar uma má ação?”

 Vamos ver se entendemos a pergunta do Cristiano. Bem praticado com  segunda intenção é quando escondo a intenção verdadeira da ação que pratico, talvez numa situação como esta: “Vou em socorro de uma pessoa, a quem eu  não gostaria de socorrer ( porque não gosto dela), mas neste caso eu a ajudo porque há muita gente me observando e eu não quero comprometer minha imagem ou minha reputação diante da comunidade. Pelo contrário, quero parecer uma pessoa de bem, solidária e amiga de todos.

  A pessoa socorrida é, portanto, beneficiada com a minha atitude, mas eu mesmo não estou satisfeito com esse benefício que lhe dei, pois minha intenção não é propriamente  ajudá-la, mas até prejudica-la, se tiver oportunidade. Escondo, nesse caso, uma segunda intenção – ou seja, a intenção de me promover diante da sociedade e não propriamente de ajudar um irmão necessitado.

 A pergunta do Cristiano é se esse bem que eu pratiquei com  segunda intenção – ou seja, com a intenção de me promover e não de beneficiar o necessitado – pode “reparar uma má ação”. Quer dizer, se praticando esse ato de caridade, como pratiquei (embora ele esteja escondendo minhas reais intenções), eu estou me redimindo de algum mal que fiz, talvez um mal que já tivesse feito até mesmo a essa pessoa.

 Podemos dizer, Cristiano, que a prática de um ato bom pode ter dois principais efeitos. O primeiro efeito é em relação à pessoa que o recebe, no caso o beneficiário. O ato para ele, socorrendo-o numa situação de extrema necessidade,  foi bom, porque o ajudou, porque o  livrou de um mal maior, proporcionando-lhe alívio. O segundo efeito desse ato com segundas intenções  é em relação ao autor do ato.

 Neste caso, o autor agiu contrariado; ele não foi movido por um sentimento de compaixão ou de bondade para com o necessitado, com quem não se simpatiza. Ele simplesmente se aproveitou de uma situação para tirar proveito somente em benefício próprio. Logo, o ato bom redundou somente em benefício de quem o recebeu, mas não ajudou em nada quem o praticou. Não houve aí uma manifestação de amor, mas de egoísmo.

 Sendo assim, como esse ato não é uma expressão autêntica de caridade, ele não pode atender às necessidades espirituais de seu praticante, a ponto de liberar sua consciência da culpa pelos males que já fez. No entanto, mesmo assim, por ter trazido benefício a alguém, esse ato pode ser reconhecido pelo beneficiado e, neste caso, futuramente, o autor poderá receber dele alguma retribuição. Desse modo, podemos concluir, como disseram os Espíritos a Kardec, que o bem é sempre o bem –  e que dele algum bem sempre resulta.
















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